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17/05/2013 - 06:19

Cortisona pode aumentar o risco de pancreatite aguda

As pancreatites agudas manifestam-se por dor de forte intensidade, de início súbito, que se irradia para o dorso (dor em faixa), acompanhada de náuseas, vômitos, febre e icterícia em alguns casos (pele e olhos amarelos, fezes claras e urina escura).

Um novo estudo, publicado no JAMA Internal Medicine, revela que a cortisona - hormônio utilizado em certos medicamentos - aumenta o risco de pancreatite aguda. A recomendação dos pesquisadores é a de que os pacientes tratados com o medicamento devem ser informados sobre seus riscos e aconselhados a abster-se de álcool e cigarro, que são fatores de risco para pancreatite aguda.

“A pancreatite aguda, doença mais comum do pâncreas, é causada pela inflamação aguda do pâncreas. A maioria dos pacientes se recupera sem complicações. No entanto, num pequeno grupo, entre 15-20% dos pacientes, a doença evolui de uma maneira que os coloca em risco de morte. As causas mais comuns para o aparecimento da pancreatite são os cálculos biliares e o alto consumo de álcool, mas em um quarto dos pacientes as causas não são determinadas”, afirma o gastroenterologista Silvio Gabor (CRM-SP 47.042).

Estudos anteriores com base em casos individuais indicaram uma ligação entre a pancreatite aguda e alguns medicamentos, como as preparações que contêm cortisona. A cortisona endógena deriva-se de um hormônio adrenal e está relacionada ao estresse e à regulação do ritmo circadiano. A forma mais comum de cortisona nos seres humanos é o cortisol (hidrocortisona). Já a cortisona sintética é usada para tratar uma série de condições médicas, tais como asma e doenças autoimunes.

A pesquisa, recém-publicada, é o primeiro estudo sistemático a demonstrar a relação entre a cortisona sintética e a pancreatite aguda. E para chegar a tal conclusão, os pesquisadores analisaram dados de seis mil pacientes diagnosticados com pancreatite aguda, entre 2006 e 2008, que foram comparados com 61.000 pacientes saudáveis que integravam o grupo de controle, que não faziam uso da cortisona.

Os resultados revelaram que as pessoas tratadas com cortisona, em forma de comprimido, passaram a ter 70% mais chances de desenvolver pancreatite aguda. Esta ligação foi observada após três dias de medicação, substanciando a evidência de que o fator causal foi a cortisona, uma vez que a doença é tratada por si só. Não houve aumento observável no risco para as pessoas que utilizaram a cortisona em forma de aerosol, tais como inaladores para asma.

O tratamento da pancreatite aguda-O tratamento da forma aguda da pancreatite é feito com a internação hospitalar do paciente, pois é necessário que ele fique em jejum absoluto e receba hidratação adequada e medicamentos apropriados pela veia até que o quadro se reverta e a dieta possa ser reintroduzida.

“Não existe um medicamento específico para o tratamento da pancreatite aguda. As medidas mencionadas fazem com que o órgão ‘fique em repouso’ e se recupere, o que ocorre em cerca de 80% das vezes. Os outros 20% podem evoluir para as formas mais graves de pancreatite, quando será necessária internação no Centro de Terapia Intensiva”, diz o médico.

Depois de tratada, as causas da pancreatite devem sempre ser afastadas, por isso recomenda-se a abstinência alcoólica, o fim do tabagismo e a suspensão de medicamentos prejudiciais.

O tratamento da pancreatite crônica é feito por meio da abstinência do álcool, alívio dos sintomas, dietas balanceadas e reposição de enzimas digestivas e de insulina (nos pacientes diabéticos). “Indica-se a cirurgia somente quando a dor não puder ser controlada por medicamentos ou em casos de complicações como abscessos, cistos e pseudocistos”, explica Silvio Gabor, que também é cirurgião.

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