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21/08/2013 - 10:54

Cerveja e sua relação com o colesterol

Estudos comprovam que o consumo de 350 ml por dia, quantidade respectiva a duas latas, promove aumento na concentração de HDL (colesterol bom) no sangue e consequentemente melhora na proteção cardiovascular

Um grande problema de saúde pública no Brasil e no mundo são as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Para entender melhor, essas doenças estão estritamente ligadas a diversos fatores como idade, sexo, e também é claro, aos hábitos, tabagismo, alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade¹. Essas doenças impactam na saúde física, mas também na qualidade de vida das pessoas.

Uma das estratégias na tentativa de prevení-las consiste em seguir uma alimentação balanceada e a mais variada possível, rica em hortaliças, frutas e cereais integrais, entre outros.

O ponto chave para uma alimentação com este perfil não consiste em proibir ou restringir quaisquer alimentos ou grupos de alimentos, mas sim em respeitar as necessidades e estilos de vida de cada um¹-². A tão almejada alimentação saudável não precisa ser sinônimo de monotonia e pode englobar uma série de alimentos que muitos acreditavam não serem recomendáveis.

Nesse contexto, até mesmo a apreciada cerveja tem o seu espaço. Há pesquisas mostram que se consumida de forma moderada, esta bebida de baixo teor alcoólico pode trazer alguns benefícios à saúde³-6, dentre eles, promover um aumento na concentração de HDL no sangue7,8,9 – o conhecido “colesterol bom”. O HDL ou lipoproteína de alta densidade transporta o excesso de colesterol das artérias de volta para o fígado, onde é novamente metabolizado, retardando ou inibindo a formação de placas. Por isto, seus índices elevados (?60mg/dL) estão associados a menor incidência de doenças cardiovasculares10.

Um estudo de meta-análise conduzido por pesquisadores do Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard avaliou os efeitos do consumo moderado de diversas bebidas alcoólicas, dentre elas a cerveja, nos níveis de HDL-colesterol.

Os resultados mostraram que após a ingestão diária, feita durante quatro semanas, de aproximadamente 30g de etanol (equivalente a duas latas de cerveja de 350 ml) houve aumento significativo na concentração plasmática de HDL7.

Somado a estes resultados, pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona analisaram mais de 4 mil indivíduos por meio de questionários e análises clínicas, com o objetivo de determinar a associação entre fatores de risco cardiovascular ao consumo e tipo de bebida alcoólica, mais notadamente vinho e cerveja. Os resultados confirmaram a relação de proteção cardiovascular com o consumo moderado destas bebidas, decorrente de uma soma de efeitos positivos, sendo, segundo os autores, o aumento de HDL o mais importante deles8.

Indo mais a fundo, um estudo realizado em animais suplementados com cerveja com diferentes percentuais alcoólicos, revelou que aqueles que receberam cerveja regular (3 a 8% etanol) em quantidade moderada apresentaram aumento nos níveis de HDL plasmático superior aos demais grupos. Além disto, apesar do grupo suplementado com cerveja sem álcool não ter apresentado incremento no nível de HDL, foi observada uma melhora na capacidade antioxidante destas partículas9.

Sabendo disto, desde que consumida com moderação, a cerveja torna-se mais uma aliada da alimentação na manutenção de níveis saudáveis de colesterol, refletindo na saúde do coração como um todo.

.Referências Bibliográficas.: 1. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a População Brasileira: Promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde; 2005. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). | 2. Ctenas MLB de, Vitolo MR. Crescendo com Saúde: O guia de crescimento da criança. São Paulo: C2 Editora e consultoria em Nutrição: 1999. Aspectos Psicológicos da Alimentação; p.130-149. | 3. Denke MA. Nutritional and health benefits of beer. Am J Med Sci 2000; 320(5): 320-6. | 4. Arranz S et al. Wine, Beer, Alcohol and Polyphenols on Cardiovascular Disease and Cancer. Nutrients. 2012;4:759-781. | 5. Castelnuovo AD et al. Meta-Analysis of Wine and Beer Consumption in Relation to Vascular Risk. Circulation. 2002;105:2836-2844. | 6. Krenz M, Korthuis RJ. Moderate ethanol ingestion and cardiovascular protection: From epidemiologic associations to cellular mechanisms. Journal of Molecular and Cellular Cardiology. 2012;52:93–104. | 7. Rimm EB et al. Moderate alcohol intake and lower risk of coronary heart disease:metaanalysis of effects on lipids and haemostatic factors. BMJ. 1999; 319:1523-1528. | 8. Schröder H et al. Cardiovascular Risk Profi le and Type of Alcohol Beverage Consumption: A Population-Based Study. Ann Nutr Metab. 2005;49:100–106. | 9. Vilahur G, Badimon L et al. Intake of fermented beverages protect against acute myocardial injury: target organ cardiac effects and vasculoprotective effects. Basic Res Cardiol. 2012;107-291. | 10. Sposito AC et al. IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose: Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2007, vol.88, suppl.1

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