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20/07/2013 - 08:17

Antecipar tendências é objetivo constante para o Pão de Açúcar


Paulo Lima, diretor de Conceito, Inovação e Mercadorias do Pão de Açúcar, fala sobre os desafios de inovar no varejo e aponta tendências para o setor , em entrevista.

A nova loja do Pão de Açúcar em Rio Preto conta com uma inédita hamburgueria. O projeto foi coordenado pelo diretor de Conceito, Inovação e Mercadorias do Pão de Açúcar, Paulo Lima. Para entender os objetivos e desafios do seu trabalho, entrevistamos o especialista, que narra sua trajetória no Pão de Açúcar, aponta as tendências e explica a importância de oferecer, além de produtos, serviços de qualidade. Para ter inspiração e novas ideias, o profissional faz diversas viagens, repleta de fotos – que servem como um acervo – e adapta, com criatividade, os modelos que conhece às lojas do Pão de Açúcar

Equipe GPA: O que significa inovar no mercado de varejo?

-Paulo Lima: significa antes de qualquer coisa entender qual a expectativa dos clientes. No Pão de Açúcar queremos entender antecipadamente os anseios do consumidor. Entendemos que o nosso negócio não é apenas vender produtos, mas também oferecer serviços de qualidade. Para isso, estamos sempre atentos às demandas do consumidor. Esse é o segredo.

Conte um pouco da sua trajetória no Pão de Açúcar?

-PL: Há 20 anos, o Brasil começou a fazer algo diferente. Existia uma demanda muito grande de produtos importados e investimos muito nisso. Um pouco depois, há 15 anos, começamos a apostar mais em layout, principalmente porque houve um grande crescimento de interesse por produtos perecíveis. Então, criamos alternativas para as nossas lojas terem espaço adaptado para conservar esses perecíveis. Criamos áreas de venda e exposição. Foi a nossa primeira proposta de mudança em termos de layout. Na sequencia, investimos na forma de oferecer carnes. Sempre tivemos opções de excelente qualidade nessa categoria, mas antes vendíamos de outra forma: em grandes quantidades colocadas no balcão e cortadas de maneira pouco atrativa. Em uma determinada viagem de férias que fiz à Espanha, conheci, em uma pequena cidade, uma loja simples, sem expressão econômica, que tinha um açougue. E as carnes eram simplesmente cortadas e oferecidas em uma bandeja, de uma forma muito mais atrativa. Foi aí que começamos a mudar a maneira de vender carne. Incluímos balcões e passamos a valorizar os produtos de alta qualidade. Já estávamos bem posicionados: lojas mais limpas, ambiente mais bonito e agradável. A partir daí, passamos a olhar a loja quase como uma extensão da casa do cliente com o objetivo de deixar o ambiente mais caloroso, aconchegante e acolhedor. Isso determinou muitas ações da rede e colocou a decoração como foco, utilizando móveis, caixotes e elementos que quebrassem a frieza de um supermercado.

Como funciona seu trabalho no Pão de Açúcar? Quais são os seus principais objetivos?

-PL: o meu foco é traduzir o pensamento do consumidor, atendendo as suas necessidades mais reais. Por esse motivo que o meu trabalho é mais voltado para o futuro do que para o presente, o objetivo é realmente transformar e oferecer serviços novos. Na prática, a ideia é usar a criatividade para estar na vanguarda. Por exemplo, um dos símbolos do Pão de Açúcar são as Rotisseries e os Espaços Cafés, serviços comuns, porém trabalhados de forma gastronômica para transformar pratos simples em produtos de referência.

A maioria dessas ideias acontece durante as suas viagens? Como instigar a criatividade? -PL:viagens ajudam muito, e fotografo bastante também. Costumo fotografar de ponta a ponta todas as lojas que visito quanto estou em outros países. Tenho um material de consulta muito grande. Referência de dez anos que, na época, não tinham ponto de ligação, podem fazer mais sentido hoje.

E de acordo com essas viagens, quais são as tendências que tem vislumbrado?

-PL: tenho percebido uma mudança de layout nas lojas. As tradicionais fileiras paralelas passaram a ser percebidas como barreiras, que tornavam as seções do supermercado completamente dissociadas, como se fossem lojas diferentes. A tendência, agora, é somar. Quando vou ao supermercado e quero preparar uma massa, por exemplo, os ingredientes ficam em locais completamente diferentes no layout tradicional. Uma parte na mercearia, outra parte em industrializados, em locais absolutamente diferentes. Porque não oferecemos todos no mesmo local? Quando o cliente busca uma sobremesa, por vezes tem que ir até os congelados, mas a gente tem que pensar que o objetivo dele é ter uma sobremesa. É aquilo que ele quer consumir. A loja Pão de Açúcar Alphaville, por exemplo, foi conceituada exatamente nesse modelo. A intenção é expandir para outras e considero, inclusive, como meu trabalho mais desafiador até então.

Por que decidiram apostar em uma Hamburgueria? O projeto será expandido para outras praças?

-PL: faz parte do nosso trabalho no Pão de Açúcar introduzir iniciativas bem sucedias nas lojas, como as nossas massas frescas ou o projeto de Espaço Sushi, que existe há 20 anos em várias unidades e que marcou o início de um trabalho mais cuidadoso em relação à cultura gastronômica dos clientes. Tudo aquilo que foge da tradicional rotisserie, a gente aposta. Outro projeto que deu bastante certo é o “Direto da Grelha”, que deixa a carne quase no ponto para ser vendida refrigerada. O cliente tem apenas o trabalho de colocar a picanha, por exemplo, no forno, sem sujar nada. Fazendo um churrasco, sem churrasqueira. A partir desses exemplos, e se inspirando em modelos europeus, resolvemos apostar também em uma hamburgueria na loja Damha de São José do Rio Preto, com carnes de qualidade e preço justo. Criamos um hambúrguer simplesmente delicioso com o fornecedor Wessel, que não é pasteurizado. Queremos expandir o projeto, mas ainda estamos estudando as novas praças.

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