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02/07/2013 - 09:38

Prevenir, melhor remédio para os males do coração

Os bons de coração estão aí pela vida sempre dispostos a ajudar o próximo, geralmente serenos e prestativos; também temos os maus - e desses é aconselhável manter uma distância estratégica. Mas o mapa do homem não é assim tão simplista a ponto de dividi-lo em bom e mau. As variantes vão além da imaginação.

Existe aquela gente muito calma, quieta no seu canto, que pouco participa da vida alheia e pouco se abre para que se possa conhecê-la. Por viver num casulo, não se sabe se lá no fundo convive um ser realmente em paz consigo mesmo ou se há um turbilhão de emoções confinadas pelo temperamento.

Assim como se espalham os estourados, sempre dispostos ao grito ou a uma pancadaria ao menor sinal de incompreensão, desaforo ou desafio – quase sempre irascíveis, um tipo frequente no trânsito ou nos estádios de futebol. Diz-se que esses de pavio curto têm coração forte, pois extravasam no ato as fortes emoções. Ou será que seu coração não envelhece mais cedo por viver em constante posição de combate?

Ao desenhar os perfis psicológicos, veremos ao final um ponto comum aos seres humanos: todos querem seguir seu rito de passagem pela vida com muita esperança de torná-la a mais longa possível, de acordo com a herança genética recebida. Afinal, importante mesmo é viver - quanto mais tempo, melhor, de preferência com boa saúde.

É nesta parte que deve entrar o perfil do coração de verdade, a bomba de sangue que bate em nosso peito, irriga o corpo e determina, em geral, o tempo da viagem. Aí não se trata de bom ou mau, calmo ou agitado, mas o que funciona. Então, trate de cuidar bem dele, antes que se vingue e o coloque numa mesa de operação. Corações maltratados são assim, rebeldes, sensíveis e descompassados.

Para começar, o melhor de todos os remédios é apenas um verbo que todos conjugam, mas poucos o transformam em hábito: prevenir. É o único que não contém contra-indicações. Aliás, existe, sim, uma única contra-indicação: o custo para pessoas carentes. Como dependentes de saúde pública podem contar com prevenção em ambientes precários como aqueles em que doentes são esquecidos em macas de corredores imundos? Como esperar então por uma tomografia e outros procedimentos numa fila de meses? Enfim, saúde pública é um dos pleitos das manifestações que se espalham pelo País.

Mesmo que não tenha na família um parente com histórico de doença coronariana, ou que não tenha nenhum sintoma, ainda que se sinta forte como um touro ou esportista, não perca a oportunidade de constatar que nenhuma violenta emoção (nunca se sabe quando virá, ou se virá) poderá nocauteá-lo de repente.

Certifique-se de que a máquina se encontra em perfeito estado de conservação. Procure um médico e faça os exames para não entrar nesta triste estatística: as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 30% das mortes no Brasil, entre elas AVC`s, hipertensão, ataque cardíaco, aterosclerose e outras.

A maioria resulta de um estilo de vida inapropriado e entre os principais fatores que ocasionam estas doenças estão má alimentação, tabagismo, álcool, sedentarismo, obesidade, além do estresse do dia-a-dia. Pode-se não fumar nem beber nem caminhar. Mas viver sem estresse nas grandes cidades brasileiras é quase um milagre.

De todo modo, convém ficar atento aos sintomas que se manifestam em quase todas as doenças do coração ou que podem indicar algum tipo de comprometimento cardíaco: . Falta de ar, ao repouso ou ao esforço;

.dor no peito, em virtude de má circulação sanguínea no local;
. cansaço fácil;
. desmaio, após atividade física intensa;
. palpitações ou taquicardia;
. tosse seca persistente;
. pressão alta;
. cor azulada nas pontas dos dedos ou unhas;
. tonturas;
. varizes;
. má circulação nas pernas;
. impotência sexual;
. inchaço nos tornozelos.

Alguns sintomas podem ser confundidos com um simples mal-estar. Sudorese, tremores e falta de ar também estão entre as manifestações ou sinais de princípio de infarto agudo do miocárdio. É importante fazer um check-up uma vez por ano; noites bem dormidas e programas culturais também ajudam a relaxar – nesse caso, use sem moderação.

Enfim, faça da prevenção seu principal aliado, mantenha o compasso da máquina e viva intensamente. Seu coração merece; afinal, é sua sobrevivência.

.Por: Américo Tângari Junior, especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira. Integra a equipe de Cardiologia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.

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