A fraude do leite e a rastreabilidade dos alimentos

A rapidez com que foram retirados das prateleiras dos supermercados os lotes de leite contaminado, devido à identificação de irregularidade em algumas unidades que sofreram acréscimo de substância semelhante à ureia, evitou que o problema fosse maior. Ao todo, 14 lotes foram adulterados por cinco empresas responsáveis pelo transporte, segundo apontou a Operação Leite Compensado. Foi necessário agir rapidamente para recolher os 100 milhões de litros de leite que se encontravam à venda. Essa não é a primeira vez que é preciso ter agilidade para resolver problemas de contaminação em produtos de larga escala de consumo.

Casos como o do Toddynho e do suco Ades bém exigiram uma ação rápida. A rastreabilidade permite identificar onde ocorreu a contaminação química, biológica ou perda de qualidade durante o processo e principalmente apurar para onde o produto foi distribuído, permitindo sua retirada rápida e precisa.

Sem dúvida, a preocupação com a segurança dos alimentos se torna cada vez mais presente em todo o mundo, e a rastreabilidade é uma ferramenta essencial para ajudar a detectar o problema. A identificação do item por meio do código de barras é a base do processo. É possível agregar informações adicionais como o número do lote e a data de validade.

Esta e outras crises evidenciam o papel fundamental da identificação padronizada dos bens alimentares na cadeia de suprimentos. Com um sistema de identificação em todas as fases, desde a matéria-prima até a venda ao consumidor, é possível localizar o produto de maneira ágil e segura, o que gera maior confiança por parte do consumidor.

.Por: João Carlos de Oliveira – Presidente da GS1 Brasil-Associação Brasileira de Automação