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22/06/2013 - 07:37

Funcafé disponibilizará R$ 3,16 bilhões na safra 2013

Em evento prévio do cinquentenário da OIC, Robério Silva destaca trabalho do Brasil com o café.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu no dia 18 de junho (terça-feira), a distribuição dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra 2013. O valor total, de R$ 3,160 bilhões, foi distribuído da seguinte maneira: até R$ 650 milhões para Custeio; até R$ 1,140 bilhão para Estocagem; até R$ 500 milhões à linha de Financiamento para Aquisição de Café (FAC); até R$ 50 milhões para financiamento de Contratos de Opções e de Operações em Mercados Futuros; até R$ 20 milhões para Recuperação de Cafezais Danificados; e até R$ 800 milhões para capital de giro, sendo R$ 450 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 200 milhões para a Indústria de Torrefação e R$ 150 milhões para Indústria de Café Solúvel.

Trata-se do maior orçamento liberado pelo Funcafé até hoje, o qual deverá suprir as exigências de todos os elos da cadeia produtiva. Temos que destacar que, pela primeira vez na história as cooperativas de produção são incluídas no orçamento através da linha de capital de giro, o que consideramos fundamental, haja vista que são o principal canal de ligação com os produtores.

Além disso, tão importante quando a definição dos recursos para cada uma das linhas de financiamento é sabermos que, a partir dessa definição, podemos colocar em prática políticas estratégicas que envolvam instrumentos de mercado capazes de tentar devolver a renda ao setor, de maneira que a sustentabilidade se faça nas propriedades, com o produtor resgatando, paulatinamente, sua competitividade. Recordamos, porém, que necessitamos de apoio e ação imediata do governo nesse sentido, caso contrário veremos o retorno das bienalidades acentuadas e a debilitação de nosso parque cafeeiro, ambos motivados pela incapacidade de investimentos que o cafeicultor terá.

Seminário de 50 Anos da OIC — No dia 17 de junho (segunda-feira), o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, apresentou, no Instituto Rio Branco, em Brasília (DF), os preparativos para a realização da Semana Internacional do Café, que ocorrerá de 9 a 13 de setembro no Expominas, em Belo Horizonte (MG), e abrangerá a reunião de 50 anos da Organização Internacional do Café (OIC) e a 8ª edição do Espaço Café Brasil, a maior feira da América Latina ligada ao setor.

A apresentação foi realizada durante o seminário que dá início às comemorações do cinquentenário da OIC, promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE). Segundo o secretário, com este grande evento em Minas Gerais será possível apresentar ao mundo a qualidade e a sustentabilidade da produção mineira e brasileira de café, fato com o qual concordamos. Elmiro Nascimento expôs aos participantes, ainda, a estrutura, a logística e a programação para a realização da Semana Internacional do Café.

Originário de Minas Gerais, o maior estado produtor de café do Brasil, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, marcou presença no evento e reiterou seu compromisso com a cafeicultura. O titular do Mapa afirmou que o governo colocará em prática uma política de sustentação de preços que visa retirar do mercado 10 milhões de sacas, por meio de leilões de Opções e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).

Também presente no Seminário, o diretor executivo da OIC, Robério Silva, anotou que a capital mineira receberá lideranças mundiais de todos os setores da cafeicultura e dos países que integram a Organização, sendo esta uma oportunidade ímpar para que representantes governamentais, produtores, industriais, exportadores e compradores debatam o futuro da cafeicultura e as ações que podem ser adotadas para a melhoria da cadeia produtiva como um todo.

Abordando a questão da necessidade de saídas para a devolução da rentabilidade e da competitividade aos produtores de café, o diretor executivo da OIC destacou ações que o Brasil realizou e pretende realizar para que haja sustentabilidade econômica, sem a qual inexistem as sustentabilidades social e ambiental. Por fim, Robério salientou que o maior desafio da Organização Internacional do Café é encontrar soluções para a volatilidade dos preços, que prejudica tanto produtores, quanto consumidores. "Precisamos de preços justos", disse. E é exatamente essa procura por preços justos que o CNC tem como norte de seu trabalho e vem buscando alcançar nas tratativas com os parceiros e os governos estaduais e federal.

Mercado — Mesmo com o anúncio oficial da distribuição de recursos do Funcafé, evidenciando a possibilidade de retirada de 10 milhões de sacas do mercado, os preços internacionais do arábica continuaram a cair. Os investidores seguem apostando na queda dos preços futuros e das opções na bolsa de Nova York, com as posições líquidas vendidas dos fundos totalizando 24.336 contratos em 11 de junho. O vencimento julho de 2013 acumulou queda de 460 pontos, encerrando a quinta-feira em 117,65 centavos de dólar por libra-peso, ou o menor nível em 47 meses. O mercado futuro do robusta, em Londres, seguiu a mesma tendência, com perda de 18 dólares por tonelada no vencimento do próximo mês do contrato 409.

O mercado de commodities foi abalado pelo anúncio do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês) de que a recuperação da economia norte-americana segue sem riscos significativos e que o programa de estímulos deverá ser suspenso a partir do final deste ano. Com isso, foi reforçada a tendência de alta do dólar, que reduz o interesse dos investidores pelas commodities, pressionando suas cotações nas bolsas. Essa situação é agravada pela indicação de recuo de novas encomendas pela indústria chinesa, aumentando a percepção de que a segunda maior economia do mundo perde vigor e enfrentará dificuldades para alcançar o crescimento de 7,5% previsto para 2013.

No dia seguinte ao anúncio do FED, houve queda generalizada no mercado das soft commodities, conforme ilustrado no gráfico abaixo. O café ficou entre as cinco principais quedas do dia.

A cotação do dólar chegou a R$ 2,27 no Brasil, ou o maior nível desde 1º de abril de 2009, o que exigiu forte atuação do Banco Central nacional — que injetou US$ 6 bilhões apenas no dia 20 de junho (quinta-feira) — para evitar excessiva turbulência no câmbio. Entretanto, a valorização da moeda norte-americana amorteceu a queda do preço do arábica no mercado interno.

“O indicador de preços do café arábica, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), encerrou a quinta-feira [20/06], a R$ 282,28 por saca. A queda do indicador foi cinco vezes maior em dólares do que em reais. No acumulado da semana, a saca do arábica teve seu valor reduzido em US$ 8, ao passo que, em moeda nacional, a retração foi de R$ 1,60 por saca.

A comercialização no mercado doméstico mantém-se fraca devido aos preços se encontrarem muito abaixo dos custos de produção. Ainda no início da colheita, produtores brasileiros de arábica enfrentam sérias dificuldades para arcar com as despesas de mão de obra. Em função do atraso na liberação dos recursos para o financiamento da colheita, produtores se veem obrigados a vender café verde, com deságio, para viabilizar o pagamento dos empregados”, conclui o presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), e deputado federal, Silas Brasileiro, no balanço semanal da entidade.

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