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27/06/2013 - 08:34

Insight, catarse e mudança

Mudanças comportamentais são sempre bem vindas. Especialmente aquelas que questionam velhos modelos mentais, neutralizando as crenças limitantes que impedem o homem de crescer de forma integral. O fato é: toda evolução, para que se torne efetiva e sustentável, é gradual. É aquilo que chamo de Revolução do Pouquinho, a mais difícil das revoluções, pois reside na mudança comportamental que você, e exclusivamente VOCÊ, terá que vigiar. Por ser seu próprio cão de guarda, é grande a possibilidade de autossabotagem, do “deixa pra lá”, do “ah, é só um pouquinho”.

Em tempos de manifestações coletivas, é fundamental estar atento aos passos que consolidam a mudança, não confundindo-a com insight e a catarse. As únicas mudanças efetivas das manifestações até agora foram a redução das tarifas de transporte em várias cidades brasileiras e o ‘não’ a PEC 37. Todas as demais mudanças desejadas ainda são puro insight (a "visão da mudança") que, coletivamente se transformam em catarse. E é aqui que reside a primeira autossabotagem: a catarse pode derivar tanto para o senso de um novo pertencimento quanto, infelizmente, para a destruição "física" do que representa passado ou presente. Essa é a hora em que muitos, infelizmente, acabam perdendo o foco e diluindo o processo de mudança em emoções difusas, pra não dizer, confusas, aderindo à violência como último recurso tangível de expressão do “eu” em meio à massa.

Seja numa revolução coletiva ou pessoal, a verdadeira evolução consolida-se pra valer no pouquinho diário que está sob nosso alcance e vigília. Ficar um mês sem tomar banho (a falta do compromisso com o pouquinho), lembrar-se disso numa sexta à noite (insight) e tomar trinta banhos no sábado (a catarse), como sabemos, não faz a menor diferença, gerando um gasto de energia inversamente proporcional à sua eficácia.

Outros pouquinhos que você pode empreender desde já? Parar de furar fila, de jogar lixo na rua, de ocupar os assentos especiais no ônibus. Não beber e dirigir, não dirigir falando ao celular. Não falsificar carteira de estudante, não sustentar o crime organizado e parar de culpar o professor pela falta de educação do seu filho. Dizer “é assim mesmo” quando alguém faz algo errado na sua frente. Não devolver o troco errado. Parar de pensar no seu amigo vereador como ponte de favores pessoais, parar de fazer patrulha ideológica e várias outras coisas que consolidaram a Lei de Gérson e o jeitinho brasileiro. Ah, e a principal de todas: parar de fingir que não é com você.

.Por: Eduardo Zugaib ([email protected]), escritor, profissional de comunicação e marketing, professor de pós-graduação, palestrante motivacional e comportamental. Ministra treinamentos nas áreas de Desenvolvimento Humano e Performance Organizacional. [www.eduardozugaib.com.br].

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