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14/11/2007 - 10:56

Brasileiro quer o Tricampeonato do Mundial de Ultraman


Alexandre Ribeiro encara novamente o desafio de 10km de natação, 421km de ciclismo e 84km de corrida, dias 23, 24 e 25 de novembro no Havaí.

Ele está sempre atrás de novos desafios ou de superar os recordes já obtidos. Para o triatleta Alexandre Ribeiro, a vida não teria a menor graça sem a adrenalina de competir nas provas mais duras do planeta. A sede de vitória ou de superação pessoal do atleta passeia por competições como Ironman, Ultraman, Race Across America, X-Terra e por aí vai.

Aos 42 anos de idade e 24 de carreira – foi um dos precursores do triatlo no Brasil – Ribeiro nem de longe pensa em aposentadoria. Pelo contrário, diz que agora que passou dos 40 é que está “no ponto” para correr mais e mais provas longas, de resistência, sua especialidade. Quanto mais adversas forem as condições do desafio, mais estimulado ele parece ficar.

- Prova boa de fazer é aquela que tem mar mexido, vento contra, percurso montanhoso e sol de 40 graus. Quanto mais difícil, melhor. Na hora a gente sofre, sente muita dor, acha que não vai completar, mas depois de cruzar a linha, é só alegria e sensação de dever cumprido, diz o dublê de atleta e 007, que espera ter ainda muitos deveres a cumprir pelo esporte que abraçou quando tinha apenas 17 anos.

É com este sentimento e gás que ele segue no próximo dia 19/11 (segunda) com destino à ilha de Kona, em Big Island, para participar pela terceira vez do Campeonato Mundial de Ultraman. Alexandre Ribeiro embarca embalado pelo sonho do tri, uma vez que já venceu a prova em 2003 e 2005 (as duas únicas vezes de que participou). Os 515km totais do desafio são divididos em 10km de natação + 145km de ciclismo no primeiro dia (sexta), 276km de ciclismo no segundo dia (sábado) e 84km de corrida (o equivalente a duas maratonas) no terceiro e último (domingo).

- Me sinto muito bem preparado psicológica e fisicamente e conheço o percurso e aquela ilha como a palma da minha mão. Pretendo melhorar o meu tempo e conquistar mais um título. O problema é que todo mundo ali também está bem preparado e de olho no mesmo objetivo (rsrsrs...). Ninguém entra num Ultraman por brincadeira ou treino. Todos os adversários têm de ser respeitados e admirados”, explica o atleta, que ostenta ainda em seu currículo o título de 98 na categoria dupla - ao lado de Ricardo Arap - do superdesafio de ciclismo Race Across América (RAM), totalizando 4.860km percorridos.

A ilha - A pequena ilha de Kailua-Kona, em Big Island, Ribeiro considera como sua “segunda casa”, devido à quantidade de vezes que já esteve lá treinando ou competindo. A estréia foi em 1984, quando aos 18 anos começou sua “via crucis” atrás de pódios e recordes. Naquele ano mesmo, ele já obteve o primeiro: foi o atleta mais jovem inscrito no Campeonato Mundial de Ironman, que compreende 3,8km de natação, 180km de ciclismo e 42km de corrida. Outra marca alcançada por ele nessa mesma prova e até hoje não superada é o recorde brasileiro da competição, com o tempo de 8h49m15s, em 1993, quando completou o percurso em 25º lugar no geral.

A competição - Para quem pensa que as distâncias e tempos de uma prova de Ironman são ‘coisa de maluco’, vale lembrar que a distância de um Ultraman é mais do que o dobro da de um Ironman. Considerado o maior triatlo do planeta, o Ultraman do Havaí envolve 10km de natação, 421km de ciclismo e 84km de corrida, disputados ao longo de três intermináveis dias de competição. Além das distâncias, os ‘atletas-heróis’ enfrentam grandes oscilações de temperatura, que podem chegar a 42 graus, ventos de até 40km/hora, chuva e umidade alta (em torno de 80%), condições que aumentam ainda mais o grau de dificuldade da prova.

O número de participantes no Ultraman do Havaí é limitado pela organização da prova em apenas 35 atletas, somente convidados, e nesta edição são esperados participantes da África do Sul, Alemanha, Brasil, Canadá, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Itália, Porto Rico, Suécia, Suíça e Tailândia. Desde 1983, o evento é realizado anualmente sempre no tradicional ‘Dia de Ação de Graças’ (‘Thanksgiving’).

O recorde mundial é do alemão Holger Spiegel, com 21h41m22s, em 1998. O sueco Jonas Colting, 34 anos, campeão em 2004 e inscrito novamente este ano, tem o segundo melhor tempo da história da competição, com 21h41m49s. Outro forte adversário nessa edição é o esloveno Miro Kregar, 45 anos, vice-campeão em 2001. Do total de inscritos, destacam-se sete mulheres esse ano. O melhor tempo do brasileiro Alexandre Ribeiro no desafio é 22h20m, obtido em 2003.

A prova é realizada em uma variação de altitude que vai do nível do mar a até 2.000 metros. Essa enorme diferença acontece logo no primeiro dia, quando o percurso de ciclismo (145km nesta primeira fase) é todo feito em subida. Cada etapa da prova deve ser concluída em, no máximo, 12 horas. Os competidores que não conseguirem cumprir o percurso do dia nesse período de tempo são automaticamente desclassificados.

A preparação - Apaixonado por provas de longa distância, Ribeiro tem quase 30 'ironmans' no currículo, sendo 13 mundiais só no Havaí. O brasileiro vem se preparando para esta edição do Ultraman desde agosto. O ritmo de treinos é puxado e soma de oito a dez horas por dia de dedicação quase que exclusiva. Por semana, o volume chega a 700km de ciclismo, 200km de corrida e 25km de natação. "Em um mesmo dia já cheguei a fazer treinos de mais de dez horas de ciclismo ou sete horas de corrida", conta. Os locais de preparação variam entre a BR-040, que liga o Rio a Juiz de Fora (ciclismo); Reserva, Bosque da Barra e Floresta da Tijuca (corrida) e praia da Barra e Academia da Praia (natação).

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