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07/11/2007 - 10:12

Merck patrocina projeto cultural sobre a vida e a obra do artista maranhense Nhozinho

Um dos principais nomes da arte popular maranhense ganha livro bilíngüe e exposição no Rio de Janeiro.

A vida e obra de um dos principais expoentes da cultura maranhense, Antônio Bruno Pinto Nogueira, ou Nhozinho, composta por um rico acervo espalhado por todo o país, será reunido em um livro bilíngüe (português-inglês) e em uma exposição que serão lançados em novembro, no Rio de Janeiro.

O projeto intitulado Nhozinho: imensas miudezas será lançado no dia 21 de novembro, às 19 horas, para convidados, e a partir do dia 22 de novembro para o público em geral, na Galeria Mestre Vitalino, no Museu do Folclore, à Rua do Catete, 179, Catete, Rio de Janeiro. O livro e a exposição têm o patrocínio da Merck S.A, e é mais uma iniciativa da empresa no apoio à cultura e à inclusão social de pessoas portadoras de deficiência.

Nhozinho nasceu em 1904, em Bacuripanã, no Maranhão. Notável por suas esculturas, principalmente as reproduções das figuras do Bumba-meu-boi, a mais importante manifestação da cultura popular do estado, o talento de Nhozinho superou até as limitações impostas pela sífilis, surgida aos 12 anos de idade. A doença foi deformando o corpo do artista e fazendo com que ele improvisasse ferramentas que se adaptassem às suas condições físicas, como um carrinho de madeira que ele fabricou para se locomover devido à amputação de suas duas pernas, dando um exemplo único de superação de limites.

O livro Nhozinho: imensas miudezas é composto por artigos escritos por figuras de diversas áreas do conhecimento como Luciana Carvalho, pesquisadora e antropóloga, Paulo Herkenhoff, crítico e curador de arte, Lélia Coelho Frota, escritora e historiadora de arte, Maria Michol, pesquisadora e superintendente de cultura popular da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão, e Zeca Baleiro, cantor e compositor maranhense, abordam aspectos distintos como a vida e a obra do artista; a arte popular brasileira; as relações entre a arte contemporânea e a arte popular e o Bumba-meu-boi do Maranhão, tema principal da obra de Nhozinho.

Além dos artigos o livro traz imagens de peças do artista que estão espalhadas por todo o país, em coleções particulares e institucionais, a grande maioria inédita, e fotos do acervo da família.

Já a exposição será composta por obras originais do artista, abrangendo diversas fases de sua produção, num total aproximado de até 100 obras; fotografias de apresentações do Bumba-meu-boi (declarado este ano patrimônio cultural da humanidade pela Unesco - Organização das Nações Unidas para a educação, a Ciência e a Cultura) e da região de Curupuru, onde o artista nasceu e passou sua infância; objetos originais do Bumba, como indumentárias diversas, instrumentos musicais, boi, entre outros; documentário construído a partir de depoimentos de familiares e amigos de Nhozinho, de brincantes e organizadores de grupos de Bumba do "sotaque" costa-de-mão, de artesãos, de estudiosos e especialistas.

A obra do artista pode ser dividida em três fases: a primitiva, onde aparece meramente como artesão; a estética, onde as figuras são proporcionais, mas imóveis; e a última, onde dá movimento às suas figuras. Nessa última fase, suas obras se assemelham a de outro importante artesão nordestino: Mestre Vitalino, que reproduzia em barro figuras populares, com uma riqueza de detalhes ímpar. Ao contrário do pernambucano Vitalino, Nhozinho utilizava como matéria-prima a madeira macia do buriti. Extraídos principalmente do folclore, os bonecos de Nhozinho são vestidos de acordo com a figura popular que se propõem representar, o que lhes dá vida.

Em 1956, o poeta Ferreira Gullar, em artigo escrito para a revista Manchete, deu o seguinte depoimento sobre o artista que compõe o prefácio da obra: "Rara é a pessoa em São Luís que não o conhece e mais rara a que, conhecendo-o, não goste dele. Por que os sofrimentos não conseguiram matar, nem atrofiar, em Nhozinho, a criança de doze anos que punha canoa de buriti na correnteza da chuva. Pelo contrário (e não vai nisto um elogio à doença): parece que os sofrimentos conservaram a criança".

Antes do projeto Nhozinho: imensas miudezas, a Merck S.A. apoiou a mostra "De Mãos Dadas - Revisitando o Brasil", exposição de obras de 16 artistas portadores de deficiência física. Nhozinho foi um dos artistas homenageados, ao lado de Aleijadinho e Anita Malfatti.

A Merck S.A. identificou na obra e na história da vida de Nhozinho uma forma de divulgar a cultura popular do Maranhão, onde está presente há quase 40 anos. Com duas unidades no estado, a divisão de Produtos Naturais da empresa produz e fornece matérias-primas extraídas de plantas, que são utilizadas em medicamentos, suplementos alimentares e cosméticos.

Trechos de artigos que compõem o livro Nhozinho: imensas miudezas: "A riqueza dos personagens e situações retratados na obra de Nhozinho é tanta que a sua identificação no universo da brincadeira do Bumba maranhense torna-se tarefa fácil e prazerosa." Maria Michol

"Nhozinho legou aos muitos artesãos e artistas populares do Maranhão um estilo de produção artística altamente representativo dos modos de ser e viver de seu povo, com o qual parece ter-se identificado, em muitos aspectos, ao longo de toda a vida." Luciana Carvalho

"Nhozinho deseja dar testemunho do seu tempo, e "escreve" a sua história através da fixação da sociabilidade e da festa." Lélia Coelho Frota

"A tarefa afetiva de Nhozinho parece ter sido inverter o sentido de toda rejeição e limite." Paulo Herkenhoff

"Suas rodas de brincantes, suas embarcações de buriti, suas miniaturas com roupas de malacacheta, são todas obras que exigem paciência de monge e rigor de esteta, e são prova material do amor que o artista nutriu pelo seu povo, os tipos populares sobre os quais lançou seu olhar atento e amoroso, como só os poetas sabem fazê-lo." Zeca Baleiro

Nhozinho: imensas miudezas, de 22 de novembro 2007 a 24 de fevereiro de 2008, terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas, sábados, domingos e feriados, das 15 às 18 horas, na Galeria Mestre Vitalino - Museu do Folclore, Rua do Catete, 179 e 181, Catete, Rio de Janeiro – RJ. Entrada gratuita | Informações: (21) 2285-0441 | Patrocínio: Merck S.A. || www.nhozinho.art.br

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