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15/11/2007 - 13:24

Atravessando a turbulência no mercado de TI


Todos os mercados passam por turbulências periódicas - a crise no mercado de hipotecas imobiliárias, ainda em curso nos Estados Unidos, é o exemplo mais recente.

No mercado de informática, também passamos por “acidentes” de percurso. Lembro-me bem do ano de 2002, quando o dólar quase dobrou de valor, num período de pouco mais do que 7 meses. Naquela época, a simples apresentação de um preço firme, em Reais, para determinado produto originalmente denominado em dólar, tornou-se atividade de alto risco.

Hoje, temos outra vez “nuvens cinzentas” no ar. O problema, desta vez, está sendo gerado pela turbulência no processo de importação de equipamentos de informática. Os mais afoitos já falam num aumento de 10 a 20% nos valor desses equipamentos no futuro próximo, ou mesmo na eventual escassez desses bens em nosso mercado.

Quando esse tipo de “ameaça” paira no ar, aparece junto o “efeito manada”, ou seja, o que um faz, movido pela preocupação, acaba sendo imitado pelo outros, gerando uma profecia auto-cumprida. Os problemas com o câmbio no Brasil funcionavam exatamente assim: comprava-se dólar por que se profetizava que ele ia subir e o dólar acabava subindo, por que todos compravam, sendo que a maior parte das pessoas perdia com essa ciranda.

Não lido com a importação de equipamentos, mas tenho experiência de passar por outras crises e posso garantir algumas coisas. Primeiro, os problemas no mercado brasileiro tem impacto mínimo no mercado internacional - o faturamento das multinacionais de informática no Brasil tipicamente representa apenas de 1 a 2% do total que faturam no mundo.

Segundo, o mercado fornecedor desses equipamentos é muito dinâmico e formado por empresas ágeis e competentes. Essas empresas certamente saberão como corrigir e superar rapidamente as dificuldades eventuais.

Terceiro, os equipamentos respondem somente, em média, por cerca de 30% do valor dos projetos de informática, sendo o resto formado por softwares e serviços. Logo, um aumento no preço dos equipamentos de 10 a 20% teria um impacto no valor final do projeto de 3 a 6%, diferença que é perfeitamente absorvível pelas margens normais dos fornecedores, ainda mais que o valor do dólar vem caindo fortemente nos últimos meses (mais de 10% somente nesse ano).

Finalmente, estimativas feitas no calor dos acontecimentos – no caso, de um aumento de preço de 10 a 20% - tendem a ter certo componente de especulação, pois são baseadas em avaliações muito preliminares, que não levam em conta diversos fatores atenuantes. Deixou-se de considerar nessa estimativa, por exemplo, a competição acirrada entre os fabricantes de equipamentos, que tende a limitar os eventuais aumentos de preços.

Em resumo, nos momentos de turbulência, o melhor é não se precipitar e seguir em frente com os planos existentes. Deve-se, naturalmente, acompanhar os acontecimentos, para reagir a eventuais desdobramentos indesejáveis, se e quando eles surgirem.

. Por: Vinícius Freire Moura é diretor superintendente da Image Pro

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