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14/11/2007 - 11:15

O que será do trabalhador do futuro?

"Olhando pelo lado positivo, empregadores estão contratando funcionários com níveis cada vez mais elevados de educação e os empregos estão demandando ainda mais sofisticação e aperfeiçoamento. De acordo com o Bureau of Labor Statistics (Escritório de Estatísticas sobre o Trabalho), 34% dos trabalhadores adultos nos Estados Unidos possuem algum curso de pós-graduação, crescimento de mais de 29% em relação há 10 anos. Indo além, os modernos locais de trabalho não mais se parecem com a linha de produção das fábricas e sim assemelham-se a estúdios de design, onde os valores principais e básicos são a colaboração e a inovação e não o trabalho repetitivo e alienado. Pessoas talentosas são muito requisitadas no mercado..." (Which way to the Future, artigo de Michael Mandel para a Revista “Business Week”, 20-27 de agosto de 2007).

Educação, pesquisa, aprofundamento, conhecimento das novas tecnologias e domínio de línguas estrangeiras são fatores essenciais para atingir o sucesso profissional. E o topo depende essencialmente da relação inteligente que temos que fazer entre todos esses fatores de nossa formação, em nossa vida pessoal e profissional. Criatividade vale ouro e para conseguir chegar lá o caminho é longo, duro e tortuoso, ou seja, cheio de pedras e espinhos.

O que quero dizer com isso? Em termos individuais significa muito estudo pelo resto de nossas vidas. No que se refere ao coletivo, pensando-se em país, significa que ou melhoramos realmente a qualidade da educação no país ou então estamos fadados ao “apagão” da mão-de-obra prevista por executivos, estudiosos, especialistas.

E como fazer isso? Que tal começar estimulando as indústrias criativas, como propõe o professor e economista Gilson Schwartz? "São criativas as indústrias que têm sua origem na criatividade, competência e talento individuais e que têm um potencial de geração de riquezas e empregos pela criação e exploração de propriedade intelectual" definiu, em 2001, o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte da Inglaterra.

Em inglês, porém, o termo “industry” é ambíguo,vai além da manufatura e usualmente designa setor. Os setores intensivos em criatividade seriam, portanto, a publicidade, a arquitetura e as artes, assim como o design, a moda, o audiovisual (cinema, TV, rádio, fotografia), a produção de software, jogos de computador, conteúdo digital, música, espetáculos e outros conteúdos (Indústrias Criativas, texto de Gilson Schwartz,para a revista Época Negócios, Edição nº 7 - Setembro de 2007).

Vale mencionar que criatividade é uma característica que depende do estudo, leitura, pesquisa e esforço individual para que qualquer pessoa possa aprofundar seus conhecimentos, criar sinapses entre os conhecimentos que desenvolve, amadurecer os saberes e tornar-se cada vez mais e mais criativo.

Outro passo essencial é integrar de vez as novas tecnologias ao cotidiano, sempre acompanhando os avanços que surgirem. Blogs, sites de relacionamento, fotologs, videoblogs e podcasts são instrumentos que, por meio da Internet, são compartilhados e criados de forma colaborativa. Além disso, câmera digital, celular e cinema itinerante também são ferramentas cada vez mais acessíveis às pessoas. Segundo especialistas, as tecnologias digitais atuais acenam como possibilidade para a democratização cultural.

Torna-se imperativo, no entanto, que as pessoas entendam isso como parte do mundo em que vivemos, que utilizem essas ferramentas com maior constância e que, em especial, dêem a esses recursos roupagens inteligentes e úteis, capazes de melhorar a vida de todos. Temos que explorar blogs, fotoblogs, videoblogs e podcasts, postando mensagens, idéias, relatos do cotidiano, notícias, pesquisas, imagens e vídeos sempre que quisermos, sem abrir mão da qualidade daquilo que estamos escrevendo – sejam nossas memórias, relatos pessoais ou artigos jornalísticos e teses acadêmicas. O debate ganha quando, além de um aumento real no número de produções, também a qualidade é prezada e estimulada!

Não podemos, no entanto, desprezar o fator humano, aquele que nos faz solidários e nos aproxima no esforço diário que fazemos por um mundo melhor. A globalização não pode e não deve nos distanciar e nos fazer, apenas, agentes de conglomerados e corporações, indiferentes às pessoas, às culturas, aos países e ao próprio planeta Terra.

Produzir, comercializar mundialmente, cortar custos, encontrar melhores opções de matérias-primas, utilizar mão-de-obra mais barata e, principalmente, aumentar as possibilidades de vendas entrou na pauta das nações com enorme ênfase nos últimos 20 anos. O que não foi aperfeiçoado, no entanto, foram as relações humanas entre as nações. O que se quer é dinheiro, cada vez mais e maiores lucros.

Até que ponto estamos nos preocupando em criar um mundo onde os laços de solidariedade e de humanismo possam sobressair nesse universo onde os negócios estão sempre em primeiro plano?

Há países muito ricos e outros pobres, há alguns em desenvolvimento acelerado e tantos outros que estão afogados em problemas ainda básicos, relativos à sobrevivência (como a produção de alimentos, analfabetismo,poluição ambiental etc.). E esses pares desiguais, que dançam ao som de ritmos completamente distintos, pisam continuamente uns nos pés dos outros. Acertar o ritmo dessa valsa (ou samba, rock, pop music, tango) exige muito mais do que cifras e investimentos (também muito necessários), demanda consenso, debate, ação e entendimentos em prol não apenas de interesses mesquinhos, localizados ou setorizados, mas globais, que redundem em benefícios e melhorias para todos.

. Por: João Luís Almeida Machado é editor do portal Planeta Educação, mestre em educação, arte e história da cultura, professor universitário e pesquisador.

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