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14/05/2013 - 09:28

ITACI usa telemedicina para acompanhar pacientes a distância

São Paulo - Os tratamentos contra as várias formas de câncer infantil, em geral, têm duração prolongada, podendo chegar a dois anos e meio - como no caso da leucemia linfocítica aguda, a mais comum entre elas. Uma família que mora em uma cidade, ou estado, distante do hospital em que esse tratamento é feito praticamente precisa mudar toda a sua vida, para poder acompanhar o filho nesse período difícil. Com o objetivo de evitar esse transtorno, o ITACI - Instituto de Tratamento do Câncer Infantil, hospital ligado ao Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, vem apostando cada vez mais em um projeto pioneiro nessa área: o acompanhamento remoto de seus pacientes por meio de recursos de telemedicina.

“Do total de pacientes atendidos pelo ITACI, 30% vêm de outros estados - o mesmo percentual recebeu alguma forma de tratamento prévio. Alguns moram longe de São Paulo, em estados como Rondônia, por exemplo”, conta o médico Vicente Odone Filho, diretor clínico da instituição e um dos principais especialistas em câncer infantil do país. “Para evitar que a família tenha de se mudar para cá, começamos a investir em um programa de orientação médica com telemedicina, que permite discutir os casos e monitorar o paciente a distância”, explica.

De acordo com esse programa, a criança faz o atendimento inicial - e a primeira fase do tratamento - no ITACI e depois pode voltar para sua cidade, onde passa a ser acompanhada no dia a dia por um médico local, sob a supervisão da equipe do ITACI. “A ideia é que ela só tenha de voltar a São Paulo para um exame ou procedimento específico não disponível em sua cidade, como o transplante de medula”, diz o diretor clínico do ITACI.

O projeto envolve o uso de telefone, internet e outros recursos de telecomunicações disponíveis, que são empregados na orientação e discussão dos casos com os médicos responsáveis pela continuidade do tratamento da criança em sua cidade. “Nosso objetivo foi estruturar um sistema de atendimento e acompanhamento do tratamento pela internet, que também vem sendo usado no ensino a distância de médicos residentes”, acrescenta.

Hoje, o ITACI acompanha cerca de 40 crianças por intermédio desse projeto de telemedicina, que foi iniciado há mais de uma década - em parceria com o Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da USP e com o apoio da Ação Solidária contra o Câncer Infantil. Mas a intenção é intensificar o programa e ampliar esse tipo de atendimento. “Acredito que temos condições de acompanhar dessa maneira até 25% das crianças que nos procuram”, afirma o dr. Vicente Odone.

Perfil da ITACI-Construído a partir de uma parceria entre a Fundação Criança, a Ação Solidária Contra o Câncer Infantil e a Fundação Oncocentro de São Paulo, o ITACI iniciou suas atividades em dezembro de 2002, com o objetivo de dar atendimento mais adequado a pacientes com câncer com idade inferior a 18 anos, até então atendidos no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Hoje o ITACI faz parte desse importante complexo na área de saúde, que inclui também um centro de pesquisas e a escola de medicina. O atendimento prestado no ITACI é gratuito - a maioria dos pacientes chega por intermédio de unidades do SUS (Sistema Único de Saúde) ou do próprio Instituto da Criança - e envolve não só cuidados médicos e tratamentos com quimioterapia, mas também assistência de outros profissionais da saúde, como dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais, entre outros.

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