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01/08/2013 - 08:37

Amir Haddad defende a importância do Teatro de Rua


Com linguagem única, o Tá Na Rua há 33 anos leva para as ruas um conceito de teatro público produzido sem distinção de classe social ou qualquer tipo de discriminação e se torna importante instrumento de transformação social nas ruas do Rio

Rio de Janeiro (RJ) – Já imaginou estar caminhando pelas ruas do Rio de Janeiro e se deparar com atores ocupando ruas, praças e avenidas fazendo arte para todos e em qualquer lugar, sem distinção de classe social ou qualquer tipo de discriminação? Esta é a proposta do Tá Na Rua, grupo de teatro que há 33 anos reflete sobre a realidade política, social e cultural da cidade e sobre o papel do artista na sociedade. Criado e dirigido pelo diretor de teatro, Amir Haddad, o Tá Na Rua desenvolveu um conceito de arte cênica desprendida de valores pré-concebidos, resistindo aos modelos “capitalistas” de produção teatral, e tornou-se referência em teatro de rua no Brasil e no mundo.

“Saímos das camisas-de-força da ideologia e começamos a vestir os trapos coloridos da fantasia, da possibilidade, da transformação, da beleza, de nada pronto, nada definitivo e de eterno movimento”, explica Amir Haddad, criador e diretor do Grupo Tá Na Rua.

Das grandes salas de espetáculos para as ruas-O Tá Na Rua surgiu a partir de um coletivo de atores em busca de espaços livres e abertos, que não poderiam ser encontrados entre as paredes institucionalizadas das salas de espetáculos. O contexto histórico, no final da década de 70, serviu de plano de fundo para o surgimento do grupo. “O panorama teatral brasileiro imerso em um clima de medo e o obscurantismo que dominou a atividade cultural durante o período da ditadura militar (1964-1984) estimulou a criação do grupo”, relembra Haddad. O espaço aberto da rua surgiu como uma alternativa às necessidades deste grupo que, a partir de uma insatisfação com os estreitos limites da atividade teatral, já vinha trilhando um caminho de investigação e de pesquisa voltado para o desmonte da linguagem do teatro tradicional. Dessa forma, Haddad criou o Tá Na Rua.

Linguagem própria-A pesquisa por uma linguagem cênica dos espaços abertos expandiu os limites das rodas de ruas e enveredou pela seara dos grandes espetáculos e eventos populares, entre os quais o mais representativo é o espetáculo carnavalesco. Ao longo dos 33 anos de existência, o Tá Na Rua se tornou a principal referência de criação, pesquisa e formação em teatro de rua do país. Em 1994, o grupo passa a ocupar um sobrado na Av. Mem de Sá, 35, na Lapa, Rio. No local é instalado o Centro Cultural Casa do Tá na Rua. Neste espaço, o grupo tem realizado oficinas teatrais, ensaios, celebrações e eventos artístico-culturais. Em 1999, o grupo constitui-se como uma ONG e passa a se chamar Instituto Tá Na Rua para as Artes, Educação e Cidadania. O grupo ocupa lugar de importância no panorama cultural da cidade e do Brasil pelo inusitado de suas propostas.

Todo mundo junto e misturado-Mais do que um grupo de Teatro, o Tá Na Rua tem um importante papel na transformação social e de integração. É muito comum ver em seus ensaios e oficinas atores profissionais ou não, pessoas comuns – desde dentistas, advogados, estudantes a moradores de rua – todas juntas num mesmo espaço com o intuito de produzir um conceito de teatro especialmente adaptados para as ruas, levando para o público em geral alegria, conscientização, qualidade em diversos espetáculos montados pelo grupo Brasil afora. O Tá Na Rua é patrimônio imaterial do estado do Rio de Janeiro.

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