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29/05/2013 - 10:38

Impressoras 3D e a questão das armas: a falha está no ser humano, não na tecnologia

As impressoras 3D ganharam uma dimensão nova nesses últimos anos, principalmente quando chegaram com preços mais acessíveis ao consumidor final, ou seja, ao usuário comum. Com sua potencialidade de criar objetos, deu brilho aos olhos do homem, que se entusiasma como ninguém com tecnologias que são capazes de mudar paradigmas.

No entanto, como qualquer outra tecnologia, o ser humano tem a escolha de utilizá-la para o bem ou para o mal, e isso é uma decisão exclusivamente de quem faz uso dela. E, infelizmente, nos deparamos com consequências desagradáveis que afetam toda a sociedade.

São quase todos os dias que vemos notícias que mostram as evoluções e o bom uso da tecnologia de impressão 3D em diferentes segmentos: seja na construção de prédios, no desenvolvimento de implantes, na extravagância e na ousadia dos desfiles de moda pelo mundo afora, na reposição de alguns órgãos e movimentos do corpo humano ou até na fabricação de chocolates. As impressoras 3D vêm criando uma nova solução para os desafios da indústria e para os avanços da Ciência e da Medicina, que nos trazem resultados surpreendentes.

No entanto, como nem tudo é um mar de rosas, recentemente, um grupo norte-americano divulgou na Internet o arquivo das peças de uma arma para serem impressas nesse equipamento, o que causou muita polêmica no mundo, principalmente porque esse arquivo foi baixado 100 mil vezes em dois dias. Os países que mais baixaram o modelo 3D de arma foram o Brasil, Estados Unidos, Espanha, Alemanha e Reino Unido.

E a discussão veio à tona: o mundo questionou se esta tecnologia é realmente positiva ou negativa, afinal, o Departamento de Estado americano obrigou retirar do acesso público esse arquivo porque é preciso avaliar se o projeto está de acordo com as regulações de exportação de armas de fogo (ITAR, na sigla em inglês).

O resumo da ópera é que a tecnologia sempre está a favor do ser humano e cabe a ele mesmo saber fazer o bom uso do que se tem disponível. Claro que sempre vão existir as questões problemáticas que envolvem esse tipo de evolução, mas a conscientização do homem para o bom senso no poder que certas tecnologias permitem vem de dentro para fora. E não é possível desacelerar os progressos só porque existem casos isolados que não deram certo ou não foram bem vistos pela sociedade ou por autoridades governamentais.

Essa cena se repete a cada nova descoberta tecnológica, pois o problema está, na verdade, nas mãos de quem a utiliza para outro fim. Afinal, o avião foi inventado para diminuir distâncias no mundo e nunca para servir à guerra. Motosserras foram criadas para ajudar o homem na derrubada de árvores que servem à indústria do papel, pois não dá para imaginar o mundo sem os exames médicos, a moeda etc., mas nunca foi sonhada para derrubar florestas e servir ao desmatamento.

A análise vai além: não vale mais a pena a NASA poder criar seus próprios objetos de necessidade numa viagem ao espaço e não depender de processos de alto custo para manter essa mesma viagem? Ou saber que a Medicina está evoluindo e mudando a vida de diversas pessoas porque a tecnologia de impressão 3D ajudou em alguns métodos que antes eram inacessíveis e até inimagináveis

Posto isso, o que sabemos é que a impressão 3D é poderosa e sua revolução no dia a dia de qualquer um, das pequenas, médias e grandes empresas é maior e mais benéfico do que seus contras. Sem dúvida um caminho sem volta (ainda bem).

.Por: Sergio Oberlander, sócio-fundador da Robtec, líder na introdução de prototipagem rápida e na venda de impressoras 3D na América Latina e que tem base no Brasil e escritórios no México, China, Argentina e Uruguai. Engenheiro Mecânico, com Mestrado em Robótica e Automação Industrial, foi escolhido como o Empreendedor Endeavor Global em 2007.

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