Vendas de roupas impulsionam comércio pela internet

Estudo detecta aumento de 50% no número de pessoas que realizaram compras online.

As vendas online de roupas estão em franca expansão no Brasil. É o que mostra uma pesquisa realizada pela e.Bricks Digital, empresa do Grupo RBS dedicada a desenvolver negócios no setor digital, e a M.Sense, especializada em estudos sobre o mercado digital. De acordo com o levantamento, 35% das mulheres entrevistadas já compraram roupas e 38% já compraram sapatos, bolsas e acessórios pela internet, um aumento de 50% com relação aos resultados da pesquisa de 2011.

O segmento é um dos principais propulsores do comércio pela internet no país, o chamado e-commerce. No ano passado, roupas e acessórios alcançaram a segunda posição em vendas no Brasil, com uma participação de 12,2% dos volumes dos pedidos, perdendo apenas para eletrodomésticos. O aumento no consumo já é refletido nas expectativas do setor. A pesquisa estima que mais de 50 milhões de consumidores realizarão compras online em 2013, movimentando um montante de R$ 28 bilhões. Isso representa um crescimento de 25% em relação aos R$ 22,5 bilhões faturados em 2012. De acordo com a pesquisa, 80% das mulheres e 83% dos homens entrevistados já realizaram alguma compra online.

Para o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções do Espírito Santo (Sinconfec), José Carlos Bergamin, as empresas que quiserem se dar bem nesse mercado devem investir no comportamento dos consumidores. “O que vem sendo feito é o aculturamento da sociedade quanto à praticidade e funcionalidade desse serviço, estimulando a primeira compra”, explica. Para isso, é fundamental garantir que os compradores tenham o máximo de informações e orientações ao efetuarem seus pedidos.

O presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Espírito Santo (Sindinfo), Benízio Lázaro, revela que está crescendo o interesse pelo segmento. “A maioria das empresas com certa organização de gestão já estão partindo para as vendas online. Alguns colocando em sites de relacionamento, vendas coletivas ou criando sua própria marca. Há ainda aquelas que criam CNPJ específico para essa linha de comercialização”, afirma.

Barreiras -A pesquisa e.Bricks Digital mostra que a confiança do consumidor em relação ao e-commerce tem aumentado. Perguntados sobre o porquê de não fazer compras online, o número de entrevistados que responderam ter receio de ter problemas na entrega, diminuiu de 37% em 2011, para 20% em 2013. Mesmo assim, ainda há barreiras a serem superadas. O estudo mostra que 59% dos entrevistados acreditam que a falta de contato físico com o produto é um entrave na hora de comprar pela internet.

Para Bergamin, isso se deve à falta de padronização das roupas no Brasil. “A pessoa fica insegura de comprar uma camiseta e ela ficar grande ou pequena. Uma forma de melhorar isso é desenvolver ferramentas nos sites que mostrem todas as medidas dos produtos”, indica. Ainda segundo o vice-presidente do Sinconfec, transporte, infraestrutura e comunicação entre empresa e consumidor, são itens que devem ser otimizados.

Outro fator que causa preocupação com o consumidor é em relação à segurança dos sites. “O consumidor precisa se certificar de que a página acessada é de uma empresa com credibilidade. Além disso, é necessário reparar se o site é seguro ao acessar o link para pagamento. Para isso, basta verificar a sigla ‘https’ no início do endereço do site, visto que o ‘s’ da sigla significa que trata-se de um ambiente seguro”, explica Benízio Lázaro.