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28/05/2013 - 09:55

A desastrada gestão dos kirchners

O casal que governa a Argentina há dez anos - e povo do Rio da Prata vislumbra alguma magia na governança sob um casal e um tango - locupletou-se nas tetas do Estado e apresenta resultados desastrosos. Cristina rompeu com importantes lideranças sindicais que seu marido afagava carinhosamente, não como forma de libertar o país de um corporativismo peronista quase crônico, mas para cair nos braços de outras correntes do peleguismo portenho e gerar grandes manifestações de descontentamento em frente à casa Rosada.

Os motivos para o descontentamento crescente do povo argentino com a dinastia que o rege são inúmeros, desde a proibição da comercialização do dólar, que passou a fluir clandestinamente; e agora o câmbio negro é legalizado. As medidas protecionistas foram um bumerangue e terminaram por aviltar a produção do país, fundamentalmente estruturada sobre commodities.

Ao contrário da propaganda governamental, como destacou edital de O Estado de São Paulo, a década passada foi um longo período de estagnação - uma década perdida. A agroindústria sofre e os agricultores amargam as restrições da exportação de produtos agrícolas. A degenerescência da importância das exportações argentinas está evidenciada no mercado mundial. Um tradicional produto argentino - a carne - foi praticamente suprimido do consumo estrangeiro - desde o governo de Nestor Kirchner;

Esse controle das exportações teve natureza xenófoba e temerária no contexto de uma economia globalizada: garantir o abastecimento doméstico a preços suportáveis. As consequências foram as piores possíveis: aumento dos preços internos e retração das exportações.

Por outro lado, formou-se um casulo com a proibição de importações de várias mercadorias essenciais, como se algum país pudesse ser uma ilha isolada. A proibição de importações - até mesmo de medicamentos importantes

- foi simplesmente deplorável. A agressividade do governo argentino em relação a seus próprios parceiros do Mercosul, inclusive o Brasil, isolaram-na na cone sul. O afastamento do Paraguai do Mercosul, por suposto e inocorrente rompimento com os princípios democráticos - cláusula salutar do estatuto da união sul americana - foi determinado sobretudo pela posição intransigente de Cristina, que preferiu parceria com a Venezuela, como se esta não estivesse sob séria crise econômica.

O detrimento dispensado às relações comerciais com o Brasil, que suporta dias de filas enormes de caminhões para ingressar no território argentino, submetidos a uma lenta e despreocupada inspeção por parte de suas autoridades, só não recebeu a contrapartida de forte retaliação do Brasil graças à nossa tradição diplomática prudencial e à leniência do governo de Dilma Roussef com seus parceiros populistas da América Latina; uma aliança teratológica e prejudicial ao Brasil com os principais protagonistas dessa política demagógica. Já se prenuncia uma crise imobiliária, com forte queda dos preços de venda e aluguel de imóveis até mesmo no glamouroso bairro de La Recoleta, em Buenos Aires. Esperemos que, para superar a crise, prevaleça democraticamente a vontade soberana do povo, num país acostumado a re solver seus impasses por meio de golpes de mão e ruptura das liberdades públicas.

.Por: Dr. Amadeu Garrido, advogado.

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