O aumento das associações e a diminuição da força política

A recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa, sancionada pela presidente Dilma em abril, veio suprir a carência de representatividade de um setor fundamental para a promoção do crescimento econômico, criação de emprego e renda e melhorias nas condições de vida da população. Apesar disso, a criação de mais uma Secretaria nos traz um questionamento: Quantos ministérios são necessários para atender aos anseios de todos os setores?

No Brasil, são 39 ministros e nove secretários especiais com status de ministros. Se comparado a outros países, é notável a abundância de pastas no governo. O presidente Barack Obama, presidente da maior potência mundial, governa os Estados Unidos com apenas 15 ministros; Angela Merkel, da Alemanha, tem 17; Os argentinos possuem 15 e os chilenos 22 pastas.

Esse é apenas um exemplo de como, no País, há uma diversidade de organizações e associações que buscam se legitimar como representante de uma classe ou setor. Um cenário nocivo e mais comum do que se pensa é quando temos duas organizações do mesmo setor reivindicando uma mesma conquista; ou pior, hasteando bandeiras distintas.

Tal situação só tende a enfraquecer o setor, pois o “representado” não sabe qual representante escolher e os órgãos governamentais encontram mais uma oportunidade para protelar a solução dos casos.

O que as associações devem fazer é deixar de lado as divergências de pensamentos e opiniões e unir esforços em busca de um objetivo em comum. Afinal, uma mensagem falada em uníssono tem muito mais força e é muito mais perceptível que uma mensagem dita de várias formas diferentes ou que uma profusão de mensagens pronunciadas ao mesmo tempo.

Ações simples como sentar para conversar sobre as causas a serem defendidas, discutir a maneira como estão atuando para atingir determinado objetivo, realização de parcerias (entre si e com outras entidades públicas e privadas) e elaboração de projetos conjuntos, podem transformar o exercício do associativismo praticado por estas entidades em força na luta pelos ideais.

A um ano das eleições que elegerá o novo presidente do país, outro exemplo de profusão de opções pode ser encontrado na fusão entre PMN e PPS. Alguém sabe responder o que as siglas destes partidos significam? Ou apenas citar, prontamente, pelo menos cinco das 29 siglas partidárias registradas no Tribunal Superior eleitoral (TSE)? O que ou quem elas defendem? Qual a ideologia de cada uma? Ainda que começássemos a estudar hoje, provavelmente não teríamos respostas confiáveis para todas essas perguntas na hora de digitar o voto na urna.

.Por: Marcos Sakamoto, presidente da Assespro-SP |Perfil da Assespro-SP-A Assespro é uma associação empresarial que congrega as empresas de TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) e tem como objetivo ser a interlocutora do setor na busca e defesa de seus interesses diante do mercado e das autoridades. A Assespro-SP é a regional da entidade no Estado de São Paulo. | www.assespro-sp.org.br.