Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

20/07/2013 - 09:25

O Jockey Club não é um azarão. Podem apostar!

O Jockey Club de São Paulo, patrimônio cultural, ambiental e arquitetônico da população paulistana, está disputando o mais importante Grande Prêmio de sua história de 138 anos: a corrida pela sobrevivência. Numa raia permeada de obstáculos e terreno tortuoso, como número de apostadores baixo, instalações sem manutenção, dívida imensa, ostracismo na mídia e falta de apoio do poder público, conseguiu avançar alguns corpos nos dois últimos anos, mas ainda está longe da vitória. Nessa insólita carreira, reduziu para R$ 220 milhões, em 24 meses, uma dívida de R$ 400 milhões. Além disso, firmou, com a gestão anterior, acordo com a prefeitura de São Paulo, estabelecendo a adimplência dos impostos municipais e, em contrapartida, a adequação do valor do IPTU aos níveis cobrados dos demais clubes. Continuamos aguardando a efetivação da medida.

A solução dos problemas é imperiosa. Para se ter ideia de seu significado, o turfe movimenta R$ 360 milhões anuais no Brasil, gerando quatro mil empregos diretos e milhares em atividades correlatas. Segundo estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), apenas a lida de cavalos, desempenhada em haras e na zona rural, movimenta R$ 3,9 milhões, mantendo 505 mil pessoas contratadas. O segmento de selarias é responsável por outros R$ 174,6 milhões e gera 12 mil empregos. O casqueamento e ferrageamento respondem por R$ 143,6 milhões e dois mil trabalhadores. Os serviços veterinários e de rações relacionados aos cavalos injetam R$ 74 milhões na economia.

Para seguir firme na pista, o Jockey precisa de fontes alternativas permanentes de receitas, o que seria viável com sua consolidação como um dos principais espaços de eventos e shows da cidade de São Paulo. Nesse sentido, tem diferenciais competitivos em relação a todos os demais, como estacionamentos internos e protegidos com milhares de vagas, fácil acesso, com grandes avenidas nas adjacências, e ampla área, acomodando os espectadores com segurança e conforto. Tais virtudes foram demonstradas no Lollapalooza, este ano: 52 mil pessoas no primeiro dia, 55 mil no segundo e 60 mil no terceiro (show de Pearl Jam). Um dos maiores fenômenos de público da capital paulista, o festival de rock, que transcorreu com total ordem, sem problemas de ingresso e mobilidade, gerou cinco mil empregos diretos e 12 mil indiretos, na sua montagem/desmontagem e execução, injetou R$ 30 milhões na economia paulistana, atraiu 100 mil turistas do interior de São Paulo, outros Estados e países e resultou na ocupação intensiva de hotéis, frequência de restaurantes e utilização de serviços ligados ao turismo receptivo.

Espetáculos, exposições de arte, grandes shows periódicos, restaurantes e eventos rotineiros realizados em paralelo às corridas de cavalo garantiriam a sustentabilidade econômica do clube, como ocorre em outros países, nos quais o turfe é apoiado e até subsidiado pelos governos, conscientes de seu poder de fomento ao turismo e à economia. É nesse contexto que se insere o Espaço Cultural da empresa XYZ que está sendo instalado no Jockey Club de São Paulo. Objetiva-se que o empreendimento tenha eventos dirigidos às classes A, B e C, algo que proporcionaria a completa revitalização do hipódromo.

As soluções são decisivas, pois diante da incerteza quanto à liberação de futuras promoções, não só no novo Espaço Cultural, como nas outras áreas do clube onde se realizam tradicionalmente shows, feiras e espetáculos, já se perdeu receita de R$ 6 milhões em eventos, transferidos para outros locais. É preciso receita permanente para honrar o tombamento pelo poder público, consolidar espaço capaz de abrigar os maiores eventos e impulsionar o turismo paulistano, proteger área de 600 mil metros quadrados com terreno de elevada permeabilidade (importante para o meio ambiente), pagar impostos, manter os empregos gerados pelo turfe e revigorar a região de Cidade Jardim, mal iluminada, palco de prostituição e área de risco para a segurança das pessoas.

Se permitirem que o Jockey Club de São Paulo siga em sua carreira, ele deixará a areia pesada na qual corre e atropelará pela pista de grama, vencendo por muitos corpos a corrida por sua revitalização. E nem será preciso o photochart, pois tudo o que se faz por esse favorito ao título de campeão de turfe, eventos e turismo está exposto aos refletores da transparência administrativa.

. Por: Eduardo da Rocha Azevedo, presidente do Jockey Club de São Paulo.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira