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26/07/2013 - 09:43

Cavalgada em Minas Gerais remonta a história da raça Campolina

Poucas raças no mundo têm uma história emocionante e um grande legado deixado à modernidade como o Cavalo Campolina.

Em três de viagem, um grupo de cavaleiros percorrerá um trecho de aproximadamente 110 Km da Estrada Real para celebrar um dos legados mais importantes deixados por Cassiano Antônio da Silva Campolina. Esta é a famosa Cavalgada Histórica do Cavalo Campolina, que ocorre há 33 anos e deve reunir pouco mais de 60 participantes. "É uma reverência ao Cavalo Campolina, patrimônio preservado por homens e mulheres em todo o Brasil. A raça é uma das mais bonitas, a mais altiva e também dona de um andamento muito confortável. Além do valor simbólico, é uma maneira de demonstrar que o Campolina está em plena atividade, e sempre sendo colocado à prova", diz Gledson Carneiro Júnior, presidente do Núcleo de Criadores do Cavalo Campolina do Oeste Mineiro, responsável pela organização.

O trajeto começa em Barbacena (MG), a "Cidades das Rosas" como é conhecida, no dia 25 de julho, passando por Carandaí, Conselheiro Lafaiete, Queluzito, Buarque de Macedo até a famosa Entre Rios de Minas, onde estão a Fazenda do Tanque, propriedade fundada pelo patriarca da raça, e também o Hospital Cassiano Campolina, cujo nome transcende gerações. Vindo de Salvador (BA), o criador Jorge Libório, do Haras da Vitória, se juntará aos grupo, demonstrando um pouco da paixão que o Nordeste brasileiros tem pelo Campolina.

Pelo caminho, três haras abrirão as porteiras para receber a comitiva com muita festa, alegria e moda de viola. O ponto de partida será no Haras do Atalho, de Osmar da Silveira Moraes, que nasceu em Santa Bárbara do Tugúrio (MG) e chegou ao município aos cinco anos de idade. Sua criação completou 26 anos, contando com mais de 100 animais, entre receptoras, potros, potras, garanhões e doadoras. A busca constante pelo aperfeiçoamento da marcha, sem perder a caracterização desejável à raça, levou o criatório a produzir duas pérolas recentemente: Drica do Belo Passo, Campeã Nacional do Marcha, e Afrodite do Império das Rosas, Bicampeã do Copa Rio e Campeã na Copa Minas.

No da seguinte, o grupo parte logo cedo com destino à Carandaí (MG), onde estão lindas igrejas datadas do século 18, nos moldes da arquitetura barroca. Após breve travessia pela cidade, seguirão para o Haras Lagartixa, em Conselheiro Lafaiete (MG), onde serão recepcionados por Francisco de Azevedo Neto, ex-presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina). Francisco está na raça há 23 anos e é grande defensor da funcionalidade do cavalo. A preferência pela pelagem pampa é predominante em seu plantel de 70 animais. Duas revelações atuais são Atriz da São Luiz, campeã em várias exposições que disputou, e Pintura do Pégasus, que possui uma genética muito cobiçada. "Essa cavalgada é muito importante ao resgate histórico da raça Campolina e ao enaltecimento de sua função", ressalta.

Indo com a programação, no dia 26 de julho, o grupo cavalgará até Queluzito (MG), passando pelo trecho considerado um marco no surgimento do Campolina, a Linha Férrea de Queluz, atual Conselheiro Lafaiete. Diz a história, que na época de sua inauguração, Cassiano foi encarregado pelo Partido Cristão de organizar uma cavalhada (disputa folclórica de origem medieval entre mouros e cristãos), em homenagem ao Imperador Dom Pedro II, que estava presente. Justamente naquele dia, pela primeira vez, a tão esperada vitória dos cristãos acabou não acontecendo.

Cassiano era um homem de exímia inteligência e o melhor criador de cavalos da região, mas, ferido pelo orgulho, desceu de seu cavalo e, diante do Imperador, assumiu responsabilidade pela derrota e prometeu a vitória numa possível revanche. Desde de então, passou a selecionar animais de maior porte e agilidade, destinados a tração e montaria para atender não só as cavalhadas, mas também as demandas existentes na época. Foi desse trabalho, após cruzamento entre várias raças, que nasceu o Cavalo Campolina, genética preservada e trabalhada até os dias de hoje, em várias partes do Brasil.

Na manhã do dia seguinte, a comitiva parte para seu destino final: a cidade de Entre Rios de Minas, tendo como ponto de chagada o Hospital Cassiano Campolina, grande legado deixado pelo patriarca da raça à modernidade, O cidade também é guardiã da Fazenda do Tanque, local de nascimento do lendário Monarca e seus descendentes, que deram origem ao Campolina.

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