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18/06/2013 - 10:16

Para economista Simoens, 'consumo não alavanca crescimento'

Especialista em finanças fez conferência na Unesp.

Em 2013, "cresce a percepção de que o Brasil está mal posicionado para o crescimento e há uma tendência de desvalorização do real, ponderou o economista Luiz Afonso Simoens, durante a conferência “Moeda e Crise Econômica Global; Perspectivas para o Mundo e para o Futuro,” realizada em 13 de junho, na sede do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (Ippri), da Unesp, em São Paulo, SP.

Simoens, que já atuou no Banco Central na área de Organismos e Acordos Financeiros Internacionais, fez uma retrospectiva da crise financeira de 2008 e abordou perspectivas econômicas para as regiões globais. Sobre o Brasil, avaliou que o crescimento encalhou em 2,5%, entre outros fatores, em razão do aumento do endividamento das famílias, do crescimento da renda acima dos índices de produtividade e do “efeito inclusão”, que aumentou o consumo da classe “C” causando aumento no preço dos alimentos. “Vai ser difícil sair disso”, avalia. Para o economista, consumo não alavanca crescimento e o Brasil deveria investir em infraestrutura.

Sobre os Estados Unidos, analisou que o país deve retomar um crescimento por volta de 3% em 2014, ancorado em três fatores: mudança da matriz energética, em razão da tecnologia para extração de óleo e gás natural do xisto, fator que permitiu a redução do custo da energia. A autossuficiência energética, somada à desvalorização do dólar e aos salários domésticos menos pressionados, resultará no renascimento da indústria americana de alta produtividade e rentabilidade, como a automobilística.

Simoens considera que a China contribui para a recuperação mundial quando cresce a taxas superiores a 7,5%. Internamente, o País deseja aumentar o consumo. Para tanto, o salário real precisa crescer, o Iuane se fortalecer e o volume de investimento deve diminuir e mudar de enfoque: menos infraestrutura e mais qualidade de vida.

O Japão é um país credor internacionalmente, disse o conferencista, que é pesquisador do Instituto de Estudos Econômicos Internacionais, ligado ao Ippri. O problema é que sua moeda apresenta fragilidades, em razão da alta dependência comercial em relação aos Estados Unidos e ao dólar, que denomina a maior parte de seu comércio exterior. Apesar disso, o Japão está virando ao jogo, porque o governo conseguiu desvalorizar o Iene. “Num país deflacionário, isso é um bônus enorme para a indústria, que já está se reposicionando no comércio internacional”, comenta.

Para Simoens, ao contrário da contribuição positiva dos Estados Unidos, China e Japão para o crescimento mundial a partir de 2013, a zona do Euro continuará mostrando baixo crescimento. Em relação à América Latina, o economista apontou que o crescimento dos Estados Unidos eleva as economias do México, Caribe e Colômbia. Por outro lado, o Brasil investiu nas relações com a Venezuela e com a Argentina, ambos em crise. “O Brasil toma iniciativas para fora da região”, disse. Como resultado da divisão do globo em zonas comerciais, Simoens conclui afirmando que os acordos regionais darão suporte aos solavancos que vierem a ocorrer.

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