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06/07/2013 - 09:04

Indústria de Biotecnologia tem dificuldade em demonstrar o valor de produtos em desenvolvimento, constata EY

Relatório aponta que falta de informações de mercado sobre produtos em desenvolvimento afasta investidores privados. No Brasil, 78% das empresas conta com financiamento público, enquanto apenas 14% conta com financiamento por meio de firmas e fundos de capital de risco. 20% das empresas brasileiras não têm faturamento: seus produtos ainda estão em pesquisa e desenvolvimento.

Brasília – Graças aos bons resultados das empresas de capital aberto, que mantiveram crescimento dos lucros e das vendas pelo terceiro ano consecutivo, a indústria global de biotecnologia manteve tendência de recuperação em 2012, de acordo com o 27º relatório anual Beyond borders: matters of evidence, produzido pela multinacional de auditoria e consultoria EY. Segundo o levantamento, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento seguem sob pressão de cortes, mas a questão mais urgente para o setor é eliminar obstáculos que impedem as empresas de médio porte de demonstrar para os investidores o valor de retorno dos produtos em desenvolvimento.

No Brasil, o cenário não é diferente: 78% das empresas de biotecnologia contam com financiamento público, enquanto apenas 14% financia projetos com apoio de firmas ou fundos de capital de risco, de acordo com dados do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).

”Nos sistemas de saúde de hoje, cada vez mais voltados para os resultados financeiros, empresas de biotecnologia não podem se dar ao luxo de adotar uma estratégia de pesquisa e desenvolvimento que busque apenas verificar a eficácia de determinado medicamento. É necessário aferir se este gerará retorno para os investidores”, afirma Glen Giovanetti, líder global de Life Sciences da EY. “Se uma empresa esperar para tratar do valor somente às vésperas do lançamento de um produto, terá dificuldade nas parcerias com indústrias farmacêuticas, uma vez que estas consideram essa informação essencial".

Os principais destaques do estudo-Mais sobre o Brasil: Segundo os dados do Cebrap, 56% das empresas são de pequeno porte, com faturamento anual de até US$ 140 mil; 20,6% das empresas brasileiras do setor não têm lucro, uma vez que seus produtos ainda estão em fase de desenvolvimento e pesquisa. A média de idade das empresas brasileiras é baixa: 63% delas foram fundadas a partir do ano 2000; 40% delas depois de 2005. A maioria das empresas (77,4%) está no Sudeste (40% em São Paulo, 24% em Minas Gerais e 13% no Rio de Janeiro). Isso se dá por uma questão logística, uma vez que o setor é altamente dependente de importações: 76,9% das empresas brasileiras importam reagentes, 64,3% importam equipamentos e 20% importam serviços.

Aumento da receita: Empresas nos centros estabelecidos de biotecnologia (Estados Unidos, Europa, Canadá e Austrália) tiveram lucros com vendas de US$ 89,8 bilhões em 2012, um crescimento de 8% em relação a 2011;

Crescimento em pesquisa desacelera: Os gastos com pesquisa e desenvolvimento em empresas de capital aberto aumentou 5%, menos do que os 9% alcançados em 2011. Embora os gastos tenham se mantido em alta entre os líderes comerciais, empresas pré-comerciais reduziram significativamente seus investimentos.

Lucro líquido atinge nova alta: Os cortes em pesquisa, combinados a um crescimento substancial nos resultados, levaram a um novo recorde em lucro líquido: US$ 5,2 bilhões, um aumento de US$ 1,4 bilhão em relação ao ano anterior.

Ambiente de financiamento segue morno: Empresas de biotecnologia na América do Norte e na Europa levantaram US$ 28,2 bilhões em 2012, ante US$ 33,3 bilhões em 2011. Essa queda se dá pela redução dos empréstimos como fonte de financiamento no ano passado, com volume um terço menor do que no período anterior. A oferta de IPOs permaneceu fraca, com procedimentos agregados de apenas US$ 805 milhões, abaixo dos US$ 857 milhões de 2011. O “Capital de Inovação” — definido como a quantia de capital levantado por companhias com US$ 500 milhões ou menos em resultados — apenas oscilou entre 2011 e 2012, de US$ 15,2 bilhões para US$ 15,3 bilhões.

Venture Capital continua resistente: aportes por Venture Capital nos Estados Unidos e na Europa declinaram 5% em 2012, para um valor de US$ 5,4 bilhões, uma queda muito menor do que a esperada levando-se em conta as dificuldades que enfrentam as companhias e fundos de Venture Capital nos últimos anos.

Fusões e Aquisições em retomada: O valor total de fusões e aquisições envolvendo empresas de biotecnologia européias e americanas é equivalente a US$ 27,4 bilhões, um crescimento de 9% em relação a 2011 e melhor resultado total desde 2008 (excluindo as megaoperações).

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