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15/11/2007 - 11:45

Ceará Steel troca gás por carvão e vai custar US$1 bi

Rio de Janeiro/Brasília- Os sócios da Ceará Steel decidiram mudar a rota tecnológica da usina siderúrgica de gás natural para carvão, contornando assim um problema que atrasou a entrada em operação do projeto em um ano.

Agora, a siderúrgica deve entrar em funcionamento entre 2010 e 2011, informou o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, nesta quarta-feira, após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"No dia 20 há a expectativa de fecharmos um acordo do projeto da siderúrgica integrada, que não vai usar gás (como era no projeto original). Esse foi o último debate dos últimos sete meses", afirmou Agnelli a jornalistas, em Brasília.

A opção por carvão coloca um ponto final no impasse que se arrasta desde meados deste ano por conta de um contrato que teria sido assinado em 1996 entre a Petrobras e o governo do Estado do Ceará, quando o preço do gás era mais baixo do que o praticado no mercado atualmente.

A Petrobras alegava que o governo estadual já utilizou o gás contratado na usina térmica do empresário Eike Batista, conhecida como Termoluma, inaugurada em 2002, e portanto o novo projeto teria que se submeter a outro preço.

A planta ficará localizada perto do porto de Pecém e, segundo Agnelli, custará "um pouco mais de 1 bilhão de dólares". A produção inicialmente será de 2,5 milhões de toneladas de placas de aço para exportação, volume que poderá ser duplicado, dependendo do mercado.

Quando era a gás, o projeto estava orçado em 800 milhões de dólares e a produção estimada em 1 milhão de toneladas de placas.

O principal executivo da Vale negou que a reunião com Lula tenha ocorrido por causa de supostas reclamações sobre investimentos da Vale no exterior.

"Não se queixou não, ele tem acompanhado todos os investimentos da Vale e a concentração desses investimento é no Brasil", disse Agnelli.

Ele informou que a Vale vai investir 11 bilhões de dólares em 2008 --de um plano total de 59 bilhões de dólares até 2012--, e que 80 por cento desse total será para projetos no Brasil.

Agnelli lembrou que fora do Brasil o principal projeto em andamento se localiza na Nova Caledônia, a mina de níquel de Goro, mas que no Pará o projeto de Onça-Puma, também de níquel, tem o mesmo porte.

Moatize - Ele anunciou que pretende acelerar o projeto de produção de carvão metalúrgico em Moçambique, de onde chegou na véspera.

"Estive ontem em Moçambique, nossa intenção é acelerar o projeto lá, a siderurgia brasileira precisa do carvão metalúrgico", explicou. "Até o final do ano resolvemos a questão de logística, tarifa de transporte, para que no primeiro semestre do ano que vem possamos começar o projeto de Moatize", complementou.

O projeto prevê a exploração da mina de carvão a céu aberto por 35 anos no noroeste do país, com produção média anual estimada em 11 milhões de toneladas anuais (Mtpa) de produtos de carvão (8,5 Mtpa de carvão metalúrgico e 2,5 Mtpa de carvão térmico).

BHP - Agnelli comentou também sobre a possível associação das australianas BHP e Rio Tinto, que estudam uma fusão, afastando qualquer ameaça para as operações da Vale.

"Mesmo com a fusão a Vale continua líder no mercado de minério de ferro, e no de níquel já está bem posicionada e tem potencial de crescimento", afirmou.

Ele reafirmou que a prioridade da Vale é crescer organicamente, e não por meio de aquisições, e que a companhia estaria acompanhando as negociações "de longe", afastando rumores de que a mineradora brasileira poderia se aliar à BHP para comprar a Rio Tinto.

"É positiva para a indústria da mineração a associação da BHP com a Rio Tinto...a associação fortalece toda a indústria, estamos passando por um processo de concentração", disse, lembrando que com o crescimento econômico mundial é preciso ganhar escala para atender o mercado.| Por: Denise Luna, com edição de Marcelo Teixeira/Reuters.

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