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03/05/2013 - 07:23

Jean-Luc Godard é tema de mostra especial no Oi Futuro


Exposição no Oi Futuro Flamengo enfatiza a produção das últimas três décadas do cineasta franco-suíço. Obra do diretor de “Acossado”, um dos principais nomes da Nouvelle Vague, é tema de retrospectiva no Oi Futuro Ipanema.

A mostra Expo(r)Godard – Viagens em utopia, que enfatiza as três últimas décadas da produção de Jean-Luc Godard, será apresentada no Oi Futuro no Flamengo a partir de 7 de maio (terça-feira). Godard é o mais importante nome da Nouvelle Vague, movimento que mudou o cinema mundial nos anos 1960. E a Expo(r)Godard é uma excelente oportunidade para que o público brasileiro tenha contrato com uma fase específica de sua carreira – ou seja, os últimos 30 anos, período com o qual está menos familiarizado. Com patrocínio da Oi e apoio cultural do Oi Futuro, a exposição é uma realização da MP2 Produções.

Pela primeira vez, o público brasileiro terá contato com um perfil mais completo de Jean-Luc Godard, um dos maiores cineastas do nosso tempo. A exposição e um ciclo de palestras apresentarão as diversas faces de um mesmo artista – sempre diante do desafio, apresentado pelo próprio realizador, de transpor a imagem audiovisual das salas de cinema para o espaço do museu.

Ciclo de palestras e retrospectiva multiplicam Godard - A Expo (r) Godard vai ocupar os três andares do Oi Futuro com grandes projeções e totens interativos, além de uma mesa-vitrine com um livro confeccionado manualmente pelo próprio diretor e uma edição rara da revista Cahiers du Cinéma, objeto pessoal de Godard. Os curadores da mostra são Dominique Païni e Anne Marquez, colaboradores do Centro Pompidou, em Paris. Païni trabalhou com Godard na concepção da exposição parisiense, da qual também foi curador, e também na ideia original de uma proposta de curso no Collège de France, nunca concretizada, mas que deu origem à mostra realizada no Centro Pompidou. - Godard é sempre uma referência, um dos mais inquietos criadores contemporâneos. Com esse projeto, o Oi Futuro busca mostrar a complexidade de sua obra de uma forma que nunca foi exibida na América Latina - afirma Roberto Guimarães, diretor de Cultura do Oi Futuro.

Organizada a partir de grandes temas, tais como o olhar autoral de Godard, a “pirataria” de imagens e a experimentação no cinema utilizando suportes diversos, a mostra compreende ainda uma retrospectiva da filmografia de Godard, que será exibida no Oi Futuro em Ipanema. Também estão previstos o lançamento do catálogo da mostra e um ciclo de palestras sobre o cineasta, ao longo do qual serão discutidos o lugar e o sentido das imagens na era da internet e os novos modos de produção e difusão do cinema – com ênfase na relação entre a obra de Jean-Luc Godard e essas temáticas.

As palestras contarão com convidados nacionais e internacionais, como o próprio curador da mostra, o francês Dominique Païni, que é ensaísta, crítico de arte e dirigiu a Cinemateca Francesa entre 1993 e 2000; e a argentina radicada no Brasil Adriana Fresquet, mestre em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano que leciona em cursos de graduação e pós-graduação em Educação na UFRJ, além de coordenar o grupo de pesquisa e extensão Cinema para Aprender E e Desaprender (CINEAD), na mesma universidade.

Dentre os brasileiros estão o jornalista José Carlos Monteiro, também professor do curso de cinema da UFF e crítico de cinema com atuação em vários jornais do país; Ismail Xavier, destacado crítico, ensaísta, escritor e professor de cinema no Brasil e em universidades do exterior; Mário Coutinho, crítico, ensaísta e escritor mineiro que, além de ter publicado dois livros sobre a obra de Godard e de participar de uma série de outras publicações, tem doutorado em Literatura Comparada e pós-doutorado em Comunicação Social pela UFMG; Patrick Pessoa, ensaísta, escritor e professor de filosofia na UFF; e o advogado Rodrigo Borges Carneiro, especialista em propriedade intelectual, com mestrado em Direito da Propriedade Intelectual pela John Marshall Law School (EUA) e doutorado em Direito Autoral Internacional pelo King’s College, da Universidade de Londres.

