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13/06/2013 - 10:12

Indústria é essencial para a sustentabilidade do PIB

A indústria gráfica brasileira, como tantos outros ramos da manufatura, vive conjuntura desafiadora, marcada por um nítido processo de desindustrialização, que se agravou com a grave crise mundial desencadeada em 2008. Entramos num estranho descompasso, com a demanda do consumo aumentando, graças, é verdade, a alguma medidas anticíclicas bem-sucedidas do governo, mas, por outro lado, sendo suprida de modo crescente por bens e produtos importados.

Em vários segmentos observa-se crescimento na ponta do consumo final e na distribuição, aumento das importações e queda na produção nacional. Nessa complexa equação de enfrentamento da duradoura crise é necessário, com urgência, colocar a indústria no mesmo patamar de expansão do comércio, serviços e agronegócio, até porque, numa economia grande e diversificada como a brasileira, não haverá sustentabilidade de expansão do PIB, do baixo desemprego hoje existente no País e do bom desempenho do nível de atividade caso o setor continue sucumbindo.

É essencial o resgate urgente da competitividade da indústria, a começar pela ampliação, para mais setores, dentre eles o gráfico, de medidas como a desoneração da folha de pagamentos. Vale acentuar que a Abigraf Nacional já encaminhou pedidos, nesse sentido, ao Governo Federal e ao Congresso Nacional.

Não podemos assistir de braços cruzados ao desmantelamento da indústria, incluindo as gráficas, como se isso fosse o destino inexorável dos países emergentes e desenvolvidos. A partir da década dos 80, num mundo ainda distante da crise, ganhou força a tendência de transferência da produção manufatureira das nações ricas para aquelas nas quais a mão de obra era mais barata e os custos menores. À época, lembro-me bem, cunhou-se o termo “sociedade pós-industrial”, para definir um novo modelo de distribuição das atividades, segundo o qual a indústria ficaria nas economias em desenvolvimento e os serviços e comércio, nos Estados Unidos, União Europeia, Japão...

A verdade é que, mesmo antes da crise, os países que assumiram a produção industrial, em especial a China, passaram a crescer muito mais. Hoje, a nação asiática, depois de ultrapassar sucessivamente Itália, França, Reino Unido, Canadá, Alemanha e Japão, tornou-se a segunda maior economia do Planeta. E, no pós-crise, continua crescendo muito acima dos demais. Sem entrar no mérito das vantagens competitivas chinesas, algumas delas nem sempre alinhadas às normas do capitalismo democrático, a verdade é que, sem indústria, acabam surgindo gargalos ao crescimento de outras nações.

A indústria desenvolve e absorve tecnologia, investe em P&D (Pesquisa & Desenvolvimento/Inovação), cria empregos em caráter intensivo e paga salários mais elevados. Além disso, produz e exporta bens e produtos de maior valor agregado. Com isso, contribui muito para que as nações tenham superávit em suas balanças comerciais. Vale ressaltar o preocupante déficit comercial brasileiro no primeiro trimestre de 2013, algo que não ocorria há muitos anos. Será que se nossa indústria estivesse mais competitiva teríamos sofrido esse revés no comércio exterior?

O parque gráfico, como os demais ramos da manufatura, enfrenta esse problema, agravado pelo advento de novas mídias, em especial a internet, o e-book e os meios digitais, que com ele compartilham o mercado da comunicação. Apesar de todos os problemas atuais, o empresário gráfico brasileiro continua investindo em tecnologia, qualificação de mão de obra e acreditando positivamente na breve retomada de um crescimento econômico mais expressivo. Temos conhecimento, tecnologia, experiência e, em inúmeras oportunidades, demonstramos imensa capacidade de superação. É hora de colocarmos toda essa bagagem a serviço do fortalecimento e forte expansão de nosso mercado.

.Por: Levi Ceregato, presidente da Abigraf Regional São Paulo (Associação Brasileira da Indústria Gráfica-SP).

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