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09/11/2007 - 07:40

Cabotagem como alternativa de transporte no país

Vantagens vai da redução do custo da carga ao menor índice de avarias; IPEA mostra que é grande a relação de segmentos industriais que podem se beneficiar do modal. A entidade criou um grupo específico para debater a cabotagem e iniciou um estudo para avaliar os principais itens que podem impulsioná-la no Brasil, o Grupo de trabalho reúne órgãos públicos, como a Secretaria de Estado dos Transportes de São Paulo, instituições de ensino e empresas de vários segmentos.

Para buscar oportunidades de melhorias e ganhos de eficiência nos vários elos da cadeia de abastecimento, a Associação ECR Brasil (www.ecrbrasil.com.br) apóia o desenvolvimento de modais de transporte alternativos. O objetivo é garantir que fabricantes façam chegar os produtos aos pontos-de-venda de modo mais ágil, no prazo previsto e com o menor custo a ser repassado aos preços pagos pelo consumidor. Para tanto, a entidade formou um grupo específico para a discussão da cabotagem - a navegação realizada entre os portos ou pontos do território brasileiro, pelo mar ou por vias navegáveis no interior do país - e iniciou um estudo sobre o tema, que visa a proporcionar o entendimento dessa matriz de transporte, com origens e destinos das cargas por tipo e segmento, além de delinear quais seriam os tipos de cargas e rotas onde a cabotagem poderia ser particularmente competitiva e avaliar os volumes de carga futura.

O Brasil, na avaliação de especialistas, apresenta bom potencial para a cabotagem, em função dos quase 8 mil quilômetros de costa litorânea, mas o modal é ainda pouco aproveitado. O transporte nacional é majoritariamente realizado por rodovias (61,2%). Ferrovia (20,7%) fica em segundo lugar, seguido do transporte por hidrovia (13,6%). Em outros países de grandes dimensões, como os Estados Unidos, predomina a circulação de mercadorias (43,9%) por ferrovia. Na China, 49,9% é escoado por hidrovia.

No território nacional, os custos do transporte rodoviário são mais altos quando comparados a outras modalidades. Além do mais, as péssimas condições das estradas acabam encarecendo o frete. Conforme dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), cerca de 54,6% das estradas brasileiras encontram-se em estado ruim ou péssimo, aumentando os riscos de acidentes e o tempo das viagens. Para se ter uma idéia da gravidade do problema, em 2002, 59% das estradas pavimentadas foram consideradas deficientes; em 2003, esse índice subiu para 83%, por ação das chuvas e por falta de manutenção, patamar que se mantinha até 2005.

As principais vantagens da cabotagem são a redução do custo final da carga, menor índice de avarias e maior controle de distribuição. Um estudo elaborado pelo Ipea mostra que é grande a relação de segmentos da indústria que podem se beneficiar com o modal. No topo do ranking, figura o comércio atacadista, seguido das indústrias de produtos químicos, dos fabricantes de produtos alimentícios e bebidas, das montadoras e dos fabricantes de produtos eletrônicos.

Menos poluição - Ao tirar caminhões da estrada, a cabotagem também apresenta vantagens ecológicas. Pesquisadores da Codesp desenvolveram um estudo para verificar a quantidade de gases tóxicos lançados na atmosfera pelos caminhões e a compararam com a dos navios. Durante o período de um ano, aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono foram lançadas no ar pelos veículos de carga que trafegavam nas estradas fazendo o trajeto Santos-Fortaleza. Com a cabotagem, o índice de poluição seria 99% menor.

"Diante dessas vantagens estamos propondo uma análise das questões estruturais e operacionais que sirvam tanto para o setor público, com a melhoria da infra-estrutura, como para o privado, para trabalhar com uma matriz de distribuição mais ampla, reduzindo custos e ganhando eficiência", explica o superintendente da Associação ECR Brasil e coordenador do Grupo de Cabotagem, Claudio Czapski.

Czapski ressalta que a cabotagem deve se integrar às outras modalidades de transporte utilizadas pelos operadores logísticos, que oferecem soluções completas porta-a-porta a seus clientes. E, ainda, que as empresas que contratam esses serviços necessitam dispor de ferramentas apropriadas para a avaliação de alternativas, considerando não apenas custos diretos e indiretos, mas também fatores qualitativos e de tempo.

O Grupo de Cabotagem definiu um plano de trabalho e analisa itens como a movimentação atual do modal, estimativa da demanda potencial (definição dos tipos de carga, demanda atual e projeção futura) e os custos e tarifas dos modais concorrentes (pesquisa de custos e tarifas e determinação das rotas alternativas). A demanda captável, detalhamento dos elementos logísticos da cabotagem (fluxo de mercadorias, tempos operacionais e procedimentos administrativos), identificação dos gargalos (físicos operacionais e institucionais legais), análise da embalagem (primária vs. secundária, interação da embalagem vs. logística, caracterização das embalagens para cabotagem), melhores práticas e operadores (benchmark nacional e internacional) e medidas de indução à cabotagem são outros itens a serem aprofundados no estudo.

Participam do Grupo de Cabotagem da Associação ECR Brasil órgãos públicos, instituições de ensino e empresas de vários segmentos, incluindo a Secretaria de Estado dos Transportes de São Paulo, Dersa, Aliança, BRLog, Fundação Getúlio Vargas, Grupo JBS, Kraft Foods, Makro, McLane do Brasil, Pão de Açúcar, Wal-Mart, Santos Bay Transportes e Spessoto Engenharia Logística, Kimberly Clark, Unilever, Maersk, Sadia e Colgate.

Sobre a Associação ECR Brasil - A entidade sem fins lucrativos, fundada em 1997, reúne mais de 60 empresas associadas e tem como missão difundir as ferramentas de Resposta Eficiente ao Consumidor (Efficient Consumer Response, em inglês), ou simplesmente ECR, sigla pela qual é conhecida no mundo inteiro. As principais ferramentas são gerenciamento por categoria, reposição eficiente e troca eletrônica de dados.

A sigla ECR representa um movimento global, nascido nos Estados Unidos, por meio do qual integrantes de toda a cadeia de abastecimento (varejo, atacado, distribuidores, indústria, serviços e outros), independentemente de marcas, preços ou participação de mercado, trabalham em conjunto em busca de padrões comuns para a melhoria dos processos, redução de custos, aumento da eficiência e, principalmente, atender às necessidades dos consumidores. || Site www.ecrbrasil.com.br.| Maxpress Net

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