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08/11/2007 - 12:07

Energia eólica: a opção limpa para complementar a matriz energética brasileira

Empreendedores como a Bioenergy estão dispostos a investir em geração limpa e renovável para a composição da oferta de eletricidade nos próximos anos.

Nas gavetas do Ministério de Minas e Energia (MME) há 7,21 mil MW em projetos de energia eólica autorizados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mas esquecidos pelo governo. São projetos que já possuem área de instalação e todas as licenças necessárias para gerar energia elétrica, mas que estão fora do planejamento energético brasileiro no curto prazo.

O total da potência eólica parada, à espera de contratação, representa 10% mais de geração de energia do que, por exemplo, toda a potência instalada das usinas hidrelétricas do Complexo do Madeira, que irão gerar 6,4 mil MW.

Apenas uma das empresas de geração de energia a partir de fontes alternativas instaladas no País, a Bioenergy está pronta para investir cerca de R$ 2 bilhões em três parques eólicos no Nordeste do Brasil. Esses projetos, com capacidade instalada total de 460 MW, poderiam iniciar a operação em 2010 e comercializar a produção em leilões específicos de energia eólica do governo federal. Contudo, para deslanchar, esses e outros projetos já autorizados dependem da vontade política do governo federal.

Presidida por Sergio Marques, que também é vice-presidente da ABEE (Associação Brasileira de Energia Eólica), a Bioenergy foi uma das pioneiras na geração deste tipo de energia no País, tendo iniciado sua atuação em 2002.

De lá para cá, a empresa já estruturou 11 projetos na Paraíba, desenvolvidos e contratados dentro das diretrizes do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas). Atualmente trabalha fora do Programa em novos projetos a serem instalados no Rio Grande do Norte. São eles: Porto dos Ventos (120 MW), Miassaba (70 MW) e Rei dos Ventos (270 MW). Este último, quando pronto, será o maior projeto da América Latina em capacidade instalada.

A companhia é um exemplo entre os empreendedores que têm interesse em implementar usinas eólicas no Brasil, para complementar a oferta do sistema elétrico nacional, mas que esbarram na falta de políticas em prol das energias alternativas e limpas como esta.

“A implementação das usinas eólicas no ambiente do Proinfa pela Eletrobrás está sendo um sucesso, assim como seu caráter complementar à geração hídrica, o que vem provar a total viabilidade da energia eólica no Brasil. No entanto, apesar deste cenário favorável, o planejamento do setor sob os cuidados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) não valoriza esta tecnologia”, afirma Sergio Marques, ao lembrar que, no Brasil, há apenas 1,4 mil MW de eólica contratados no ambiente do Programa, quantidade irrisória se comparada ao potencial da força dos ventos no País.

A energia eólica reúne condições ideais para diversificar a matriz energética, pois, como energia limpa e renovável gerada pelo vento, se alinha às diretrizes de desenvolvimento sustentável, inclusive por não emitir gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa.

Além disso, uma usina eólica é de rápida instalação - de 18 a 24 meses – e geralmente se situa próxima aos centros consumidores – reduzindo o custo com linhas de transmissão e reduzindo as perdas energéticas, fato que se alinha à eficiência energética tão perseguida pelo setor público e privado. Acresça-se a isso que o Brasil tem potencial de geração de 143 mil MW, conforme dados do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, elaborado pela consultoria Camargo-Schubert para o MME. Desse total 73 mil MW estão situados apenas no Nordeste.

Com a previsão de crescimento anual do PIB entre 4% e 5%, o País terá a necessidade de adicionar 4 mil MW ao ano de energia ao sistema interligado nacional, cuja matriz é hoje de 94 GW, e a energia eólica poderia ajudar na composição dessa oferta.

“A intensidade dos ventos nordestinos aproxima a eficiência de uma usina eólica à eficiência de uma hidrelétrica de grande porte, e ainda faz com que a energia eólica complemente a hídrica em períodos de menor vazão das bacias na região”, afirma Sergio Marques.

Ele explica que, em períodos secos, venta mais, ao passo que, em períodos úmidos, o vento diminui. “O clima impacta a energia eólica e a hidráulica de forma inversamente proporcional, o que demonstra o quanto a energia eólica poderia contribuir na composição da oferta de energia nacional”, afirma o executivo.

O custo da geração eólica, de R$ 230 MWh, apontado como caro no passado, já pode ser considerado competitivo, e bem abaixo das tarifas praticadas pelas termelétricas que, incluindo o valor do combustível, chegam a cobrar de R$ 500 a R$ 600 por MWh gerado, com a agravante de gerarem uma energia suja e poluente.

“Todas as condições são favoráveis para a geração de energia eólica no Brasil. Falta apenas o governo dar condições para que esta energia seja contratada nos leilões públicos e dar segurança aos investidores com perspectivas de manutenção das condições de comercialização no médio e longo prazo”, complementa Marques.

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