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13/08/2013 - 08:10

Vale: em cenário adverso, resultado operacional se sustenta, porém preços prejudicam, aponta BB Investimentos

Bulk Materials: aumento em volume neutralizado pela queda nos preços -O resultado da Vale no segundo trimestre de 2013 apresentou aumento nas vendas de minério de ferro e pelotas em relação ao trimestre anterior (+10,8%),mesmo com o volume produzido no período ter ficado um pouco abaixo do esperado. “No entanto, a queda no desempenho econômico da China levou às siderúrgicas locais a acumularem estoques de aço acima da média, e isso acabou pressionando os preços de minério de ferro e neutralizando parte do desempenho obtido nas vendas. Como a Vale ainda possui parte dos contratos atrelados ao modelo “antigo” (VRP), a queda de 18,3% dos preços no mercado spot foi atenuada e preço médio praticado ficou 11,2% menor. Com isso, a receita no segmento de minerais ferrosos atingiu R$ 16,1 bilhões, montante ainda 3,4% superior a do trimestre anterior. operações em Carborough Downs e o ramp primeiro trimestre de 2013”, observou Victor Penna, analista do BB Investimentos.

Recuo nos preços também prejudica o segmento de metais - “O segmento de metais básicos apresentou desempenhos operacionais positivos, mas que acabaram sendo compensados pela queda no preço médio realizado. O ramp up de VNC e de Salabo I levaram à produção recorde de níquel e cobre no 2T13,resultando em volumes de vendas 3,2% e 6,2% maiores, respectivamente, sobre otrimestre anterior. Entretanto, a instabilidade macroeconômica com a desaceleração da China e a possibilidade da retirada dos estímulos nos EUA tem afetado negativamente o preço dos metais e a rentabilidade das operações. Como subproduto das operações de cobre de Salobo, as vendas de ouro aumentaram 48,7% T/T e a receita atingiu R$ 195 milhões, também recorde na mineradora. E com relação ao segmento de Fertilizantes, a Vale reportou aumento no volume de vendas em quase todos os produtos fosfatados, parcialmente compensados por menores preços que, segundo a companhia, é resultado da fraca demanda global”, continuou a observação.

Custos e Resultado Operacional - “No 2T13, os maiores volumes de vendas e a variação cambial resultaram no aumento do CPV consolidado. Dentre os mais relevantes, destacamos a maior necessidade de compra de produtos de terceiros (minério e níquel principalmente), cujo incremento foi de 49,6% T/T, e a elevação nos gastos com frete e com royalties de mineração. Já o resultado operacional teve um aumento de 19,7% sobre o 1T13, devido ao maior dispêndio com as despesas pré-operacionais e de parada, cujo incremento foi de R$ 201 milhões. Com isso, a Vale acabou encerrando o trimestre com um Ebitda de R$ 10.292 milhões, valor 0,8% inferior ao registrado no trimestre anterior. O forte Ebitda do segmento de metais base no 1T13 recuou 35,5% T/T, devido à queda nos preços médios, levando sua participação no consolidado de 14,4% para 9,4%. Enquanto isso, o de minerais ferrosos avançou 3,5%, para R$ 9,7 bilhões e o de logística de negativo em R$19 milhões para positivo em R$ 123 milhões”, destacou o Penna.

Resultado Financeiro e Considerações -”A apreciação do dólar provocou um efeito negativo (não caixa) de R$ 2,1 bilhões em perdas com derivativos e de R$ 5,5 bilhões com variações monetárias e cambiais,resultando em uma despesa financeira total de R$ 8,7 bilhões, versus receita financeira de R$ 1,7 bilhão. Com isso, a Vale encerrou o 2T13 com lucro líquido de R$ 832 milhões, equivalente a um lucro por ação de R$ 0,16. O tímido resultado da Vale no 2T13 é reflexo da desaceleração da economia chinesa, já que seus principais indicadores econômicos – PIB, PMI e balança comercial –têm se mostrado cada vez mais fracos. Como consequência, o menor interesse de compra de minério de ferro pelas siderúrgicas chinesas e a venda dos estoques visando gerenciar custos em meio a uma menor demanda por aço contribuíram para a redução no preço do insumo ao longo do trimestre, prejudicando seu resultado”, frisou o executivo do BB Investimentos.

“Por outro lado, os esforços contínuos da Vale no corte de custos e na melhora da produtividade, especialmente no segmento de metais básicos, têm contribuído para que a companhia consiga neutralizar parte da desaceleração do segmento de bulk materials. Além disso, como a maior parte das receitas da mineradora é denominada em dólar, enquanto a grande maioria dos custos é em reais, a desvalorização cambial também colabora para o incremento de sua geração de caixa”, informou Victor.

“Portanto, mantemos nossa recomendação em Outperform, pois acreditamos que os fatores adversos que têm prejudicado a companhia, como a desaceleração da China estão sendo compensados pela melhora na eficiência de suas operações, as boas perspectivas de resultado para os metais base caso os preços voltem a se recuperar e a disciplina de capital e investimentos com foco em crescimento e retorno. A recente obtenção da licença de instalação para o projeto S11D ratifica essa nossa visão, pois “abre caminho” para o desenvolvimento de um projeto de produção de minério no norte do país em grande volume e a baixo custo”, concluiu o analista.

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