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Tendências de mercado e escolha de carreira

Observar as perspectivas do mundo do trabalho é ajuda esclarecedora para o estudante que está em busca de informações sobre o futuro das profissões.

Na pré-temporada de caça a uma vaga na faculdade, antes de escolher a qual vestibular vai concorrer, há uma dúvida recorrente que angustia milhares de jovens: qual rumo tomar, na transição do ensino médio para o superior. Poucos anos atrás, a resposta seria razoavelmente simples: Direito, Medicina, Engenharias, Administração de Empresas e alguns outros poucos cursos eram as opções mais valorizadas e procuradas. Hoje, com um mercado de trabalho extremamente volátil, em constante mutação, e a quase cotidiana extinção de antigas atividades e criação de novas, qualquer afirmativa exige um certo exercício de futurologia e uma boa dose de observação das tendências do emprego.

Com experiência de 42 anos em inclusão profissional de estudantes, o Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE já detectou que o estágio para alunos do ensino médio serve como eficaz auxílio na escolha profissional, ao colocá-lo em contato com a realidade do ambiente corporativo. Já para os universitários, esse treinamento prático, com duração média de um ano, funciona como um instrumento de confirmação da escolha da carreira, possibilitando uma correção de rumos, quando necessário, ainda antes do ingresso efetivo no mercado de trabalho. Para as empresas, o estágio vem obtendo um crescente reconhecimento como adequada fonte de recrutamento de novos profissionais, ao ensejar uma avaliação mais profunda e mais abrangente da competência do estudante.

Um outro aspecto chama a atenção na realidade corporativa: tanto para a seleção de novos talentos pelas empresas, quanto para a decisão por uma carreira pelo jovem, o recomendável é focar a atenção não mais em cursos isolados, mas sim nos chamados campos de atuação, que aglutinam uma série de graduações afinadas com determinadas áreas de atividade. O estudante em busca de estágio e a empresa à cata de futuros talentos devem levar em conta que graduar-se numa especialidade não implica centrar nela a futura carreira, como revela o grande número de profissionais que ocupam funções bem distantes de seu curso de formação. Um exemplo clássico é a quantidade engenheiros "cooptados" para comandar setores financeiros em bancos e outras instituições do setor. Para facilitar a identificação de perfis dos candidatos a estágio e das vagas em oferta, o CIEE já programou seu banco de dados para possibilitar pesquisas por campos de atuação. Afinal, um eficiente agente de integração tem a responsabilidade de colocar o estudante certo na empresa certa o mais rapidamente possível, otimizando os vantajosos efeitos dessa prática, que detém o excelente índice de 64% de efetivação dos estagiários no pós-período de capacitação prática.

A observação constante do mundo do trabalho possibilitou ao CIEE identificar alguns aspectos muito interessantes e úteis para orientar a escolha de carreira. Por exemplo, existem profissões antigas que foram recicladas, como a advocacia, para atender às novas exigências do mercado por especialistas em direito com foco em comércio internacional, concorrência ou crimes da internet, ao mesmo tempo que os optantes por direito trabalhista, da família, eleitoral ou criminal continuam com oportunidade de trabalho assegurada. Já a "velha" biblioteconomia novo fôlego com o avanço da tecnologia: passou a ser conhecida como gestão de informação, respondendo pela classificação, organização e armazenamento dos dados, que chegam às organizações em volume cada vez maior. O mesmo avanço tecnológico gera profissões novíssimas, como design de jogos digitais. Beleza, bem-estar, saúde e lazer são áreas voltadas para a qualidade de vida e ganham espaço crescente no mercado de trabalho.

Entretanto, as perspectivas de ocupação e renda não devem ser as únicas balizas para a escolha da carreira. Os especialistas são unânimes em afirmar - e a experiência confirma - que uma das condições essenciais para o sucesso é escolher uma profissão da qual se goste (algo que muitos chamam de vocação). Outra é ter a consciência de que será preciso estudar sempre e complementar a competência técnica com outros conhecimentos. Com isso, o que possibilitará incluir no currículo a desejada formação multidisciplinar, que facilitará a eventual necessidade de acompanhar a volatilidade do mercado, transitando de uma área de atividades para outra. Para finalizar, uma terceira recomendação: não importa qual a área escolhida, sairá sempre na frente o jovem que cultivar habilidades de uso, digamos, geral, como ler e escrever corretamente, ter desembaraço no uso do computador, ter fluência em inglês e conhecimentos de um terceiro idioma (espanhol, italiano, francês e até mesmo japonês ou chinês), saber manejar números e estatísticas, valorizar a ética corporativa e relacionar-se bem com a equipe de trabalho. Para finalizar, vale lembrar que, ao aplicar um bom programa de estágio, a empresa poderá estimular o estagiário a desenvolver tais habilidades, ao mesmo tempo que transmite a ele os valores organizacionais. Com isso, estará aprimorando seus futuros talentos e contribuindo para garantir sua sobrevivência num mundo cada vez mais globalizado e competitivo.

. Paulo Nathanael Pereira de Souza é educador e presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE (e.mail: [email protected])

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