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13/07/2013 - 06:00

Construção civil: acomodação dos preços ou “bolha”?


“O crédito imobiliário nos EUA representava quase 20% do PIB, enquanto no Brasil representa 4%”, explica Raphael Juan, Diretor de Produtos e Mercados da CMA.

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em convênio com a Caixa, teve alta de 7,80%, aumento de 12,92 pontos percentuais sobre a taxa de -5,12% registrada em maio divulgado nesta sexta-feira (5). Também houve alta na comparação com junho de 2012, quando o índice variou 3,26%.

O custo nacional da construção por metro quadrado, que em maio fechou em R$ 826,34, em junho subiu para R$ 890,76, sendo R$ 460,89 relativos aos materiais e R$ 429,87 à mão de obra. A Região Sul, com variação de 8,75%, apresentou a maior alta, ao se encerrarem os efeitos da MP 601/12 na folha de pagamento, em junho. Os demais resultados são os seguintes: 6,45%(Norte), 6,73%(Nordeste), 8,66%(Sudeste) e 7,48%(Centro-Oeste).

Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 886,83 (Norte), R$ 828,76 (Nordeste), R$ 939,23 (Sudeste), R$ 906,77 (Sul) e R$ 884,59 (Centro-Oeste). A Região Sul ficou também com a maior variação nos últimos doze meses (8,84%).

Um estudo que analisou os indicadores da Série Econômica / Construção Civil, realizado pela CMA, empresa líder em sistemas de informações, análises e negociação em tempo real para os mercados financeiro e de commodities, mostra que em apenas cinco anos, o mercado imobiliário despertou da latência, aqueceu o setor e elevou consideravelmente o preço do metro quadrado construído. Esta valorização crescente gerou ótima alternativa para investidores em imóveis.

“Esta valorização foi propiciada desde 2007 quando a economia brasileira atingiu estabilidade com queda do índice de desemprego e, principalmente, aumento das linhas de crédito com juros menores possibilitando aquisição imóvel. O mercado imobiliário saiu do período de estagnação, reaqueceu e, com ele, os preços se elevaram”, afirma Raphael Juan Diretor de Produtos e Mercados da CMA.

Em especial tivemos no Brasil em 2010 o ano em que os preços atingiram seu maior valor. Para se ter uma idéia o preço do metro quadrado dos lançamentos na cidade de São Paulo, por exemplo, teve alta de, aproximadamente, 80% em relação ao ano anterior. No entanto, esta tendência vem se modificando desde 2011 quando, embora tenha ocorrido um crescimento, o ritmo foi menor. O crescimento em comparação com o ano anterior (2010) foi de 26,3% bem abaixo do crescimento que vinha sendo apurado.

Em 2012 também tivemos um crescimento, em média, de 13,7%, maior que os principais índices de inflação, também na comparação com o ano anterior. Para 2013 o cenário não é muito diferente. Devendo fechar o ano próximo de 2012.

Sempre que se percebe que o ritmo do crescimento do setor cai ou cresce em menor ritmo se vincula a idéia de “bolha” imobiliária. Esse contexto se deve pela lembrança e associação que se faz com 2008 nos Estados Unidos quando ocorreu uma crise financeira iniciada pelo setor imobiliário.

Para a CMA, as especulações também movem o mercado. No entanto, a idéia de crise no mercado imobiliário brasileiro é superficial e não se sustenta diante da seguinte análise: “O crédito imobiliário nos EUA representava quase 20% do PIB, enquanto no Brasil representa 4%. Além disso, os imóveis foram utilizados como um instrumento de alavancagem financeira no mercado americano. Os bancos de lá utilizavam como argumentos comerciais a valorização dos imóveis para financiar sua própria compra. Ao mesmo tempo em que os imóveis se valorizavam os bancos emitiam papéis sob a forma de hipoteca para alavancar as vendas. Enquanto os imóveis estavam supervalorizados, os papéis vendiam muito. A partir do momento em que o governo dos Estados Unidos teve que aumentar as taxas de juros e o preço dos imóveis caiu, esses papéis desvalorizaram e os proprietários dos imóveis ficaram sem capacidade de pagamentos, ocasionando um colapso do sistema. No Brasil este tipo de operação não é permitida e existe fiscalização pelo Banco Central do Brasil neste sentido. Por isso, acreditamos que para este e os próximos anos deva ocorrer uma acomodação dos preços e não uma “bolha”, finaliza o diretor.

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