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13/08/2013 - 09:08

Desaceleração da China impacta o Brasil, aponta o presidente da FTI Consulting do Brasil

Brasil e países em desenvolvimento sofrem com crescimento menor da China.

A economia chinesa está desacelerando. Seu índice de expansão no primeiro trimestre, que chegou a 7,7%, caiu no segundo para 7,5%. O sinal amarelo se acendeu e segue aceso. Autoridades chinesas, que no início do ano previam uma expansão acumulada de no mínimo 7.5%, hoje trabalham com uma expectativa bem inferior, de apenas 7,0%. “Demorou um pouco, mas a China sente hoje os reflexos da crise econômica que há tempos preocupam o mundo”, explica Eduardo Sampaio, presidente da FTI Consulting do Brasil. Nos últimos três anos o PIB chinês vem se expandindo a taxas decrescentes, embora ainda bastante elevadas para o resto do mundo (2010: 11.9%, 2011: 11.6%, 2012: 10.7%; valores em PPP-power purchasing parity, segundo o FMI).

Segundo o executivo, que trabalhou e estudou em Hong Kong e conhece bem aquele mercado, a China está revendo o seu modelo econômico, que por muitos anos esteve voltado às exportações e atendimento das demandas externas. “As autoridades econômicas buscam agora estimular o mercado interno e ampliar a sua relevância em relação ao setor exportador”, conta Sampaio.

O minipacote econômico anunciado na semana passada, que eliminou alguns dos impostos que recaem sobre as pequenas empresas, cortou custos das exportações e aumentou os investimentos na construção, sobretudo de ferrovias já são medidas que visam fortalecer e sedimentar o “novo modelo econômico”. Para alguns analistas econômicos, para alcançar o objetivo de transformar a economia do país, o governo chinês precisa ir além. “Estas medidas recém-anunciadas e denominadas no Brasil de ‘minipacote’ podem ajudar, mas certamente não são suficientes para transformar o ambiente econômico daquele País”, afirma Sampaio. Ele lembra que o emaranhado chinês é mais complexo do que aparenta. “Já são várias as empresas com capacidade ociosa e o governo até já autorizou a demissão de funcionários”, disse.

A desaceleração da economia chinesa é fator de preocupação, sobretudo para os países “em desenvolvimento”, dentre os quais se encontra o Brasil, que durante os últimos anos foi grande exportador de matérias-primas para o gigante asiático. A balança comercial brasileira, que segundo previsões de especialistas deve fechar 2013 com déficit, é o retrato pronto e acabado da desaceleração econômica da China. “Nos últimos anos, os chineses superaram os americanos e tornaram-se o principal parceiro econômico do Brasil, que também se favoreceu dos preços elevados de suas matérias primas, tais como alimentos e minérios”, explica o presidente da FTI Consulting do Brasil. “A desaceleração econômica da China é acompanhada da queda dos preços das matérias-primas no mercado internacional, fato que impacta fortemente o Brasil. O preço do minério de ferro é um destes casos emblemáticos, entre Q3 2010 e Q3 2011 o preço aproximado foi USD180/metric tone. Dois anos mais tarde, em junho 2013 o preço do minério estava em USD116/metric tone”, acrescenta Sampaio.

Se as previsões das autoridades chinesas para o exercício de 2013 se confirmarem e a expansão econômica do país ficar mesmo em 7,0% - queda de 0,8% em relação à 2012 -, o esforço terá de ser bem maior para reverter a tendência desses índices. Quanto ao Brasil, que desde o início desse governo vem registrando crescimento pífio de seu PIB, urge que cumpra a usa “lição de casa”. A desaceleração econômica da China é um problema, mas certamente não o principal deles.

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