Marcopolo: queda na produção interna estagna receitas, aponta BB Investimentos

Ano começa com resultado impactado pela estagnação de receitas e margens pressionadas: De acordo com o analista do BB Investimentos, Mário Bernardes Junior, o ano de 2013 começou pouco agradável para a Marcopolo, que registrou, no primeiro trimestre, receitas praticamente em linha com o mesmo período de 2012. Nota-se, que a queda de 9,5% A/A na produção interna de ônibus, que passou de 8.422 no primeiro trimestre de 2012 para 7.618 no primeiro trimestre de 2013 - segundo dados da Anfavea - foi o fator determinante para a estabilidade da receita no período. Além disso, a consolidação da Volgren, somada ao mix de produtos e menor quantidade de dias úteis pressionaram as margens operacionais da companhia, puxando o lucro, que apresentou redução de 29% A/A. “Com isso, consideramos o desempenho neutro, pois se por um lado, a companhia conseguiu manter suas receitas estáveis mesmo com a retração na produção brasileira, entretanto por outro, a compressão de margens de 2,0 p.p. a 3,0 p.p. foi fator desfavorável para o resultado da empresa neste começo de ano”, avaliou Bernardes Júnior.

“Contudo, nossas perspectivas para a Marcopolo permanecem positivas, no médio e longo prazos, considerando o contínuo aumento da demanda dos chassis Euro 5, os incentivos dados pelo Governo Federal como o PAC Equipamentos, o programa Caminhos da Escola e o Finame PSI, que podem contribuir para o resultado da companhia nos próximos meses. Continuamos com nosso target-price de R$ 16,00 para 31/12/2013 e nosso rating em Market Perform”, frisou Mário.

Receitas praticamente sem alteração: “a Marcopolo registrou crescimento de 1% na receita líquida no primeiro trimestre de 2013, chegando a R$ 767,0 milhões, impactado pela redução de 0,7% A/A na produção consolidada de ônibus. No mercado interno, a receita teve redução de 0,7% A/A, com R$ 587,0 milhões. Já no mercado externo, a receita teve um ligeiro aumento de 6,6%, chegando a R$ 180,0 milhões. Produção consolidada. A companhia teve produção mundial consolidada de 4.608 unidades, com leve queda de 0,7% em relação ao primeiro trimestre de 2012. No Brasil, a produção teve redução de 0,5% no comparativo anual, ficando em 4.215 unidades. A produção no exterior registrou queda de 3,2% no mesmo tipo de comparação, como reflexo da contração de 12,9% no México”, analisou.

Expectativas da companhia para o ano sofrem alterações com adoção do IFRS 10 e 11: “a Marcopolo anunciou que alterou seu guidance para o ano de 2013, em virtude da adoção dos CPC’s 36 R3 e 19 R2 (IFRS 10 e 11), que mantidas as condições de mercado e ambiente macroeconômico interno, agora são: (i) investir (capex) no montante de R$ 350,0 milhões (R$ 200 milhões anteriormente); (ii) atingir ROL consolidada de R$ 3,8 bilhões (R$ 4,3 bilhões antes); e (iii) produzir 21.600 ônibus nas unidades do Brasil e exterior (35.200 unidades no antigo anúncio)”, finalizou o analista.