Beleza sustentável cresce no Brasil

Indústria de cosméticos investe cada vez mais em produtos que diminuem o impacto ambiental; as embalagens de refil resultam em economia e em uma escolha consciente.

A preocupação com o consumo sustentável impacta cada vez mais o desenvolvimento de produtos na indústria, que está atenta a esse novo consumidor antenado com essas questões. Os conceitos de sustentabilidade chegaram até a indústria de cosméticos, que passou a utilizar embalagens recicláveis e fórmulas que causam menos danos ao meio ambiente. De acordo com Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia, sendo que 40% é resultado das embalagens plásticas. Por isso, a tendência do mercado sustentável é a fabricação de produtos com embalagens refil, cujo sucesso vem sendo atribuído à mudança de comportamento da população.

A Farmax, empresa fabricante de produtos farmacêuticos e cosméticos, passou a investir no uso de materiais reciclados para aliar às práticas sustentáveis já adotadas pela indústria. A empresa desenvolveu embalagens para refil que utiliza plástico reciclado em sua composição para a linha Hidraderm. O plástico moído e descartado em outras produções é utilizado para fabricar as embalagens.

Para a gerente de marketing da Farmax, Flávia Amaral, as indústrias precisam implantar políticas ambientais em toda a sua estrutura. “Temos dentro da empresa uma estação de tratamento de efluentes, que filtra e trata todos os resíduos da empresa antes de irem para a rede de esgoto, que por sermos uma indústria cosmética trabalhamos com materiais químicos. Fazemos coleta seletiva, separando todos os lixos que são gerados internamente e tudo isso faz parte de práticas sustentáveis que beneficiam não só a empresa, mas a sociedade e o meio ambiente em geral”, destaca.

Os produtos com refil são grandes aliados na redução do lixo, a embalagem é utilizada diversas vezes antes de reaproveitar ou encaminhar para a reciclagem. Segundo a ABIEF, utilizar embalagens de refil e encaminhar para a reciclagem é o caminho para diminuir a produção de lixo e os impactos ambientais. De acordo com Amaral, com o uso dos refis é possível reduzir o descarte de materiais plásticos e consequentemente o lixo. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a utilização de refis pode diminuir de 15% a 20% na produção de lixo.

A empresa resolveu apostar no uso do refil para atender uma demanda dos consumidores, que passaram a buscar embalagens reutilizáveis. A prática pretende ser adotada em outras linhas, pois além de diminuir o impacto ao meio ambiente, o refil é mais econômico para a empresa e para o consumidor. “Os consumidores estão mais conscientes. Hoje, eles se preocupam em cuidar da natureza e também em economizar e a indústria precisa acompanhar essa mudança”, explica Flávia.

Segundo a União para o BioComercio Ético (UEBT), que avalia o conhecimento sobre a biodiversidade ao redor do mundo, 84% dos consumidores afirmaram que deixariam de comprar produtos da indústria de beleza se soubessem que as empresas não adotam boas práticas ambientais e éticas. O Brasil aparece também em destaque na pesquisa sobre conhecimento da biodiversidade, como sendo o país onde os consumidores detêm o maior conhecimento sobre o conceito de biodiversidade (96%), seguido pela França (95%) e China (94%).

Farmax – Viva melhor todos os dias: a Farmax é uma empresa mineira, com sede em Divinópolis e está no mercado desde 1980. Com uma gestão familiar bem sucedida, a indústria cobre todo o mercado nacional, com marcas diversificadas e produtos farmacêuticos e cosméticos, largamente consumidos pelas mulheres com idade superior a 16 anos, pertencentes à todas as classes sociais. Atualmente, a empresa lidera o mercado nacional de acessórios para as unhas pelo quinto ano consecutivo, de acordo com a pesquisa feita pela Nielsen.

A trajetória da empresa começou há mais de 40 anos, com a pequena farmácia, a São Geraldo, em Divinópolis. Na época, concentrava suas atividades na distribuição de artigos de perfumaria e medicamentos. Há aproximadamente 20 anos, a empresa decidiu ampliar sua atuação e passou a fabricar produtos farmacêuticos conhecidos como OTC, disponíveis nas farmácias para compra sem receita médica, como mercúrio, iodo, glicerina, entre outros. A iniciativa rendeu resultados tão satisfatórios que, menos de uma década depois, a fábrica se expandiu novamente e passou a produzir cosméticos.