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19/06/2013 - 09:50

Hipertensão é responsável por 59% das mortes no mundo

Problema que atinge 30% da população adulta, somente no Brasil, chegando a mais de 50% na terceira idade, a hipertensão é gerada por uma série de fatores, embora o stress emocional da vida moderna e o estado permanente de tensão física e mental sejam seus principais ativadores.

Dados do Ministério da Saúde apontam que a hipertensão é responsável por 40% dos enfartos e 59% dos óbitos no mundo.Outro estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revelou que aproximadamente 48% das pessoas com pressão alta sabem do problema, mas não se tratam. Dados como esse apontam uma falta de atenção e cuidado com a própria vida que pode ter conseqüências graves.

Os programas de prevenção e de tratamento das causas de derrame cerebral e infarto do miocárdio mostraram uma queda dessas doenças, que começou em 1970. Os EUA já apresentam uma redução de 60% da mortalidade por doenças cerebrovasculares e 53% por doenças coronarianas. No Brasil, esses números são ainda mais reduzidos, 20% para os derrames e 13% para os infartos.

Recentemente descobriu-se que o endotélio das artérias (camada fina e lisa que as recobre internamente) não é um mero tecido que permite ao sangue fluir com regularidade. O endotélio é responsável por regular o calibre das artérias, controlando a pressão arterial. A hipertensão ocorre quando um ou mais desses mecanismos se altera. Uma vez elevada, a pressão arterial causa danos ao aparelho cardiovascular todo.

Além da pressão arterial, devem ser levados em consideração também outros fatores de risco como tabagismo, dislipidemias, diabetes melito, idade (acima de 60 anos) e histórico de família também contribuem para danos ao aparelho cardiovascular.

Outro fator de risco importante e que deve ser levado em consideração é a raiva. Nas nossas pesquisas no Laboratório de Estudos Psicológicos do Stress,descobrimos que a raiva pode acarretar em aumento de pressão arterial em hipertensos.

Interfere também em problemas de origem coronária, úlcera, entre outros. Estudo que acompanhou 150 adultos com aterosclerose mostrou que pessoas que explodiam com raiva e não contavam com apoio social tinham maior probabilidade de agravamento do problema que as demais. Outra pesquisa com 13 mil adultos mostrou que as pessoas com tendência a sentir raiva tem quase três vezes mais probabilidade de vir a ter um infarto.

A hipertensão arterial é uma doença que não produz sintomas. E a única maneira de diagnosticá-la é medindo a pressão arterial. Sintomas como dores de cabeça, zumbido nos ouvidos eperturbações visuais, muitas vezes atribuídos à hipertensão, não são comprovados em investigações clinicas mais rigorosas. Estudos com monitorizarão de 24 horas revelam que a pressão arterial pode elevar sem que o paciente perceba. Sem sintomas é sempre muito difícil mostrar para o paciente a necessidade de um tratamento.

Todo paciente hipertenso deve ser tratado de maneira individualizada. Não existe regra única que se possa aplicar a todos os pacientes. É necessário levar em conta aspectos pessoais como peso, idade hereditariedade e os valores da pressão arterial.

Existem, no entanto conceitos básicos de mudança de estilo de vida que podem ser adotados. Atividade física, redução de peso, sal econsumo de bebida alcoólica, tabagismo, gerenciamento do stress e outros estados emocionais que acionam mecanismos de defesa instintiva do organismo. A adesão a essas mudanças não é muito grande, no entanto todos devem estar conscientes de que elas são necessárias e devem ser colocadas em prática.

O tratamento farmacológico da hipertensão arterial é altamente efetivo e no mercado existem inúmeras drogas disponíveis para tal. É preciso cuidar da pressão arterial de modo sistemático e contínuo, adotando um estilo de vida saudável prática de exercícios, relaxamento físico e mental, aprender a lidar com os sentimentos e manter uma atitude positiva diante da vida, além de monitorar o stress em níveis menores, uma vez que é impossível não passar por ele.

Descobrir que somos portadores de uma doença crônica é entrarmos em contato com a nossa vulnerabilidade. Perceber que somos frágeis e que a vida demanda um esforço programado e sistemático e se dar conta de que não temos o controle em nossas mãos. O segredo é compensar as limitações que temos no nosso corpo com orgulho pelo esforço no dia a dia para manter a saúde. Cabe a cada um de nós assumir a responsabilidade pela própria vida.

.Por: Dr. Marilda Lipp, fundadora do Centro Psicológico de Controle do Stress, P.h.D. em Psicologia Clínica pela George Washington University e autora de 22 livros e mais de 50 artigos científicos sobre stress e qualidade de vida.

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