Investimentos dos fundos de pensão batem recordes e superam R$ 416 BI

São Paulo - O total de ativos administrados pelos fundos de pensão brasileiros atingiu a marca de R$ 416,4 bilhões no fim de agosto deste ano, valor equivalente a 17,0% do PIB, mesmo pagando aposentadorias e pensões de valores elevados - acima de R$ 11,0 bilhões em 2007.

Vale ressaltar que a taxa do PIB está de acordo com a nova série do Sistema de Contas Nacionais que tem como referência inicial o ano 2000. Com esses novos dados, os ativos das entidades em função do PIB, que em dezembro de 2000 estavam em 12,2%, aceleraram para 17,0% em agosto.

Os fundos de pensão pagaram R$ 1,23 bilhão em aposentadorias no oitavo mês deste ano. As pensões, por sua vez, somaram R$ 151,4 milhões. Esses benefícios foram recebidos por 646,2 mil participantes assistidos. O número de trabalhadores participantes do sistema de previdência complementar representa hoje um contingente superior a 2,6 milhões de trabalhadores. Para o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Fernando Pimentel, é da excelência na gestão das aplicações que provêm os recursos para esse crescimento, exemplificado pelo superávit de R$ 30,4 bilhões alcançado no ano de 2006, resultado de um retorno de R$ 56,9 bilhões obtido com os investimentos, descontada uma necessidade atuarial de R$ 26,5 bilhões no período.

Nos primeiros oito meses deste ano os investimentos saltaram 12,5% passando de R$ 352 bilhões em dezembro de 2006 para R$ 394 bilhões em agosto. A rentabilidade entre agosto de 2006 a agosto de 2007 chegou a 2,0% ao mês ou 26,7% no período, o que coloca o sistema de fundos de pensão entre os ativos de maior crescimento no País.

Nos últimos 12 meses, na renda variável, por exemplo, a remuneração obtida no período (52,2%) suplantou amplamente o mais importante dos referenciais da Bolsa, o IBrX 50 médio (48,5%) no mesmo período. Tal performance permite pagar hoje a 646 mil brasileiros aposentadorias e pensões em valores de aproximadamente cinco vezes superiores aos do INSS.

Os seguidos recordes sinalizam que os diversos indicadores dos fundos de pensão deverão obter ainda maior relevância nos próximos anos, uma vez que uma nova base legal e normativa adquirida nos últimos anos, ao lado do aprimoramento da governança, do uso de melhores técnicas de gestão e da adoção de controles mais rigorosos, colocou a Previdência Complementar na rota de um novo ciclo de mais intenso crescimento.

De acordo com Pimentel, se o patrimônio continuar crescendo à taxa de 10% ao ano - que é a média histórica apresentada nos últimos 10 anos - o patrimônio dos fundos vai chegar a R$ 1,8 trilhão em 2020, elevando a poupança da previdência para 50% do (PIB). Nos países desenvolvidos, no entanto, a poupança previdenciária fica na faixa de 70% a 80% do PIB.