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15/08/2013 - 08:08

Brasil pode se tornar uma potência mundial na indústria naval?

Gestores públicos, empresários e lideranças setoriais dizem que sim.

É consenso entre os participantes da Navalshore - Marintec South America - Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore 2013 que o País está prestes a se consolidar como um mercado interno sustentável e a conquistar um papel de destaque no cenário internacional

Unir esforços para transformar a indústria naval brasileira em uma potência mundial, com competitividade e sustentabilidade. Este é o consenso entre gestores públicos, empresários e lideranças setoriais que participam da décima edição da Navalshore - Marintec South America - Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore 2013, evento que começou no dia 13 de agosto [terça-feira], e vai até quinta-feira [15/08], no Centro de Exposições SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ). O encontro reúne 350 marcas [60 participando pela primeira vez] em busca de novas oportunidades de negócios no setor.

O Brasil tem, atualmente, a quarta carteira mundial na encomenda de navios, atrás apenas da Noruega, Estados Unidos e Grécia. Isso, no entanto, ainda não torna o país uma potência do setor, afirmou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, durante a cerimônia de abertura da feira. “Estamos no último estágio para chegar lá. Primeiro começamos a construir navios, depois atingimos o índice de 65% do conteúdo nacionalizado e agora buscamos a meta de nos tornarmos competitivos no contexto mundial”.

Para isso, ressaltou Machado, o Brasil precisa aperfeiçoar a gestão e usar todo o conhecimento adquirido nos últimos anos. “Temos estaleiros modernos e outros que estão se equipando, mas precisamos consolidar a indústria naval como um todo, de forma sustentável. Estamos aptos a dar este grande salto”, disse. O presidente da Transpetro aposta que investimentos na melhoria de processos tornarão o serviço e o produto nacional mais atraente e competitivo.

O diretor da UBM Brazil, empresa organizadora da feira, Joris Van Wijk, disse que o próprio perfil da Navalshore reflete este cenário positivo apontado pelo presidente da Transpetro e pelo gerente do Promef: “O interesse do mercado internacional na indústria naval brasileira vem crescendo, visto que temos 11 pavilhões internacionais (Argentina, Japão, China, Espanha, Suécia, Coréia do Sul, EUA, Itália, Noruega, Canadá e Holanda) no evento. Além disso, é importante destacar a participação de pequenos, médios e grandes estaleiros brasileiros, o que mostra o desenvolvimento do setor”.

O diretor da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), Alexandre Gurgel, sintetizou o momento da indústria naval no País: “Não se fala mais em retomada do setor, como era comum antes e em outras edições da Navalshore. Fala-se sim em competitividade internacional”.

Participação nacional - Durante a conferência “Estágio atual da indústria naval e offshore - capacitação para atender a demanda atual e futura com prazos e preços adequados”, um dos eventos paralelos da Navalshore - Marintec South America, o gerente-executivo do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Petrobras, Elizio Araújo Neto, também chamou a atenção para o potencial da indústria naval no País. “Atualmente as empresas brasileiras gastam cerca de US$ 17 bilhões com o afretamento de embarcações estrangeiras -- apenas a Petrobras desembolsa US$ 2,5 bilhões na contratação de navios de outras bandeiras. Acredito que a nossa participação pode ser bem maior neste segmento”, afirmou.

Ele completou: “Temos uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas que revela que a cada R$ 1 milhão investido na indústria naval há um movimento de R$ 1,9 milhão na economia. Ou seja, é um segmento que tem um grande efeito multiplicador. O principal player da construção naval no mundo, a Coréia do Sul, levou 30 anos para atingir o patamar em que se encontra hoje. O Brasil vai levar a metade do tempo”.

Já o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Jorge Bruno, destacou como o futuro é promissor. “Existe uma janela de oportunidades para os próximos dez anos no setor e será o momento para o Brasil se consolidar mundialmente. Fizemos um estudo em uma embarcação e elencamos 100 oportunidades de peças que podem ser nacionalizadas. Isso nos permite sonhar, por exemplo, com barcos de apoio produzidos totalmente com conteúdo local”, disse.

Entidades ressaltam importância da Navalshore-As entidades que representam as empresas que compõem a cadeia da indústria naval destacaram a importância do evento para o setor. “É uma iniciativa fundamental para ampliar as oportunidades de negócios, além de conhecer novas tecnologias e confirmar o cenário positivo”, ressaltou o presidente da Abeam (Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo), Ronaldo Mattos de Oliveira Lima. O assessor do Syndarma (Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima), Roberto Galli, também ressaltou o ambiente propício para novas parcerias e investimentos.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore(Abenav), Augusto Mendonça, acredita que o País vive o momento da indústria naval. “O fortalecimento do setor acontece em todos os elos da cadeia e iniciativas governamentais, como o apoio dado pelo Governo do Rio, vêm impulsionando o segmento. Para enriquecer o processo, eventos como a Navalshore atraem conhecimento e proporcionam oportunidades”, frisou.

O secretário executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Luiz Camacho Leal, também ressaltou o papel transformador da Navalshore - Marintec South America: “A feira traz uma discussão que é fundamental. Queremos assegurar a sustentabilidade da indústria naval brasileira e isso passa por tornar o país mais competitivo internacionalmente. Isto será resultado da criação de um setor dinâmico que tenha como base os estaleiros brasileiros”.

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