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17/08/2013 - 09:25

O incêndio do Iraque

O Iraque se encontra em pé de uma gerra civil, tornando-o e o mundo ainda mais próximos da insolubilidade política. A morte de 57 pessoas e 140 feridos desde o começo do ano, com recrudescimento neste fim de semana e final do Ramadã, pode não significar muito, sob o ponto de vista quantitativo (qualquer feriado prolongado no Brasil bate esses números deprimentes).

No entanto, tem um grande significado político, ao potencializar o conflito entre o xiitas (2/3 da população do Iraque) e sunitas, seita minoritária do governante deposto e morto, Sadam Hussein, e suas galhofas da bomba atômica que aliviaram bolsas de dólares americanas.

O ódio entre as duas façções é incontornável e irreversível. Lamentavelmente, são previsíveis muitos carros-bomba e banhos de sangue entre irmãos muçulmanos. Os xiitas formam a maior parte da comunidade muçulmana e estão espalhados por todas as partes do mundo. O epicentro de sua insana violência deve recair sobre o Iraque. Seus fundamentos são delírios, como o dos Doze Imanes, que se consideram descendentes de Ali e detentores de um estatuto radicalmente elitista: são inferiores apenas ao profeta, superiores etica, espiritual e intelectualmente a todos os homens que habitam a terra e que devem curvar-se às suas opiniões, por mais irracionais que sejam. Aí, como é óbvio, o carro pega.

Lembram o martírio de Hussein (Ashura), mulheres e crianças massacradas por Yazid, filho de Muawja, que havia lutado contra Ali e usurpado o califado de Hassan. A maioria dos xiitas defende o extremo caótico da emotividade que é a auto-flagelação, muito embora combatida por uma minoria de sábios e alguns governos. Como se vê, trata-se do fundamentalismo mais extremado entre os humanos e, sob seus picos lancinantes, nenhuma moderação, nenhum apelo ao racional, nenhuma diplomacia têm lugar.

Uma vida incandescente e uma religiosidade delirante impedem que um povo enorme se demonstre compatível com o século XXI. Em vista do poder temporal que têm em suas mãos e armas de destruição massiva, possivelmente atômicas e certamente biológicas, podem determinar o fim melancólico da raça humana. É induvidoso que, por trás dos pretensos fundamentos religiosos, prosperam sólidas razões econômicas. Nesse passo, um melhoramento da distribuição da renda mundial, do equilíbrio climático e da qualidade de vida entre todos os povos está ao alcance das grandes nações e de organismos iternacionais, como a ONU e o Banco Mundial.

Sem derrapar pela utopia do falso determinismo econômico das superestruturas religiosas, cremos que a criação de riquezas equitativas é o mais poderoso antídoto contra cabeças ensandecidas por falsas crenças, movidas pela taquicardia cerebral da miséria crônica.

.Por: Amadeu Garrido, advogado.

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