Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

15/05/2013 - 08:11

Os cinco alicerces de uma boa governança corporativa


Requisito fundamental para as empresas que decidem atrair investimentos, abrir capital ou que já têm ações em bolsa, a Governança Corporativa é uma daquelas expressões cujo significado ainda gera dúvidas e desconfiança, embora ninguém se arrisque a dizê-lo. De forma literal, a Governança Corporativa diz respeito à forma de governar uma organização. Em outras palavras, com o aumento da complexidade das organizações, os interesses dos sócios ou acionistas precisam ser atendidos pelos executivos, presidentes e diretores. Surge, então, a necessidade de mediação do interesse desses agentes, daí a importância da Governança Corporativa, que independe do tipo de sociedade – S/A, limitada ou outra – ou do perfil dos sócios ou acionistas – corporação, familiar etc.

Na prática, isto se dá em duas frentes: a governança propriamente dita e a gestão. A gestão preocupa-se com a execução e a implementação de ações para que os resultados e as metas estabelecidas sejam alcançados dentro de um determinado ciclo orçamentário, geralmente de curto prazo. O C-Level, grupo composto pelo presidente e principais diretores, é o grupo responsável que lidera a gestão da organização.

A governança, por sua vez, representa os interesses dos donos e sócios da organização. Por isso, olha para o médio e longo prazo, buscando meios para a longevidade e perenidade da empresa. Estes meios podem ser resumidos em três: a estratégia – ou seja, a definição de quais negócios no futuro que serão mais lucrativos –; a sucessão – considerando a necessidade de ter mais de um líder capaz de gerir os negócios da organização –; e o compliance, que significa cumprir as normas e regras pelas quais a organização é governada. O grupo responsável pela governança é composto pelos membros do Conselho de Administração e dos Comitês que o assessoram.

Em consonância ao preâmbulo acima apresentado, extraem-se cinco alicerces fundamentais para um bom modelo de Governança Corporativa: disciplina, dedicação, nomeação de um guardião, relatórios padronizados e participação de membros independentes.

O primeiro deles, a disciplina, inclui planejar e realizar o calendário anual de reuniões do Conselho e dos Comitês, assim como os temas que serão desenvolvidos; registrar e arquivar pautas e atas de todas as reuniões.

A dedicação dos envolvidos é fundamental e se traduz em comprometimento com os objetivos da governança. Assim, cada membro envolvido direta ou indiretamente com a Governança Corporativa tem que se dedicar. Organizar sua agenda, preparar-se para as reuniões e realizar tarefas a si atribuídas são comportamentos necessários ao bom funcionamento do modelo.

Em relação à nomeação de um guardião, ela é necessária, pois gestão sem accountability, sem determinar responsáveis pelo cumprimento de atividades importantes, não combina. Em outras palavras, a escolha de um responsável pelo andamento, avaliação e evolução do modelo de Governança Corporativa é um ponto essencial para seu sucesso.

Em quarto, vem a padronização da forma de reportar as informações gerenciais. A avaliação dos negócios requer essa padronização para que todos na organização saibam a forma pela qual serão avaliados. Atentar-se para a confiabilidade da informação gerencial é outro ponto igualmente importante.

A presença de membros independentes é o último alicerce. Oxigenação, novas ideias e experiência no âmbito empresarial ou acadêmico revelam-se cruciais para a saúde de um modelo de Governança Corporativa. E não se pode deixar de lado a postura exigida para esses membros independentes: falar o que precisa ser dito e, em sentido conotativo, provocar desconforto, para que novas portas sejam abertas e melhores decisões sejam tomadas.

Por fim, quero trazer mais um atributo que, em especial, é dirigido às empresas familiares: atenção aos “chapéus”. Em muitos casos, a não distinção dos papéis de membro da família, acionista e gestor podem contribuir negativamente para o bom funcionamento do modelo de Governança Corporativa. Saber qual chapéu você usará em cada uma das situações cotidianas é uma virtude, fruto de muito exercício e disciplina, pois uma decisão com o chapéu errado pode custar caro para a longevidade e perenidade da organização.

Desta forma, a prática sobre os cinco (ou seis) alicerces da Governança Corporativa poderá trazer bons frutos à organização. Governança e gestão, membros do Conselho e dos Comitês, e integrantes do C-Level, cada um com seu papel e todos contribuindo para a maximização dos resultados hoje e no futuro, compõem a estrutura fundamental para o exercício da governança.

.Por: Aurelio Formoso, Mestre e Bacharel em Administração pela FGV/EASP, Bacharel em Ciências Sociais pela FFLCH/USP e consultor da Dextron Management Consulting, consultoria focada em projetos de estratégia e organização.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira