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29/05/2013 - 10:23

Uso de redes sociais ganha debate em colégio

Colégio de Aplicação da PUC-Rio, o Teresiano promoveu recentemente um debate com o tema “A família e o Facebook: um caso de amor e ódio”, na Gávea. A discussão teve a presença do psicólogo Sergio Garbati Gorenstin, terapeuta de família e mestre em Psicologia pela UFRJ. Na plateia estavam pais, educadores e estudantes de pedagogia, preocupados em aproveitar a força da internet como ferramenta de educação e driblar os riscos da exposição de menores no mundo virtual.

“As redes sociais são o novo pátio na hora do recreio. Sempre conectados, os alunos brincam, mas também trocam informações sobre o dever. O Facebook é um grande querido diário aberto a todos, com os perigos da superexposição. O bate papo entre os alunos não pertence à escola, que tem o papel de prevenir o bullying, só que não tem como impedir que ocorra no plano virtual. Professores e pais devem alertar sobre os riscos”, disse o psicólogo.

Para ele, os pais têm no Facebook a oportunidade de conhecer melhor os seus filhos, no momento de “solidão social” em que vivemos. “A necessidade de se expor e viver em rede já existia, desde o tempo em que amigos trocavam cartas e as meninas escreviam diários com cadeados minúsculos e, às vezes, esqueciam de fechá-los. Elas escreviam e, depois, ligavam para as amigas contando. Antes, os adolescentes ficavam horas no telefone fixo, na frente da TV e com os videogames. Cada evento tecnológico desse criou uma quebra no modo de vida das famílias”, frisou.

Sergio Garbati lembrou que, com a internet, o mundo ficou maior e cresceram os perigos: “A família se sente invadida com tudo que é postado. A expectativa de privacidade tem que ser esquecida e isso deve ser discutido em casa, para ver o que pode ser feito. Por outro lado, por imposição cultural, desejamos que os filhos sejam famosos, alegres e lindos, dentro da cultura da celebridade que está aí. E hoje para ser celebridade na rede tem que postar muito. Jovens sofrem se poucos curtirem. Mas se o filho não for popular na sala, os pais vão ficar preocupados. Mas poucos conseguem ser celebridades. Antes, tirar 10 não era para ser famoso, era para ser inteligente. Infelizmente, lá na frente, essa busca pela fama pode se transformar em anorexia, abuso sexual, impulsividade e dependência química. No lugar da celebridade, proponho que voltemos a educar mais o adolescente para a ideia do mito do herói, que cai, se levanta, mas vence lá frente. Aliás, educar é um ato heróico.”

Para a também terapeuta de família Erica Cavour, ex-estudante do Teresiano e mãe de aluno, a preocupação com o bullying deve ser constante. “O ataque virtual fere o coração, a dor é concreta. E será no mundo real que os jovens vão se proteger, ser acolhidos por quem ama e cuida”, comparou. Outra mãe de aluno e coordenadora de uma escola municipal no Morro da Formiga, Maria Lucia Braga, acha o debate oportuno e que deve ganhar as salas de aula.

O professor Siddharta Fernandes, coordenador de Informática do Teresiano e pai de dois alunos, diz que o colégio está propondo também uma discussão grande entre os estudantes sobre as redes sociais: “Orientamos sobre a criação de grupos no Facebook para estudos, troca de ideias e recreio, sem interferência. Estamos colocando toda a escola para pensar a melhor forma de usar a internet. Em agosto, reuniremos as ideias em um novo debate.”

O encontro no Teresiano sobre o Facebook integra o ciclo de debates “Direitos humanos: ontem, hoje, sempre”, reunindo professores, pais e alunos. A discussão tem o apoio do Movimento Socioeducativo Educar em Tempos Difíceis, Novamérica, Centro Cultural Proveda e Movimento de Educadores em Direitos Humanos.

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