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06/07/2013 - 08:26

Aneurisma da aorta abdominal: doença silenciosa mata mais de 10 mil por ano

A aorta é a artéria mais importante do corpo humano. Ela sai do coração e desce pela coluna distribuindo sangue oxigenado por todo o corpo, incluindo os órgãos vitais, as pernas e os pés. Quando há um enfraquecimento da parede dessa artéria, ela se dilata, aumenta de tamanho gradualmente e, se o problema não é detectado, existe risco de estourar. O paciente, então, sofre uma hemorragia interna e poucos sobrevivem. É o chamado Aneurisma da Aorta Abdominal (AAA), doença que mata mais de 10 mil pessoas por ano em todo o mundo.

“Se não houver um acompanhamento de rotina, a pessoa descobre que tem essa dilatação na artéria quando ela se rompe e o sangue extravasa. E uma vez que o aneurisma se rompeu, menos da metade dos pacientes chegam com vida ao hospital. E daqueles que chegam com vida, mesmo a centros de excelência de tratamento, somente 10% sobrevivem. Por isso é importante detectar o aneurisma cedo”, alerta o angiologista Ary Elwing (CRM-22.946), especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento a laser.

No Brasil, segundo o IBGE, a doença acomete até 6% da população acima dos 65 anos. Além da idade, os principais fatores de risco são tabagismo, ser do sexo masculino, pessoas com a pele clara, doença arterosclerótica - causa mais comum do AAA, e histórico familiar, que aumenta em 11 vezes as chances da pessoa desenvolver a doença. A melhor maneira de evitá-la é controlando a obesidade, a hipertensão arterial, dislipidemias (colesterol e triglicerídeos altos), diabetes mellitus, sedentarismo e estresse. “A doença deve ser suspeitada se o médico diagnosticar a presença de massa pulsátil no abdômen ou o paciente relatar movimento como um coração na barriga”, conta o angiologista.

Doença silenciosa-O grande problema do aneurisma da aorta é que ele é assintomático, ou seja, a maioria das pessoas que tem não sente nada. O primeiro sintoma é sentido quando já acontece a ruptura. Embora seja muitas vezes fatal, quando detectado o aneurisma antes de romper e tratamento adequado, cerca de 98% dos pacientes ficam bem. Segundo Elwing, esta é uma das patologias que, se descoberta a tempo e com tratamento precoce, é capaz de reverter extraordinariamente a evolução natural.

Normalmente o AAA é detectado ao exame clínico de rotina quando tem em torno de 5cm de diâmetro. O raio X simples de abdômen em perfil pode mostrar a calcificação da parede aneurismática, delineando o aneurisma em seus limites; a ecografia abdominal tem sido o exame mais usado para o diagnóstico; e a tomografia computadorizada, que proporciona imagens mais precisas, dando informações completas em relação aos limites, tamanho e localização do aneurisma.

Ary Elwing explica que esses dados são fundamentais na indicação do tratamento mais adequado, porque ele depende basicamente do tamanho e da localização do aneurisma. Segundo o médico, entre 3 e 4,5 centímetros de dilatação, o AAA tem tratamento clínico, com o controle dos fatores de risco. Mas quando seu tamanho atinge 5,5 cm, devido ao risco de ruptura e hemorragia grave, a indicação é cirúrgica. Através de um corte no abdômen (técnica convencional) ou por pequenos cortes nas virilhas (técnica endovascular), a cirurgia implica no implante de uma prótese em forma de tubo para substituir a aorta dilatada. Ambas as técnicas são válidas e têm vantagens e desvantagens.

“No caso da cirurgia convencional, haverá maior agressão ao corpo através de um grande corte no abdômen e a recuperação costuma ser mais prolongada devido à dor provocada, além de eventual necessidade de transfusão de sangue. É um procedimento mais invasivo e pode levar a óbito de 5% a 10% dos operados. No caso da cirurgia endovascular, a agressão aos tecidos e o período de internação geralmente são menores (de 2 a 3 dias), dependendo de uma série de fatores. Nesse caso, o índice de mortalidade cai para 1% a 2%”, detalha.

O AAA em números*: .O aneurisma chega a matar mais de 10 mil pessoas no mundo anualmente |.No Brasil, segundo o IBGE, a enfermidade acomete até 6% da população acima dos 65 anos |.Cerca de 5% dos homens e 0,4% das mulheres têm a disfunção |.Quando o AAA se rompe, metade das vítimas morre de hemorragia interna sem conseguir chegar ao hospital |.Cerca de 40% das vítimas falecem enquanto buscam atendimento médico ou durante a cirurgia de urgência ou, ainda, no pós-operatório.

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