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25/06/2013 - 10:50

Gargalos da produção de ovinos e caprinos são debatidos na Feinco Preview


A Feinco Preview, que aconteceu de 17 a 21 de junho (segunda a sexta-feira), no Parque de Exposições Imigrantes, durante a 19º Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte 2013), apontou os grandes desafios enfrentados diariamente para produzir cordeiros de qualidade, além de apresentar as vantagens do cooperativismo na produção de carne e leite. Hoje, as doenças que mais tiram o sono do criador são as verminoses e a foot-rot, ou podridão dos cascos.

As verminoses são responsáveis por perdas severas na ovinocultura, levando a óbito impressionantes 30% dos animais nos rebanhos comerciais. Isso porque os ovinos são acometidos por diversos helmintos simultaneamente. São mais de 13 espécies que atacam impiedosamente estômago, intestino, abomaso e pulmão. Se não bastasse, a principal classe, o Haemanchus contortus, já é resistente à maioria das moléculas existentes do mercado. É o caso da ivermectina, que já se mostra ineficiência TOTAL em muitas propriedades.

Segundo o Dr. Octaviano Pereira Neto, gerente Técnico da Novartis, os principais fatores que levaram a esta situação são a subdosagem, o excesso ou a falha na aplicação de vermífugos. “Não adianta vermifugar de 30 em 30 dias. Não existe data fixa para dosificação. O ideal é que o produtor faça a rotação de princípios ativos”, explica o especialista, que ministrou a palestra “Quer controlar a verminose no seu rebanho?”.

O que chamamos de verminose é o quadro clínico gerado pelo ataque de diversos endoparasitas ao mesmo tempo e muitas vezes não é causa direta da morte. “Pode acontecer do animal morrer por clostridiose e o produtor questionar a qualidade de determinada vacina, mas o que acontece é que animal foi a óbito devido à imunossupressão(deficiência do sistema imunológico) causada pelo ataque destes parasitas”, esclarece o gerente.

Octaviano Neto dá algumas dicas para o controle estratégico das verminoses, com a aplicação de vermífugos na fase de pré-acasalamento, pré-parto, lactação, desmama e recria, no ingresso dos animais em pastagem ou confinamento e também à chegada da estação chuvosa. Após aplicação do método Famacha para identificação dos animais acometidos, uma recomendação expressa é fazer o “OPG”, exame de ovos por gramas de fezes, além de evitar a “aquisição de “vermes resistentes”, aqueles que hospedados em animais adquiridos de regiões em estágio grave de resistência. O gerente Técnico da Novartis também deu muita ênfase a uma nova molécula, a monepantel, que por agir em receptores diferentes dos helmintos, vem apresentando resultados bastante satisfatórios.

Foot-rot-Popularmente conhecida como “podridão dos casos”, a foot-rot só perde para as verminoses, em impacto econômico. E exatamente esta doença foi tema da apresentação do Dr. Eduardo Amato Bernhard, especialista em Doenças de Pequenos Ruminantes. Trata-se de uma pododermatite infecciosa causada por bactérias do gênero D nodosus . Os sintomas iniciam-se com claudicação (manqueira), e/ou inflamação da epiderme interdigital. Na evolução da doença, ocorre um processo inflamatório mais grave que culmina na necrose tecidual profunda, descolando totalmente o casco.

Geralmente, a doença entra na propriedade por meio da aquisição de um animal contaminado, com lesões crônicas ou até mesmo inaparentes. Também pode ser adquirida em caminhões de transporte não desinfetados, numa estrada de terra e corredores, além de pastagens contaminadas. Além da locomoção e alimentação, os prejuízos com a doença podem chegar à reprodução e produção de lã. No estágio mais avançado, a foot-rot é porta de entrada para outras doenças oportunistas e verminoses, podendo matar o animal. Existem, no mercado, vacinas disponíveis para proteção do rebanho.

Cooperativismo -Não só doenças compuseram os debates da Feinco Preview. O cooperativismo também foi um tema de destaque. Na ocasião, Luciano Piovesan Leme e Geraldo Barbosa Júnior contaram um pouco da experiência do Núcleo de Criadores de Caprinos e Ovinos das Vertentes e Zona da Mata (Nuccorte), um dos grandes exemplos de união em Minas Gerais. “Uma das grandes vantagens do cooperativismo é comercialização coletiva dos animais, aumentado o poder de negociação e a padronização dos animais”, explicam os executivos. A Nuccorte organiza para seus associados treinamentos e capacitação, por meio de cursos, palestras, dias de campo, seminários e visitas a criatórios de diversas regiões do país.

A cooperativa realiza a compra conjunta de insumos como concentrados, produtos veterinários, sal mineral, equipamentos, matrizes e reprodutores. De junho de 2010 a março de 2013, a Nuccorte comercializou 4.600 animais, organizados em 40 cargas, perfazendo 28 meses ininterruptos de negociações com frigoríficos. “Um mercado que também estamos explorando é venda de cordeiros mais leves para atender a demanda por cortes menores e mais baratos, popularizando a carne de cordeiro entre os consumidores. Também firmamos uma parceria para fornecimento de leite de cabra destinado à merenda escolar”, informa Luciano Piovesan. [www.feicorte.com.br].

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