Neurocientista Miguel Nicolelis faz palestra na FINEP

A internet une muitas coisas: celulares, computadores e, atualmente, até cérebros! O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis já conseguiu conectar os cérebros de dois ratos — sendo que um deles estava no Brasil e o outro fora do país — usando a internet. Foi a primeira interface cérebro-cérebro já feita e a criação do conceito de brainet, espécie de “internet cerebral”. Nicolelis vem à FINEP para apresentar seu trabalho à frente do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edward e Lily Safra (IINN-ELS) no dia 21 de maio (terça-feira), a partir de 10 horas. A FINEP – Agência Brasileira da Inovação financiou a criação do instituto e projetos capitaneados pelo cientista, que sonha colocar um paraplégico para dar o pontapé inicial na Copa do Mundo de 2014. O cientista vai apresentar detalhes da sua nova iniciativa apoiada pela Agência, chamada “Andar de Novo”. O evento é aberto ao público e à imprensa.

Na sua pesquisa com ratos, após terem microeletrodos instalados em suas cabeças, os animais passaram a se comunicar por meio da transmissão dos sinais elétricos produzidos por seus neurônios. O estudo, realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, e no IINN-ELS, foi publicado na revista Scientific Reports.

A equipe liderada por Nicolelis também procura produzir implantes cerebrais para, um dia, permitir a paraplégicos andarem, além de controlar doenças neurológicas, como Parkinson, reparar desconexões de áreas do cérebro afetadas por lesões, tipo AVC, ou reconectar partes do cérebro interropidas por acidentes vasculares.

Nicolelis e colegas já fizeram com que macacos tivessem sensações táteis de um braço virtual literalmente controlado pela força da mente. É o tipo de pesquisa que facilitaria a criação de próteses inteligentes, que dariam um feedback táctil das sensações aos pacientes, algo que não acontece com membros artificiais.

Ainda é cedo para saber das utilizações desse modelo entre humanos, afirma o próprio neurocientista. Mas ele acredita que será possível. Em um futuro mais distante, já se pode pensar uma rede de Internet inteiramente operada pelo pensamento humano. O cérebro, definitivamente, ainda é um campo para ser explorado.

.[Dia 21 de maio (terça-feira), a partir de 10 horas da manhã, no Espaço FINEP, Praia do Flamengo, 200 – Pilotis].