Consultor do Instituto Brasileiro do Petróleo falará sobre prevenção da saúde, no seminário do Sinicesp

Embora o Brasil tenha uma legislação avançada sobre a Saúde, prevalece uma visão fragmentada do problema, que se alicerça numa cultura de doença: embora Saúde signifique bem estar, capacidade de levar a vida de maneira agradável e produtiva, as pessoas geralmente identificam o termo com serviços médicos destinados não à prevenção, mas à recuperação dos doentes. Esta colocação é do médico do Trabalho, Newton Richa, que no dia 20 de agosto (terça-feira) participará, no Sinicesp, do seminário ‘Segurança e Saúde no Trabalho em Obras Rodoviárias no Segmento de Asfalto’.

Richa é consultor de Saúde do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis e há muitos anos luta pela prevenção, a mesma bandeira que o Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo – Sinicesp tem levantado nos foros dos quais participa.

O Seminário será na sede do Sinicesp, na alameda Santos, 200, 9º andar e irá das 9h30 às 12h30. Além de Newton Richa, falarão os professores Bento Pamplona, engenheiro da ‘Dynatest Engenharia’, Ricardo Barbieri, consultor da ‘RB Health consultores e Associados’ e Therezinha Dias, arquiteta da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, do qual Newton Richa é consultor, é uma organização privada de fins não econômicos, com mais de 50 anos de existência e que tem 200 empresas associadas. O objetivo é promover o desenvolvimento do setor nacional de petróleo, visando uma indústria competitiva, sustentável, ética e socialmente responsável.

O trabalho de Newton Richa não se baseia exclusivamente no Brasil, tanto que em recente artigo sobre o que chama de ‘Alfabetização em Saúde’ propugnou que o Brasil aprenda com a experiência europeia. No seu texto diz que quando “o povo vai às ruas pedir mais saúde, porque a rede pública não atende à demanda, os governantes devem responder não só com melhorias no atendimento médico hospitalar, mas também com programas preventivos dirigidos às causas de doenças e acidentes”. E ele ainda afirma que a ampliação do quadro de médicos servirá apenas para tratar os efeitos, sem tocar as causas dos agravos à saúde da população.

Richa lembra que a Constituição estabelece que a Saúde é dever do Estado, a ser garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença, o que pressupõe a integração da mesma às políticas sociais e econômicas.

Para o especialista, o termo ‘Saúde Pública’ é visto no Brasil como sinônimo de hospital ou de rede de hospitais públicos, e conta que a União Europeia criou a abordagem ‘Together to Health’ (Juntos pela Saúde), a base da gestão da Saúde no período 2008/2013. Essa abordagem se baseia na convicção de que Saúde é um atributo central na vida das pessoas e deve ser assegurada por políticas e ações intersetoriais.

O Tratado da Comunidade Europeia estabelece que “alto nível de proteção à saúde humana deve ser assegurada na definição e implementação de todas as políticas e atividades da Comunidade, tendo como referência as relações entre saúde e prosperidade econômica”. Neste documento, a saúde está inserida nos capítulos correspondentes a Mercado Interno, Meio Ambiente, Proteção do Consumidor, Questões Sociais (incluindo Segurança e Saúde dos Trabalhadores), Política de Desenvolvimento e Pesquisa, entre outros. Para Newton Richa, esse deve ser o exemplo a ser seguido pelo Brasil.

A estratégia tem como um dos princípios a ‘Alfabetização em Saúde’, isto é, o desenvolvimento de habilidades para ler, selecionar e compreender as informações de saúde, para estar apto a fazer julgamentos fundamentados.