RioBotz/PUC-Rio quebra recorde de medalhas de ouro na RoboGames 2013

Equipe brasileira conquista seis ouros e uma de prata na maior competição mundial de robótica, nos EUA, e coloca o Brasil em segundo lugar no total de medalhas da RoboGames.

Pela primeira vez em seus dez anos de existência, a RioBotz/PUC-Rio conquista seis medalhas de ouro na RoboGames 2013 e quebra o recorde de campeonatos mundiais no maior evento internacional de robótica, realizado de 18 a 21 de abril em San Mateo, CA, EUA. Agora já são 36 medalhas conquistadas nas oito vezes em que os jovens estudantes de Engenharia do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) participaram da competição. Com este resultado, o Brasil ficou em segundo lugar no ranking geral de medalhas da competição, com nove no total (2/3 da RioBotz), perdendo apenas para os EUA, que conquistou 23, e passou países como Coreia do Sul, Japão, Reino Unido e Canadá. Neste ano, as medalhas homenagearam os famosos robôs C-3PO, de Star Wars (ouro), Centurião Cylon, da série Battlestar Galactica, de 1978 (prata), e Tik-Tok of Oz, do Mágico de Oz (bronze).

A novidade deste ano ficou por conta dos Humanoides, que voltaram para casa com dois ouros: o robô Spider Volt, na categoria Sumô de Humanoides, e o Psy Volt, que, na categoria Free Style, encantou o público com sua coreografia mesclando samba, hip hop e k-pop (música pop sul-coreana, sucesso mundial com Gangnam Style, do artista Psy). Esta foi a primeira vez que a RioBotz participou desta categoria e os dois ouros confirmam a qualidade do trabalho da equipe: “Investimos em uma programação ousada, competitiva e rigorosa para que os robôs obedecessem aos movimentos sem perder o equilíbrio”, reforçam João Luiz Souza Ramos, Luiz Fernando Santarelli e Carlos Júnior, os alunos responsáveis pela programação dos robôs. No caso do Sumô, por exemplo, o objetivo era jogar o adversário para fora da arena nos três minutos de luta. A final com o robô RND Spirit, da Coreia do Sul, foi emocionante: “Os Humanoides se assemelham a nós na forma e isso deixa tudo mais intenso”, revela Marco Antonio Meggiolaro, coordenador da RioBotz e professor do Departamento de Engenharia Mecânica do CTC/PUC-Rio.

Na categoria de robôs movidos a energia solar, mais dois ouros. “Trabalhar com energia solar requer robôs bem pequenos, leves e ágeis, já que a energia captada é pouca e gasta de forma muito rápida”, explica Jorge Xavier, capitão da RioBotz. O robô Apollo venceu na categoria “Speeder Solar”, em que teve que atravessar uma pista de dois metros no menor tempo possível, e o robô Invictus foi bicampeão (2012 e 2013) na categoria Photovore Solar, sendo o melhor do mundo na arte de desviar de obstáculos até se aproximar de uma fonte de luz.

Na categoria Sumô Rádio Controlado, o C3D4, versão atualizada do robô que competiu no Japão em 2011, levou a melhor e sagrou-se campeão mundial na final contra o Mexicano "Arrow", sem perder nenhum round durante toda a competição.

As demais medalhas vieram das categorias em que os robôs lutam entre si, tradicional no trabalho desta primeira década da RioBotz. A competição consiste em combates entre robôs de diferentes categorias de peso. Na categoria Middleweight (54 kg), o robô Touro nocauteou seu maior adversário, o The Mortician (EUA), na semifinal. “O Mortician sempre foi temido por sua hélice giratória. Há anos lutamos com ele, não foi a primeira vez que vencemos, mas, este ano, tudo foi mais emocionante”, revela o estudante Daniel Freitas, o piloto da RioBotz que comanda os robôs de combate. Confira aqui o vídeo da luta: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HGYBh-T4IH8. A final foi uma batalha eletrizante contra o também brasileiro General, da Unifei/Itajuba, que acabou desistindo no meio da luta. Já a medalha de prata, foi mérito do Mini Maloney, de apenas 1,3 kg, na categoria Combate Beetleweight. Outros dois robôs de combate não receberam medalhas, mas ficaram entre os cinco melhores do mundo: o Touro Light, de 27 kg, ficou em quarto na sua categoria e o Touro Maximus, o mais prestigiado de todos, com 100 kg, chegou à 5ª colocação.

Medalhas Robogames 2013 -Competindo com robôs confeccionados até mesmo por profissionais experientes, donos de empresas de tecnologia dos EUA e Canadá, por exemplo, os 16 alunos dos cursos de Engenharia de Controle e Automação, Elétrica e Mecânica da RioBotz/PUC-Rio que viajaram representando a equipe, impressionaram pelo profissionalismo que demonstraram nas disputas. A experiência da RioBotz no desenvolvimento de robôs é confirmada por ser a única equipe a ter um tutorial de 367 páginas para a construção de robôs no próprio site da RoboGames, sendo considerado a bíblia do esporte por aqueles que o praticam.

A RioBotz/PUC-Rio foi formada em janeiro de 2003 com o objetivo de projetar e construir robôs de competição. Com dez anos de existência, já contabilizou 54 títulos, sendo 34 campeonatos nacionais e 20 medalhas de ouro em competições ao redor do mundo. Outras 42 medalhas são a soma de 25 pratas (11 delas internacionais) e 17 bronzes (nove internacionais), totalizando 96 medalhas em dez anos de muitas batalhas. É a equipe universitária de maior sucesso no mundo em competições de robôs de combate. Seus robôs estão dentre os melhores colocados no ranking mundial, comparáveis a robôs de equipes de empresas de alta tecnologia.

A equipe atualmente é composta, em sua maioria, por alunos das Engenharias de Controle e Automação, Mecânica e Elétrica. Segundo Meggiolaro participar de uma competição deste porte é um estímulo para os estudantes. “A Robótica é uma ciência multidisciplinar que fornece bases para a aplicação de diversas engenharias, dentre elas a Elétrica, Mecânica e de Computação. O aluno aprende um pouco sobre todas essas áreas e, principalmente, como integrá-las. No mercado atual, dificilmente se encontra um produto de alta tecnologia puramente mecânico ou elétrico: todas essas engenharias são importantes para a geração de um produto competitivo”.

Os integrantes da RioBotz têm a possibilidade de adquirir conhecimentos em áreas como mecânica, eletrônica, computação, publicidade, marketing, design e captação de recursos, além de utilizar na prática os conhecimentos obtidos em sala de aula. Embora seu foco seja a construção de robôs de combate, as tecnologias envolvidas podem ser aplicadas em diferentes setores como a indústria de energia, petróleo e médica.