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18/07/2013 - 08:14

Cremação de despojos é alternativa à compra de terreno no cemitério


O procedimento, realizado alguns anos após o enterro, também é uma oportunidade de prestar nova homenagem aos entes queridos que já partiram.

Enterrar um ente querido falecido pode não ser a garantia de que os restos mortais ficarão para sempre naquele espaço. Isso porque a compra da cova não dá à família o direito pelo terreno. É preciso regularizar a situação da área junto à prefeitura e manter o túmulo sempre em dia para evitar surpresas, como a desapropriação e a remoção dos ossos para depósitos.

Uma opção que tem sido cada vez mais adotada pelas famílias alguns anos após o enterro é a cremação dos despojos, ou seja, do corpo sepultado no cemitério. Em Santa Catarina, esse procedimento pode ser realizado após cinco anos. No Paraná, a lei permite a remoção após três anos. “Além de ser uma opção mais prática, ecologicamente correta, higiênica e econômica, a cremação de despojos pode ser uma oportunidade de fazer uma nova homenagem à pessoa querida”, explica Mylena Cooper, sócia proprietária do Crematório Vaticano.

O procedimento é simples. A família precisa entrar em contato com o crematório, que fará uma documentação de Autorização de Cremação e um termo de responsabilidade, que deverão ser assinados por dois familiares do falecido (um deve ser de primeiro grau). Os familiares precisam levar seus próprios documentos, além da certidão de óbito e um documento com foto da pessoa que faleceu.

O crematório emite então uma carta ao cemitério solicitando a retirada dos restos mortais. No Crematório Vaticano, o procedimento custa a partir de R$1.650, incluindo o traslado até o crematório, o processo de cremação, a documentação e a urna de cinzas. O valor não inclui a exumação, que é paga diretamente ao cemitério e pode variar em cada localidade. As cinzas são entregues até 72 horas após envio dos despojos ao crematório. “Depois da cremação a família pode espargir as cinzas em um local que o ente querido gostava, como no mar ou na fazenda, ou guardá-las na Sala de Memórias do crematório”, diz Mylena.

Nova despedida, 20 anos depois – Para San Huei Liu, a cerimônia que ele e a família fizeram recentemente com as cinzas da mãe, Elizabeth Schmidt Liu, falecida em 1991, foi “um fim para um novo começo”. Natural de Curitiba (PR), Elizabeth mudou-se com o marido para Florianópolis (SC), mas aos 36 anos foi vencida pelo câncer. Os filhos, San Huei, na época com dez anos, e Leilin, com sete, viveram pouco, mas intensamente, os anos que passaram ao lado dela.

San nunca gostou de visitar cemitérios ou hospitais, que traziam lembranças doloridas. “Desde a morte da minha mãe, fui ao cemitério relativamente poucas vezes, pois não sentia que era aquele o lugar onde ela estaria. Além disso, o local estava praticamente sem espaço entre os túmulos, depredado e mal cuidado”. Foi aí que a família teve a ideia de exumar os restos mortais e cremar os despojos. “Quando chegou o momento da cremação, eu e minha irmã pudemos dizer tudo o que não havíamos tido a oportunidade de dizer anteriormente e dar nosso adeus, agora como adultos e entendendo melhor a despedida”. Metade das cinzas foi espargida na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, e a outra metade, enterrada em um cemitério de Curitiba junto a familiares já falecidos.

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