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06/11/2007 - 10:43

Lápis de malícia lírica


A mostra ocupará o Jardim de Inverno do Museu, e reúne 70 obras, dentre desenhos, gravuras, charges e azulejos de uma das mais importantes chargistas e desenhistas do Brasil no século XX. A exposição é a itinerância de uma mostra organizada pelo Museu Lasar Segall (IPHAN/MinC), de São Paulo.

Esta é a primeira retrospectiva com toda a produção artística da desenhista, cujo trabalho é inédito no Rio. “Hilde foi uma pioneira. Começou a atuar profissionalmente aos 17 anos, quando ainda residia na Alemanha. Em 1933, mudou-se para o Brasil, onde produziu grande parte de sua obra. Na exposição, mostramos, justamente, sua trajetória no País e a diversidade do legado da desenhista, confirmando o papel relevante que ocupa no cenário artístico nacional”, explica Maria Augusta Fonseca, curadora da mostra.

Uma das características marcantes de Hilde era a habilidade para a "reportagem desenhada", na qual observava uma cena e a esboçava exatamente como a presenciou. A artista foi a primeira mulher no Brasil a produzir cotidianamente charges políticas para importantes veículos da imprensa nacional.

Ganham destaque na exposição os azulejos produzidos na Osirarte, ateliê de Paulo Rossi Osir – onde realizou trabalhos para os painéis de Portinari – e os desenhos de Ouro Preto produzidos à época da famosa “Caravana 44” a Minas Gerais, quando viajou a convite de Juscelino Kubitschek para a inauguração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte.

O visitante pode conferir também obras expostas nas primeiras Bienais do Museu de Arte Moderna de São Paulo. “Hilde participou da mostra inaugural, em 1951, que agitou o cenário artístico e cultural brasileiro. Na II Bienal, em 1953-4, ela recebeu menção honrosa do júri pelo conjunto da obra e prêmio de aquisição", diz Maria Augusta.  Há, ainda, os desenhos com guaches e nanquins, produzidos quando Hilde ainda era estudante da Escola de Artes Gráficas de Hamburgo; as ilustrações feitas para livros infantis no Brasil, como “Sílvia Pélica na Liberdade”, de Alfredo Mesquita; além do famoso desenho do personagem Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado, um clássico do teatro infantil brasileiro. A retrospectiva traz também desenhos de cenários e retratos instantâneos para o teatro.

Biografia -Hilde Weber nasceu em 1913, na cidade de Waldau, na Alemanha. Freqüentou escolas de Artes Gráficas em Hamburgo e Altona. Com 17 anos, começa a desenhar para os jornais “Hamburger Anzeiger” e “Hamburger Fremdenblatt”. Em 1933, veio para o Brasil com o objetivo de reencontrar o pai, que se mudou para o País após o fim da Primeira Guerra Mundial. Na década de 1940, a artista participou de grupos de artistas e intelectuais com Mário Pedrosa, Sérgio Milliet, Alfredo Volpi, Livio Abramo, Zanini, Rebolo e Lasar Segall. No Palacete Santa Helena produziu parte de suas pinturas, enquanto na Osirarte – ateliê de pintura sobre azulejos de Paulo Rossi Osir – realizou trabalhos para os painéis de Portinari, bem como azulejos individuais, com temas extraídos do folclore brasileiro. Na década de 1950, Hilde naturalizou-se brasileira e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como chargista na “Tribuna da Imprensa”. Ficou por lá até 1962, quando o veículo encerrou suas atividades. De volta a São Paulo, foi contratada pelo “O Estado de S. Paulo”, onde permaneceu até depois de se aposentar. Os últimos trabalhos datam de 1992. Hilde Weber faleceu em dezembro de 1994, na cidade de São Paulo.

Lasar Segall: Traços de Humor – Durante a exposição de Hilde Weber, a mostra permanente de obras de Lasar Segall terá um módulo paralelo, com cerca de 30 trabalhos do artista - entre desenhos, gravuras, aquarelas e guaches. A característica mais marcante dessa série é o surpreendente "humour" com que Segall observou uma variedade de tipos humanos, produzindo registros instantâneos em pequenos cadernos de anotação. Em algumas obras, como na gravura "Primeira classe", de 1929,  estão retratados os viajantes da primeira classe dos navios, contraponto aos emigrantes que lotavam a terceira classe. Há também a decoração do “Baile Futurista” do Automóvel Club, em 1924; figurinos e alegorias para os dois Bailes de Carnaval da SPAM (Sociedade pró Arte Moderna), realizados em 1933 e 1934; e uma série de desenhos de bichos, da década de 30.

Hilde Weber – Lápis de malícia lírica, de 09 de novembro de 2007 a 11 de fevereiro de 2008, das 12h às 17h, exceto às terças.Museu Chácara do Céu ,Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Teresa, Rio de Janeiro | Telefones: (21) 2224- 8981 | 2507-1932 | 2224- 8524. Ingresso R$ 2,00 (menores de 12 anos, maiores de 65 anos e grupos escolares não pagam).Entrada franca às quartas-feiras.Site do museu: www.museuscastromaya.com.br

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