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03/07/2013 - 09:48

O ocaso das sociedades secretas

O poder incontrastável da comunicação moderna tira o sono dos livreiros. Ameaça a veneração imemorial das bibliotecas. É instrumento que logra transformar a pauta de governos, perdido em tacteios, tal como se fragilizou o da Presidente Dilma Roussef. E provocará muitas outras mutações.

Os grupos humanos sempre tenderam ao domínio, à superação dos outros homens, ao exercício da soberania, ainda que sob o verniz de um governo democrático. Para tanto, organizaram-se secretamente. O segredo das práticas ocultas sempre foi tido como essencial. Em derradeira análise, esses grotões, com seus "estudos herméticos", seus conciliábulos, suas filantropias, suas poções e suas cabalas, tinham por objeto o domínio do homem e do mundo.

Assim foram arquitetados os mais importantes: os "Ordo Templo Orientis", o Grupo de Bildeber, a Ordem dos Assassinos, A Mão Negra, Os Cavaleiros do Círculo Dourado, A Sociedade de Thule, Os Filhos da Liberdade, Caveira e Ossos, os poderosos "Illuminati" e os Massons, A Burschenschaf paulista, com o símbolo do professor Julio Frank plantado sob pedras centenárias no páteo da Faculdade de Direito da USP, apenas para apontar algumas organizações no campo exclusivamente secular.

Não nos motiva a valorização de seus fins e de suas ações. O fenômeno que impende uma análise é a anemia que acometerá cada vez mais esses grupos, muitos deles condicionantes do poder, ante a revolução das comunicações, que desfez os segredos de estado, imediatizou as formas organizativas e influiu, de modo direto, sem fórmulas sofisticadas e ritos pomposos, os destinos da humanidade nos últimos tempos.

Como não poderia deixar de ser, a estonteante internet de nossos tempos serve tanto o bem quanto o mal. O homem ainda continua a ser o titular exclusivo da ética. As máquinas, pelo menos por ora, ainda não enveredaram pelo terreno da axiologia, mas recrudescem todos os potenciais.

Os últimos acontecimentos no Brasil não permitem dúvidas. Provocaram transformações do Estado e do governo. Se ainda não se materializaram, a consciência de como se deve governar um povo já foi profundamente impactada.

Se a estrutura estatal sofreu com esse tipo de organização, que coloca as massas nas ruas e não dá margem a recalcitrâncias, não se tenha dúvida da debilitação das sociedades secretas e de suas fórmulas de trocar mutualidades, econômicas, políticas e institucionais, face às avalanches da vontade coletiva. Foi-se o tempo de influir nas principais decisões administrativas, nas nomeações, nas indicações e até mesmo nos processos eletivos. O rio caudaloso das grandes populações cada vez mais levará como entulhos as opções segregadas das sínteses e dos arreglos, quando os interesses comuns forem desprezados. As entidades ocultas eram tão lentas que uma geração não bastava para articula r um país; tanto que cada um dos mestres que as integravam deviam escolher um discípulo para continuação da obra nas próximas gerações. No mundo atual, as gerações jovens não conciliam ideias com as anteriores, assim como as futuras estarão bem distantes das disposições culturais hereditárias. E num terreno cada vez mais amplo, aberto e sem hierarquias. Num mundo ainda sofrido, porém sob a revolução de conhecimentos há uma década inimagináveis e que transformaram o perfil de um ser que ousou pensar e conhecer.

.Por: Dr. Amadeu Garrido de Paula, advogado.

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