Desempenho da indústria de máquinas tem queda em 2006

A indústria de máquinas e equipamentos brasileira deve encerrar 2006 com redução de 2,9% no faturamento, de 1,8% no consumo aparente e de 3,1% no emprego. O desempenho do setor, que só não é pior devido ao aumento de 12% das exportações, comprova projeções feitas pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) desde 2005. Essa desaceleração foi mantida ao longo deste ano e, permanecendo o cenário atual, deverá ter continuidade em 2007.

Os dados foram divulgados pelo presidente da Abimaq, Newton de Mello, durante encontro com a imprensa, em São Paulo,dia 12 de dezembro, em que foi lançado novo estudo econométrico de projeção estatística. Na ocasião, também foi apresentado o livro “História das Máquinas”, que pela primeira vez conta a trajetória da indústria de bens de capital e da entidade, que comemora 70 anos de existência.

Segundo Newton de Mello, se um conjunto de políticas desenvolvimentistas, com incentivo aos investimentos, não for adotado pelas autoridades econômicas, a possibilidade de recuperação do setor pode ocorrer apenas no final do segundo semestre de 2007.

De acordo com levantamento estatístico dos indicadores conjunturais da Abimaq, entre janeiro a outubro de 2006, houve queda nominal de 2,5% no faturamento em relação a igual período do ano passado. O recuo atingiu a maioria dos subsetores da indústria de bens de capital sem rodas, com destaque para máquinas e acessórios têxteis (-46,6%), máquinas para trabalhar madeira (-36,9%) e máquinas para artigos plásticos (-15,7%).

A redução da indústria de máquinas e implementos agrícolas (com exceção de tratores e colheitadeiras) de 5,9% só não é maior porque a base de comparação é muito baixa. Essa indústria enfrenta reduções sucessivas desde meados de 2005, ano em que encerrou suas atividades com queda de 38% no faturamento e redução de mais de 17% no quadro de pessoal.

O consumo brasileiro de máquinas e equipamentos também caiu em 2006 (-1,2%), ao passar de R$ 46,3 bilhões para R$ 45,7 bilhões de janeiro a outubro 2006/2005. O consumo é aquilo que o País consumiu de máquinas considerando-se a produção e as importações, descontadas as exportações. A última queda no consumo de máquinas no Brasil foi registrada em 2003 (-8%).

Exportações - As vendas externas do setor de máquinas e equipamentos vêm apresentando desaceleração desde o início de 2005, quando registrava crescimento acima de 40% nessa variável.

As importações, embora apresentem crescimento de 17,4% em 2006, um pouco superior às exportações, mantêm a média de 39% de participação no total de máquinas consumidas no País.

Confirmando a tendência de desaceleração do setor, o nível de utilização da capacidade instalada caiu 1,2%, ao passar de 81,19%, de janeiro a outubro de 2005, para 80,21% no mesmo período deste ano. Quanto ao emprego, o número de empregados, que em outubro do ano passado somava 213.667, caiu para 207.568, em 2006, o que representa uma redução de 2,9%.