Brasil se prepara para a maior competição de educação tecnológica do mundo

A cidade de Numazu, na província de Shizuoka, no Japão, abrigará, de 14 a 21 de novembro, o WorldSkills 2007, a maior competição mundial de educação profissional. O Brasil será representado no torneio por 24 alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Eles disputarão medalhas em 20 ocupações profissionais.

A delegação brasileira foi definida em um criterioso processo de seleção, que envolve competência, criatividade, domínio tecnológico, preparação física e psicológica. “Estamos preparados para ter um ótimo desempenho”, diz o gerente de Olimpíadas e Concursos do SENAI, José Luis Gonçalves Leitão.

O Brasil enviará ao Japão representantes de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Além dos alunos, a equipe brasileira é formada por técnicos, avaliadores e tradutores intérpretes. São, ao todo, 67 pessoas, que viajarão na próxima semana para o Japão.

Nos quatro dias de provas do torneio, os brasileiros competirão nas ocupações de Joalheria, Tecnologia da Informação, Mecânica de Refrigeração, Polimecânica, Sistema de Transporte de Informações, Manufatura Integrada, Tornearia CNC, Fresagem CNC, Eletrônica Industrial, Instalações de Redes PC, Mecatrônica, Construção em Alvenaria Estrutural, Desenho Mecânico em CAD, Eletricidade Predial, Jardinagem e Paisagismo, Soldagem, Aplicação de Revestimento Cerâmico, Eletricidade Industrial,Web Design e Design Gráfico.

Jardinagem e paisagismo - Entre os competidores estão Yarlei Fernandes, 18 anos, e Luis Alberto Silva, 17 anos, do Distrito Federal. Eles concorrerão em na ocupação Jardinagem e Paisagismo, que é disputada em duplas. Os estudantes fizeram o curso técnico de Edificação no SENAI e foram convidados para disputarem o torneio internacional na nova ocupação depois da Olimpíada do Conhecimento de 2006, em Pernambuco.

A classificação na Olimpíada do Conhecimento é a porta de entrada do WorldSkills. Para chegar lá, o estudante precisa obter a média necessária de pontuação definida em padrões internacionais. Para Fernandes e Silva, essa é uma oportunidade única de aprendizado. “Será uma experiência incrível para nossa vida profissional, vamos aprender muita coisa”, afirma Silva. Fernandes destaca que o SENAI tem ótimos padrões. Por isso, ele competirá de igual para igual no mundial. Participarão do torneio internacional 850 estudantes de 45 países. Eles competirão em 47 ocupações profissionais.

Desde 1983, o Brasil é representado na competição pelo SENAI. Na avaliação do gerente do SENAI, o WorldSkills 2007 é uma ótima vitrine não só para os alunos, mas também para a instituição. “O mais importante é o benchmarking que fazemos com os outros países em relação às tecnologias existentes e, mais que isso, a possibilidade de comparar nossa performance em nível internacional”, afirma

Conhecimento e calma são decisivos nas provas do WorldSkills - É preciso muito mais do que competência, criatividade e domínio tecnológico para competir com os 850 melhores estudantes de cursos de educação profissional do mundo, que participarão do WorldSkills 2007. O torneio internacional, que será realizado na cidade de Numazu, na província de Shizuoka, no Japão, entre 14 e 21 de novembro, exigirá também muita calma dos representantes de 45 países, que disputarão medalhas de ouro em 47 ocupações profissionais.

Entre os competidores está o trio de brasileiros Alan Quitério, Helder de Assis e João Vitor Augusto. Representantes da unidade de Bauru, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (SENAI/SP) eles brigarão pelo primeiro lugar na ocupação de Manufatura Integrada. A poucos dias das provas, Alan Quitério treina intensamente com outros dois companheiros de equipe. “Estamos com o projeto definido, executamos a prova várias vezes, tentamos diminuir o tempo de trabalho e discutimos os erros. Estamos em fase de aperfeiçoamento do processo”, afirma Quitério.

O jovem entrou no SENAI de Bauru em 2002. Via na instituição um caminho para garantir o crescimento pessoal e profissional. “Entrei no curso de Mecânica, mas naquele ano não havia Olimpíada do Conhecimento”. No entanto, a vontade de estar entre os melhores alunos motivou Quitério a terminar o curso e ganhar destaque. “Em 2005, enquanto estudava no curso técnico em eletromecânica, fui chamado para participar da Olimpíada do Conhecimento na área de Manufatura Integrada. Ganhei medalha de ouro na fase estadual e na fase nacional. Agora vou para a competição internacional.”

O WorldSkills, que está na 39ª edição, é uma verdadeira vitrine de especialistas, em que empresas e instituições de ensino apresentam talentos e tecnologias. O Brasil será representado por 24 alunos do SENAI de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Eles disputarão medalhas em 20 ocupações. “O detalhe com certeza fará a diferença, minha expectativa é desenvolver o que estamos conseguindo nos treinamentos, fazendo sempre o melhor”, reforça Quitério.

Equipe afinada - Os conhecimentos e habilidades dos três se complementam, e tudo indica que farão uma boa prova na categoria Manufatura Integrada, que exige dos candidatos a montagem e funcionamento de protótipos. Para atender ao conjunto de requisitos estabelecidos e a formação em especialidades distintas, Helder de Assis entrará com o conhecimento eletrônico. Formado em 2005, ele afirma que a equipe está bem entrosada. “Há dois anos trabalhamos juntos para ter um bom desempenho. Sabemos que se olharmos para um companheiro, entenderemos o que ele está pensando ou querendo passar”, afirma.

Ele informa que todas as etapas do trienamento têm um nível de exigência alto, o que qualifica a equipe para a competição internacional. “A Olimpíada é uma grande oportunidade. Espero, quando voltar do Japão, ter algumas propostas de emprego”, diz Assis.

A oportunidade de um bom emprego também está entre as expectativas de João Vitor Augusto. Formado em Mecânica de Usinagem, Augusto entrou no SENAI com 15 anos, em 2003. Quatro anos mais tarde espera que o trabalho da equipe ganhe destaque no Japão. “A expectativa é chegar lá e fazer um bom trabalho”, antecipa Augusto.

O instrutor dos competidores, Benedito Bautz, afirma que entre as sete equipes que disputarão a categoria, duas são quase imbatíveis: Japão e Austrália. “Vamos mostrar para a indústria que o SENAI forma alunos competentes. É uma oportunidade única de ver o resultado daqueles alunos que entraram em um curso de aprendizagem e saíram profissionais formados”, afirma Bautz.

Ele explica que a prova de Manufatura Integrada tem características diferenciadas. “Recebemos o projeto há um ano. A partir daí temos que desenvolver todo um sistema. Entre os três alunos, um domina a técnica eletrônica, outro o software de usinagem CNC, e o terceiro, a informática e software de desenho." De acordo com o instrutor, as diferenças entre os alunos complementam o trabalho. “Sempre observamos o trabalho da equipe, fizemos com que eles se dedicassem e se respeitassem, porque se um cometer erro, comprometerá o resultado do grupo.”| Site do evento:http://www.wordskills.org | Foto: Sala de Robótica do SENAI Roberto Simonsen.