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02/07/2013 - 08:34

Pesquisa examina novos métodos para gerenciar a saúde digestiva

Estudos apresentados no Digestive Disease Week 2013 destacam os benefícios da vitamina D, de alterações de dieta e da acupuntura.

Pesquisa apresentada durante a Digestive Disease Week (maior encontro internacional de médicos, pesquisadores e acadêmicos das áreas de Gastroenterologia, Hepatologia, Endoscopia e Cirurgia Gastrointestinal) explora novos métodos para gerenciar a saúde digestiva através da dieta e de mudanças no estilo de vida.

Indivíduos que sofrem com a Doença de Crohn são frequentemente assombrados pela redução da força muscular, pela fadiga e pela falta de qualidade de vida. Estes sintomas podem permanecer mesmo quando os pacientes estão em remissão. No entanto, um estudo, realizado pelo Trinity College Dublin apontou, pela primeira vez, que a suplementação de vitamina D pode trazer um alívio significativo destes sintomas.

Este é o primeiro estudo a sugerir potenciais benefícios da suplementação de vitamina D sobre a força muscular com os correspondentes benefícios para a fadiga e para a qualidade de vida na Doença de Crohn. Os resultados, no entanto, precisam ser confirmados em estudos maiores.

Segundo a pesquisa, depois de três meses tomando 2.000 UI de vitamina D por dia, a força muscular dos pacientes aumentou significativamente em ambas as mãos (dominante e não dominante) em comparação com os participantes do estudo que receberam placebo. Os pacientes também relataram uma menor fadiga geral, física e mental e uma maior qualidade de vida, quando os níveis de vitamina D alcançaram 75 nanomoles por litro ou mais.

“As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), colite ulcerativa e doença de Crohn são doenças imunomediadas. Níveis séricos diminuídos de Vitamina D têm sido descritos nas DII. Os estudos têm encontrado deficiência de vitamina D em 27% dos pacientes com doença de Crohn e 15% dos com colite ulcerativa”, afirma o gastroenterologista Silvio Gabor (CRM-SP 47.042).

Segundo o médico, o mecanismo pelo qual a deficiência de vitamina D ocorre mais frequentemente em pacientes com DII parece ser devido a uma combinação de efeitos, tais como baixa ingestão e má absorção de vitamina D e menor exposição solar.

“Em experimentos com DII, utilizando ratos de laboratório, a deficiência de vitamina D acelerou a doença com o aparecimento mais precoce de diarreia e caquexia, além de maior mortalidade. Por outro lado, o tratamento com reposição dos níveis sanguíneos de Vitamina D parece prevenir o aparecimento dos sintomas, além de reduzir sua progressão e gravidade”, observa Silvio Gabor.

Troca de dieta fornece pista para o nível de risco de câncer colorretal -Com base no crescente conhecimento sobre o microbioma humano, pesquisadores americanos, europeus e africanos, trabalhando em conjunto, apresentaram novos dados sobre a microbiota e o risco de câncer colorretal.

Os pesquisadores descobriram uma mudança dramática e rápida na microbiota intestinal após a mudança da dieta em indivíduos saudáveis ??que seguiam uma dieta ocidental tradicional e adotaram uma dieta zulu africana e vice-versa. Os resultados do estudo mostram alterações na microbiota intestinal que podem explicar os níveis de risco de câncer colorretal.

Afro-americanos têm a maior incidência de câncer colorretal e de mortalidade de todos os grupos raciais nos EUA. As razões para isso ainda não são completamente compreendidas. Mas os resultados desta pesquisa oferecem uma visão sobre essa disparidade.

Durante o estudo, os pesquisadores alimentaram 20 zulus africanos com 600 gramas de carne por dia, durante duas semanas. Na outra ponta, alimentaram 20 afro-americanos, em Pittsburgh, com a dieta tradicional zulu, composta principalmente de um mingau de milho chamado putu. Comparando as amostras de fezes antes e depois da troca da dieta em cada caso, os investigadores encontraram alterações dramáticas na microbiota do cólon.

A pesquisa revelou que a microbiota colônica humana é moldada pela dieta de uma forma muito dinâmica, pois foram observadas alterações no equilíbrio de grupos microbianos benéficos e prejudiciais, o que pode explicar, em parte, o aumento do risco de câncer colorretal, que é conferido pela dieta ocidental.

“Hoje, compreendemos a importância da flora intestinal e das consequências ao organismo de suas alterações. Casos de diarreia, o próprio câncer colorretal, passando pelas doenças inflamatórias como retocolite e Doença de Crohn, diverticulites agudas e crônicas, estão intimamente ligados a essas alterações. Está claro que a microbiota humana, quando equilibrada, é capaz de prevenir a maioria das doenças intestinais, inclusive o câncer. A alimentação bem orientada e o uso de lactobacilos pode ter importância na prevenção do câncer do intestino grosso”, informa o médico.

Nova terapia com acupuntura sem agulha diminui os sintomas da indigestão -Um estudo conjunto da Universidade Texas Tech com a Universidade de Mississippi apresentou resultados promissores para os pacientes diabéticos que sofrem com os sintomas de indigestão, como náuseas, vômitos, inchaço e azia.

O estudo testou um novo método de tratamento utilizando um dispositivo sem fios, feito sob medida para estimular os pontos de acupuntura com ondas elétricas na superfície da pele, ao invés de usar agulhas.

Por causa das limitadas opções de tratamentos farmacológicos disponíveis, muitos pacientes desenvolvem uma tolerância ao medicamento prescrito. Além disso, a acupuntura tradicional requer que os pacientes façam consultas repetidas e o medo de agulhas pode inviabilizar o tratamento para muitos pacientes.

O dispositivo sem agulha, testado no estudo, permite adequar a frequência e a amplitude das ondas elétricas usadas para estimular os pontos de acupuntura.

Durante o estudo (quatro semanas), os pacientes foram instruídos a passar 240 minutos por dia usando o dispositivo em locais designados no corpo. Eles mantiveram um diário detalhado do monitoramento dos sintomas da gastroparesia específica e do número de episódios de azia por dia.

Em comparação com o grupo placebo, o dispositivo melhorou significativamente cinco dos nove sintomas da gastroparesia: os vômitos foram reduzidos em 39%, as náuseas em 30% e a flatulência em 21%. O número de episódios de azia diminuiu significativamente quando os pacientes utilizaram a estimulação ativa.

Segundo o gastroenterologista Silvio Gabor, “a acupuntura tradicional é usada há muitos anos para combater os sintomas digestivos decorrentes de vários tipos de doenças gastrointestinais. Sabemos, também, que qualquer estímulo sobre o ponto de acupuntura é capaz de fazê-lo funcionar. Hoje, já são usados estímulos luminosos (colorpuntura) ou sonoros (acutone) para esse fim. O surgimento de novas formas de estímulo de pontos de acupuntura que visem facilitar o emprego da técnica deve ser visto com toda a atenção e estudado com carinho, pois, com certeza estas novas formas podem contribuir muito, num futuro próximo, para minimizar sintomas gastrointestinais, muito comuns e extremamente desagradáveis”, diz. [http://silviogabor.com.br].

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