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18/07/2013 - 08:29

As políticas de relato socioambiental: voluntárias? Não, obrigado

Desde 2010, quando a KPMG, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Global Reporting Initiative (GRI) e o Centro para Governança Corporativa na África, publicou o estudo “Carrots & Sticks”, que apresentava um panorama das legislações e programas voluntários de reporte de informações socioambientais ao redor do globo, mais governos, mercados e bolsas de valores passaram a se envolver no assunto gerando o crescimento do número de relatórios de sustentabilidade. Agora, este estudo está sendo atualizado e ampliado, cobrindo 45 países em sua edição de 2013.

Nestes anos, o caráter obrigatório de relato destas informações se acentuou: em 2006, 58% das políticas eram obrigatórias; já em 2013, este índice subiu para 72% das 180 políticas revisadas.

As tendências identificadas na edição anterior também evoluíram. Existe uma ênfase crescente na combinação entre abordagens voluntárias e obrigatórias. A integração da performance organizacional, mesclando dados financeiros, sociais e ambientais também está em crescimento, incluindo elementos de governança. Seguindo este cenário, é provável que cada vez mais os governos emitam legislações que tornem o reporte das informações socioambientais obrigatório, enquanto as empresas levantam suas preocupações com a evolução do “cipoal regulatório”, pedindo uma harmonização entre os vários padrões de relatório. De uma forma geral, as principais tendências detectadas foram: interesse cada vez maior e contínuo na regulação e legislação que demandam a divulgação das informações socioambientais e de governança; número crescente de países envolvidos nesta discussão, com destaque para os mercados emergentes; existência cada vez mais acentuada de políticas do tipo “relate ou explique”, demandando às organizações a divulgação de suas informações ou explicações sobre o motivo de não ter feito; estabelecimento de novas matrizes de reporte, que não necessariamente se integram com as já pré-existentes; foco na divulgação das informações de grandes empresas privadas e estatais, visto que as pequenas e médias já começaram a divulgar de forma tímida, mas crescente; o relato de informações socioambientais passou a ser condição para abertura de capital em bolsas de valores de diversos países; as Nações Unidas estão estimulando os governos a se envolverem neste relato, divulgando as melhores práticas; e, por fim, há uma tentativa de harmonização das várias matrizes de relato existentes.

Nossos desafios globais em sustentabilidade precisam de uma resposta integrada de diferentes atores e, neste sentido, o relato de informações socioambientais é crucial. Os governos estão cada vez mais preocupados com o desenvolvimento sustentável, crescimento econômico inclusivo, transparência e aumento da confiança dos mercados. Um número crescente de empresas deseja obter operações sustentáveis e responder efetivamente aos seus impactos externos.

Estabelecer um processo para este relato ajuda a traçar metas, medir a performance e gerir mudança. Um relatório de sustentabilidade acaba se tornando a plataforma mais efetiva para comunicar o desempenho de uma organização, além da dimensão puramente econômica, tanto em aspectos positivos quanto negativos. O relato das informações não financeiras é, portanto, um passo vital na construção de uma lucratividade no longo prazo com justiça social e integridade ambiental.

.Por: Ricardo Zibas, gerente sênior da área de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade da KPMG no Brasil.

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