Godard e as múltiplas possibilidades do cinema -Para Anne Marquez, a obra de Godard pode ser vista como um grande processo multimídia, feito de colagens, livros, CDs e ensaios em constante evolução - cuja mais completa expressão, segundo ela, sem dúvida se daria com as “História(s) do cinema”, uma série de vídeos concebidos para a TV que farão parte da exposição. Os documentários que compõem as “História(s)” mostram como o cinema, para Godard, começa com uma folha de papel e um lápis - ou a partir da relação entre duas imagens que produzirão uma centelha.

- Uma imagem, um som, uma palavra, uma unidade de linguagem: são coisas que, para Godard, jamais existirão isoladamente. É o encontro delas que produzirá o pensamento do artista – explica Anne Marquez.

Dominique Païni lembra outro elemento essencial nos filmes de Godard: - Fala-se muito da imagem quando se fala em Godard, mas o som não é menos essencial em sua obra. Aliás, segundo ele, todo filme deveria ser visto três vezes: uma só para ouvir o som, outra só para as imagens e uma terceira para juntar os dois - conta. Païni adianta que, na exposição, será possível assistir às imagens de Godard, mas será também possível ouvir os sons de forma isolada. Ou consultar os trabalhos escritos que produziu, nos quais o cineasta desenvolve a sua concepção do cinema.

Da Nouvelle Vague a “Je vous salue Marie” -Nascido em 3 de dezembro de 1930, de uma família franco-suíça (naturalizou-se suíço na Segunda Guerra Mundial), Jean-Luc Godard começou sua carreira no cinema como crítico. Em 1950, fundou a “Gazette du cinéma” com Jacques Rivette e Eric Rohmer (que, como ele, também mais tarde se tornariam cineastas) e assinava seis artigos com o pseudônimo de Hans Lucas.

Em 1952, Godard passou a escrever para a “Cahiers du Cinéma”, revista que tornou-se a bíblia da Nouvelle Vague. Depois de rodar seus primeiros filmes no fim da década de 1950, ganhou fama com Acossado (À boût de suffle), sucesso de público e crítica em 1960, que lançou ao estrelato Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg. Seguiram-se outros marcos do gênero, como Uma mulher é uma mulher (1961), “Viver a vida” (1962), “Alphaville” e “O demônio das onze horas” (1965). Com “A chinesa” (1967), Godard se aproximou das teorias maoístas que inspiraram as revoltas em Paris, em março de 1968.

Em 1986 um filme de Godard, Je vous salue Marie, foi censurado no Brasil pelo governo José Sarney, a pedido da Igreja Católica, que não concordava com a adaptação do cineasta da história da Virgem Maria. No filme, Maria foi retratada como uma estudante, namorada de um taxista, e aparecia nua. Foi um choque na credibilidade democrática do primeiro governo civil do país após o fim do Regime Militar, num episódio repudiado por artistas brasileiros e criticado na canção “Selvagem”, dos Paralamas do Sucesso, que se tornou muito popular.

Apesar de seus mais de 80 anos, Godard se encontra em plena atividade, sempre experimentando novas possibilidades tecnológicas. Atualmente finaliza seu ultimo longa em 3D, que deverá ser apresentado no Festival de Cannes.

Expo(R)Godard – Viagens em utopia, no Oi Futuro no Flamengo.Exposição, de 7 de maio a 7 de julho, de terça a domingo, das 11h às 20h. (visitação pública),Rua Dois de Dezembro, 63, telefone (21)3131-3060 . Entrada Franca.

.Conferências e apresentações, de 7 de maio a 26 de junho, às 19h.

.Mostra retrospectiva do cinema de Godard, no Oi Futuro em Ipanema |1º Ciclo: de 7 a 11 de maio |2º Ciclo: de 27 de maio a 1º de junho, de terça a domingo das 13h às 21h.Horários das sessões: 18h e 20h, na Rua Visconde de Pirajá, 54 – 3º andar – Ipanema.Bilheteria: terça a sexta, das 15h às 21; sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h. Telefone (21)3131-9333.,

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